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quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Transferência da Reunião de agosto

Pessoal,

O nosso sócio Antonio Abreu, na casa onde se realizaria o reunião de sábado próximo, se hospitalizou hoje e com isso tivemos que transferir reunião marcada.
Carlos Ivan / Secretário


terça-feira, 23 de agosto de 2011

Abelhas sem ferrão na TV

Amigos da AME-RIO e Internautas

Pesquisando nos vídeos da TV Record, encontrei apenas dois que tem foco na criação de abelhas sem ferrão. Já são poucos os vídeos sobre o assunto e ainda os jornalistas teimam em chamar os criadores de abelha sem ferrão de apicultores. Mesmo assim, quando encontramos qualquer coisa sobre abelha sem ferrão, precisamos divulgar.

E não é só no jornalismo, onde os profissionais tem pouco tempo para se aprofundar na matéria que divulgam, que o desconhecimento sobre nossas abelhas nativas impera. Dia destes eu estava conversando com um biólogo, encarregado da preservação da flora e fauna em um parque do governo e descobri que esse biólogo não sabia nada sobre abelhas sem ferrão e nunca tinha ouvido em meliponíneos. Até as palavras meliponicultura e meliponicultor lhe soaram estranho, no final de nossa conversa ele estava falando em "melicultura" e "melicultores", precisei novamene lembrar que os termos corretos eram "meliponicultura", "meliponário" e "meliponicultor", todos referentes a  "meliponíneo".

Mas voltando aos vídeos, um mostra que a produção de mel de apis tem crescido no Mato Grosso, mas também fala que já existem vários produtores que estão se voltando para a criação de abelhas sem ferrão. Pena que nesse vídeo não tenha sido apresentada nenhuma caixa forte, foi escolhido um produtor de Jataí e a caixa que ele mostrou, por dentro, era de uma colônia recém formada.

O outro vídeo já tem quase dois anos, desde a primeira vez que foi exibido, e mostra dois conhecidos nossos, um é o Célio Augusto, que conheci no último encontro sobre abelhas em Ribeirão Preto, o Célio é técnico em agropecuária e biólogo, trabalha na Secretaria de Desenvolvimento de Franca, SP, o outro é o Marco Pignatari do Meliponário Abelha Brasil, também de Franca, empresário que se voltou para as abelhas sem ferrão e que hoje tem mais de 500 colméias das mais diversas espécies, eu já o conhecia do forum ABENA, mas, quando do encontro sobre abelhas de Ribeirão Preto, houve uma reunião na Fazenda Aretuzina, do mestre PNN, lá encontramos não só o PNN, mas também o mestre Cappas e o Marco, que estava presidindo uma reunião da AME-SAMPA, lá em São Simão. O Marco se especializou em multiplicação e comercialização de abelhas sem ferrão, com isso meliponicultores iniciantes podem ter acesso a colônias de abelhas, sem necessidade de retirá-las da natureza.

UGA
José Halley Winckler





  • sexta-feira, 19 de agosto de 2011

    Pensando a Meliponicultura em Santa Catarina

    Amigos da AME-RIO e Internautas,


    Há exatamente uma semana, no dia 12.08.2011, meliponicultores de diversos locais de Santa Catarina, com o apoio da EPAGRI, reuniram-se em Campos Novos no I Encontro Catarinense de Meliponicultura. Esse evento foi realizado no CETRECAMPOS (Centro de Treinamento da EPAGRI) e segundo Mario Tessari, educador, ambientalista e meliponicultor da cidade de Jaguaruna, foi "o evento estadual mais importante para a meliponicultura catarinense, até agora".



      
    Mario lembrou que as abelhas-sem-ferrão são os principais polinizadores florestais e agrícolas e frisou a importância dos trabalhos de pesquisa e de extensão rural dos técnicos da EPAGRI. "Juntos, abelhas, meliponicultores e técnicos podem contribuir substancialmente para a melhoria técnica na produção de frutas, de hortigranjeiros e de cereais. Destacou ainda a excelente estrutura do Centro e a competência da equipe que organizou o evento.
    Mario Tessari
       
    Foi o Mario que nos enviou as fotos desse encontro.


       
    Depois o Sigfrid Frömming, meliponicultor e educador da cidade de Rio do Sul, nos falou sobre o evento. 
       

    Ele nos contou que em primeiro lugar foram relacionadas as potencialidades da meliponicultura naquele estado:
    • polinização;
    • produtos: mel/pólen;
    • vendas: enxames e produtos;
    • manejo barato e seguro;
    • disponibilidade de cursos;
    • troca de material genético entre meliponicultores;
    • atividade em crescimento;
    • qualidade e variedade de espécies no Estado;
    • mercado promissor;
    • amor pela atividade;
    • preservação das espécies;
    • procura por cursos;
    • risco financeiro baixo;
    • fonte de renda;
    • equilíbrio ambiental;
    • potencial medicinal do mel;

    Também foram relacionadas necessidades, para um melhor aproveitamento dessas potencialidades: 
    • estudos de espécies produtivas;
    • incentivo à criação de espécies nativas de cada região;
    • parcerias com instituições;
    • difusão da atividade em ambientes urbanos;
    • a divulgação em âmbito nacional;
    • incentivo à entrada de mais pessoas na atividade;
    • incentivo à criação na agricultura familiar;
    • troca de genética;
    • desenvolvimento de novos produtos e subprodutos;
    • melhor apresentação dos produtos através de uma boa embalagem;
        
    A seguir foram relacionados os entraves para a meliponicultura no estado:
    valor comercial dos enxames (risco de furto, perdas);
    • individualidade entre produtores;
    • falta de apoio do poder público;
    • falta de padronização das caixas;
    • legislação inadequada;
    • alimentação artificial cara;
    • alto custo da caixa;
    • desinformação;
    • pensamento apenas em lucros;
    • desmatamento e uso indiscriminado de agrotóxicos;
    • dificuldade de se dedicar à atividade (é hobby, lazer);
    • extração e armazenagem;
    • falta de divulgação;
    • conhecimento técnico restrito e mal aplicado;
    • falta de associativismo;

    Também foi feita uma relação do que fazer para acabar o amenizar os entraves para a meliponicultura:
    • atuação mais vigorosa junto aos legisladores;
    • socialização do conhecimento adquirido;
    • provimento de floradas para as abelhas;
    • capacitação de mais produtores;
    • organização da classe;
    • inspeção de produtos, garantindo a qualidade e procedência;
       
    Diante desses aspectos apresentados, o grupo maior elegeu as 5 prioridades a serem almejadas durante o período de setembro de 2011 a setembro de 2012:
    1. Legislação;
    2. Marketing;
    3. Capacitação;
    4. Associativismo;
    5. Pesquisa.

    Aconteceu, também, a escolha de líderes por região, os quais devem representar os meliponicultores junto à FAASC. Os escolhidos foram:
    Oeste: Davi Piovezan
    Meio Oeste: Ângelo Rosso
    Alto Vale do Itajaí: Sigfrid Frömming
    Encosta Sul: Rudinei Soares
    Extremo Sul: Etevaldo Citadin

    Para algumas regiões não chegaram a ser escolhidos os representantes e deverão ser indicados posteriormente: Extremo Oeste; Norte; Litoral Norte; Médio Vale do Itajaí; Planalto Sul; e Litoral Centro.

    Como representante estadual foi escolhido o próprio Sigfrid 
    Frömming, que instou a todos que unissem seus esforços para que aqueles objetivos definidos possam ser contemplados.


    Sigfrid Frömming
       
    Sigfrid é realista e já afirmou que não espera um grande diferencial na atividade nesse próximo período, mas são precisos passos pequenos para dar conta do recado, o que vier a mais é lucro.

    Já nós temos a certeza que mesmo não alcançando um grande diferencial durante sua gestão, Sigfrid e os outros representantes regionais vão ajudar a preparar uma base sólida onde novos representantes poderão se apoiar para então conseguir um bom crescimento da meliponicultura catarinense e nacional.

       
    Parabéns ao Sigfrid, por sua escolha, parabéns aos outros representantes, parabéns aos meliponicultores catarinenses que estão muito bem representados e finalmente parabéns para os meliponicultores de outros estados, que poderemos pegar uma carona no crescimento da meliponicultura barriga-verde.

    Está na hora de outros estados seguirem o exemplo dos catarinenses e repensar a meliponicultura, com esperança e entusiasmo, mas com os pés bem plantados no chão.

    UGA

    José Halley Winckler
    Rio de Janeiro 

    quinta-feira, 18 de agosto de 2011

    Parque Estadual da Pedra Branca - Rio de Janeiro

    Amigos da AME-RIO e Internautas,

    Na quinta feira passada, em companhia do Carlos Ivan, diretor secretário da AME-RIO fomos conhecer o Parque Estadual da Pedra Branca, convite já feito há bastante tempo pelo Christiano Figueira, que é o meliponicultor responsável pela preservação de abelhas nativas nesse parque.


    Esse parque é considerado a maior reserva florestal em área urbana no mundo, sua área é de 12.500 hectares e dentro dele se encontra o Pico da Pedra Branca, com 1.024 metros  de altitude esse é o ponto culminante da cidade do Rio de Janeiro.


    A entrada principal do parque fica na Estrada do Pau da Fome, em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. A melhor maneira de chegar até lá é a seguinte: Pelo Largo da Taquara em Jacarepaguá, entrar na Estrada do Rio Grande e seguir até o Largo da Capela, onde termina a Rio Grande. Entrar na Estrada do Pau da Fome e seguir em frente uns dez minutos, até a entrada da sede. Estrada do Pau da Fome, número 4003.


    Logo na entrada existe um bela construção, perto fica o prédio da administração e depois muito mato, ou muita mata.

    Canaletas conduzindo água, dentro do parque.

    Por todo o parque.

    Riachos pedregosos.

    Com água super limpa.

    Bela cachoeiras.

    E trilhas com muita sombra.

    O parque é um lugar especial e parece ser um ótimo lugar para se encontrar e criar abelhas nativas.


    Logo que chegamos o Christiano nos levou até a área onde existia um orquidário, ele pretende recuperar essa área e além das orquídeas e bromélias, quer montar um meliponário, junto as plantas.


     Dentro do parque ainda existe uma estrada que serve a antigos moradores da área e que ainda não foram realocados. Essa estrada passa ao lado dos predios da administração.


    Junto a esses prédios o Christiano instalou uma caixa decorada, com um ninho de Iraí (Nannotrigona testaceicornis).


    E outra com um ninho de Jataí (Tetragonisca angustula angustula).

    Um dos objetivos do Christiano é instalar outras caixas, com exemplos de outras abelhas de ocorrência na região, mandaçaias, guaraipos, mirins, tubunas, mandaguaris, uruçus e outras abelhas, ele inclusive já localizou ninhos de guaraipos, mirins e mandaguairis dentro do parque, mas ele não pretende retirá-los. Seu objetivo é levar mais abelhas para o parque e não retirar nada da natureza. Ele até pretende capturar algumas abelhas com ninhos iscas, no parque e nos seus arredores, já tendo instalado algumas caixas para isso, mas mesmo essas serão utilizadas para multiplicação de enxames dentro da área do parque, para repovoamento e não serão matéria de comercialização.


    Acima temos a entrada de uma Mandaguari amarela (Scaptotrigona xanthotricha), sua boca está a cerca de 8 metros de altura em uma árvore bem próxima do orquidário.

    ,

    Já as abelhas acima devem ser retiradas, são abelhas africanizadas (Apis melífera) e estão instalada em um galho, a mais de 15 metros de altura, infelizmente não consegui uma boa focagem, com minha câmera, além de a luz não ajudar.


    Nosso amigo Carlos Ivan tratou a imagem, mas mesmo assim não ficou muito boa, mas já da para ver os favos de abelhas apis pendurados no galho, sem nenhuma proteção, esse tipo de ocorrência não é muito normal, mas acontece de vez em quando. Provavelmente as campeiras demoraram para encontrar um abrigo melhor e as abelhas carregadas de mel, começaram a produzir cera e construíram os favos no próprio galho onde o enxame deveria estar estacionado, a espera de localização de um abrigo. Acho que algum apicultor pode explicar melhor esse acontecimento ou talvez o João Pedro Cappas possa fazê-lo.

    A direção do Parque da Pedra Branca pretende fazer a retirada de todos os enxames de abelhas exóticas que localizarem, da mesma forma que está erradicando as jaqueiras e outras árvores exóticas. Por ser área de preservação da flora e fauna nativas, o parque não pretende manter qualquer espécie que não seja de ocorrência natural na área.

    Voltando ao assunto de localizar enxames, em muros e árvores no lado externo do parque, o Christiano já localizou diversos enxames.


    Acima uma colônia de mirins, não sei qual seria a espécie, acredito que possa ser uma plebeia, pela forma da entrada, mas não sei qual.


    Outra mirim, no mesmo muro.


    Aqui uma colônia de Iraís, com o canudo curto.


    O Christiano me mostrou outra colônia de Iraís, com o canudo um pouquinho maior.


    Nesse muro coberto pela trepadeira unha de gato (Ficus pumila), o Christiano apontou uma outra colônia de abelhas.


    Mesmo me aproximando, estava difícil de ver a colônia.


    Mas chegando bem perto dá para ver a entrada de jataí, com uma grande quantidade de abelhas, deve ser uma colônia bastante forte.


    O Christiano me mostrou uma árvore onde a cerca de 10 metros de altura ele disse ter um ninho de iraís.


    Aproximando, descobri que não era um, mas eram dois ninhos de iraís, agora de canudos longos.


    Uma descoberta bem interessante foi a que o Christiano fez enquanto estávamos lá no parque. A parede acima é do prédio de administração,  que acabou de ser pintado. A cor da parede não é branca, é amarela, mas o reflexo da luz mudou a cor na foto. Aproximando-se dá para ver um minúsculo furo, de cerca de 1,5 ou 2 mm e vimos insetos entrando nele, a princípio pensei que fosse uma vespinha solitária, mas depois deu para ver que eram abelhas bastante pequenas.


    Deve ser um tipo de mirim, a entrada provavelmente foi destruída com a pintura, mas as abelhas conseguiram reabrir a entrada. Eu cheguei a ver abelhas entrando, até carregando pólen, mas não consegui fotografar. Vamos ver se no dia 24 de setembro alguém identifica essa abelha e as mirins mostradas anteriormente.

    Ah, eu esqueci de contar que  a direção do Parque Estadual da Pedra Branca, a pedido do Christiano, disponibilizou a área do parque para que a AME-RIO fizesse a sua reunião mensal do mês de setembro. A reunião será no dia 24 de setembro, mesmo final de semana do Apimondia, tínhamos pensado em não realizar reunião em setembro devido ao Congresso Mundial, mas em respeito àqueles associados, que por seus próprios motivos não vão participar desse evento, resolvemos realizá-la de qualquer maneira. Quem não puder ir a Argentina vai ter uma reunião para falar de abelhas aqui no Rio de Janeiro e para conhecer o que o Parque está fazendo pela preservação das abelhas e do restante da fauna e da flora da região.

    Eu e o Ivan aproveitamos e convidamos o diretor do Parque, Alexandre Marau Pedroso, a vice-diretora Vanessa e os biólogos Heloína e Leonardo para participar de nossa reunião do dia 27 de agosto, que vai ser no sítio do Antônio Abreu.


    O Cristhiano também nos mostrou a Boca de Sapo (Partamona heleri), que ele transferiu para o Parque há alguns dias.

    Enquanto o Christiano estava me mostrando o parque e suas abelhas, vieram chamá-lo para atender o pedido de uma escola próxima, para retirar um gambá que estava preso em uma lata de lixo da escola.
    Eu resolvi acompanhar o Christiano e o funcionário do parque que foram atender o pedido.


    Foi fácil descobrir o que tinha acontecido, o pessoal da escola deixou as lixeiras abertas.


    Encostadas no muro que dá para uma mata cerrada.


    Dois gambás vieram futucar no lixo e acabaram caindo dentro da lata e estavam lá muito mais assustados do que a funcionária que os viu e ligou para o parque. Também ficou fácil resolver o caso, foi só virar a lata do outro lado do muro e deixar os gambazinhos irem embora, recolher o lixo que foi junto e mais uma vez recomendar aos funcionários da escola, que mantivessem as latas de lixo tapadas.

    Na volta eu aproveitei e ofereci para o Christiano uma dúzia de iscas feitas de garrafa PET. Ele gostou tanto que resolveu distribuí-las na mata, naquele dia mesmo.



    Agora é só torcer para que até o dia de nossa reunião alguma isca já tenha atraido alguma abelha.

    Parabéns a diretoria e a equipe de biólogos do Parque da Pedra Branca pela iniciativa de preservar e tornar conhecidas as abelhas nativas da região e parabéns ao Christiano por tê-los incentivado e assessorado nessa iniciativa, com a sua participação já ocorreram diversas palestras e apresentações sobre as abelhas, não só no parque, mas também no Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista.

    Acho que o Christiano vai ter muito o que nos contar no dia 27 de agosto e também no dia 24 de setembro.

    UGA

    José Halley Winckler

    Abelhas nativas sem ferrão: mais uma opção de economia florestal no Acre

    Agência de Notícias do Acre
    Abelhas nativas sem ferrão: surge mais uma opção de economia florestal




    Flaviano Schneider (Cruzeiro do Sul)
    17-Ago-2011
    Secretaria de Pequenos Negócios capacita produtores no Vale do Juruá 



    Em seu esforço de promover a produção, o governo do Estado não se esqueceu de continuar a insistir e buscar boas alternativas na economia florestal que garantam a preservação da floresta, uma das mais ricas em biodiversidade do mundo.

    Assim, uma nova janela está se abrindo para produtores rurais com a criação de abelhas nativas sem ferrão.

    A Secretaria de Pequenos Negócios (SEPN) iniciou o processo de implantação da atividade no Vale do Juruá com apoio da Secretaria de Agricultura e Pecuária (Seap) e Secretaria de Produção Familiar (Seaprof). No momento estão acontecendo os cursos de capacitação dos produtores que desejam ingressar na atividade. Acompanha a equipe da SEPN o produtor de mel e especialista em abelhas nativas sem ferrão Engelberto Flach, que ministra o curso.
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    A equipe da SEPN está no Juruá desde o dia 5 deste mês e já encerrou dois cursos no Projeto Santa Luzia para produtores do Ramal 3 e Ramal da Lua Clara. Nesta semana, o curso acontece em Mâncio Lima, atendendo as comunidades do Guarani, Ramal do Cardoso, Ramal do 20, Polo Agroflorestal e Ramal do Banho. Em seguida, a equipe vai para o Rio Croa, atender a comunidade que habita às suas margens. A meta para a região do Juruá é capacitar 120 produtores. Os cursos serão levados também a outros municípios como Assis Brasil, Capixaba, Xapuri, Brasileia e Epitaciolândia. Também existe a pretensão de atingir os mais isolados, como Jordão, Marechal Thaumaturgo e Porto Walter.

    Atividade promissora

    Engelberto Flach é produtor rural em Bujari, onde iniciou a criação de abelhas apis (italianas), com ferrão, chegando a produzir duas toneladas de mel por ano. Foi então que começou a se interessar pelas abelhas nativas e, com muito esforço, foi pesquisando por conta própria, fez um curso e iniciou a produção de mel com a variedade uruçu. Hoje cria também outra espécie muito valorizada, a abelha jandaíra.

    Flach, com o tempo, também aprendeu a aperfeiçoar as caixas destinadas às colmeias, tendo chegado a um modelo apropriado para a região, que é um importante capítulo do aprendizado dos novos apicultores. Cada participante recebe no fim do curso uma caixa como modelo para replicar. O produtor, que não conhecia o Vale do Juruá, ficou impressionado com a potencialidade da atividade na região. Primeiro pela variedade de abelhas existentes e pela preservação das matas que oferece um habitat mais agradável para as abelhas. Há muita coisa ainda para se estudar, segundo Flach, para obter o máximo de rendimento das colmeias, e para isso é necessário conhecer seus hábitos, a maneira como orientam a construção de suas colmeias.

    O secretário da SEPN, José Carlos Reis, acompanhado do secretário de Articulação Institucional, José Fernandes do Rêgo, e da presidente da Federação dos Sindicatos de Trabalhadores Rurais, Sebastiana Miranda, foi até o Ramal 3 e Ramal da Lua Clara neste fim de semana, onde entrou em contato com os produtores que já fizeram o curso de criação de abelhas nativas e se preparam para se inserir na atividade de forma profissional.

    Entre eles está o produtor João Oliveira de Miranda. Ele já tem 15 caixas, de um modelo próprio, e cria abelhas de forma empírica, das variedades jandaíra e uruçu-preta. Costuma vender o litro de mel a R$ 60 e, animado com o interesse do Estado, vai aderir às novas tecnologias ensinadas pelo especialista Flach, tendo com boa expectativa com o negócio.

    Segundo Reis, a SEPN vai acompanhar o desenvolvimento dos projetos durante dois anos. Ele vê um futuro promissor da atividade quando os produtores estiverem produzindo de forma organizada em cooperativas, e estima que, após um processo de certificação da atividade como sustentável, os ganhos podem triplicar, já que o mel terá o apelo de ser originário da Floresta Amazônica, livre de agrotóxicos e com especial valor para fitoterápicos.





    Produtores com grande expectativa 


    Tanto nos ramais do Projeto Santa Luzia quanto em Mâncio Lima, muitos produtores estão entusiasmados com as possibilidades econômicas da criação de abelhas sem ferrão, vendo nela mais uma atividade que gera renda complementar para quem mora nas proximidades da floresta.

    Darci Mendes dos Santos, presidente da Sociedade Agrícola do Igarapé Branco, fez o curso e já aderiu à atividade. “Ficamos muito agradecidos ao governo do Estado por investir em nosso bem-estar. Nossa comunidade está satisfeita e animada com a possibilidade de agregar mais uma atividade que pode trazer para nós melhoria de vida”, declarou.

    Berlino Costa, produtor do Ramal Lua Clara, fez o curso e já se prepara para criar abelhas nativas. “O nosso ramal nunca tinha recebido esse tipo de apoio. Estamos satisfeitos e queremos cada vez mais o governo presente em nossa comunidade.”

    Luis Silva de Souza, morador no Ramal do Banho, em Mâncio Lima, onde vive da agricultura, disse: “Criar abelhas sem ferrão será uma ótima atividade, pois ela não empata as outras atividades na roça. E tem mais: não precisa nem comprar ração”.

    Roni Pereira Pinheiro também mora no Ramal do Banho. Ele conta que já costumava criar abelhas sem ferrão de forma artesanal - simplesmente recolhia a colmeia e a levava para perto de casa, onde esperava chegar a hora certa de colher o mel. No entanto, ele aponta para uma grande desvantagem do método utilizado. “Na hora de colher o mel a gente destruía toda a construção das abelhas. Com as caixas apropriadas, isso não irá  mais acontecer”, afirma.

    Raimundo Alencar Morais mora em Mâncio Lima e tem propriedade na área rural, onde vai passar a criar abelhas de forma profissional. Ele já criava abelhas de forma rudimentar, chegando a colher cerca de 20 litros de mel em 2009. “Agora estamos preparados para criar abelhas nativas e produzir mel de maneira racional.”





    Matéria reproduzida a partir do site Agência de Notícias do ACRE
    http://www.agencia.ac.gov.br/index.php?option=com_content&task=view&id=16523&Itemid=26

    Próximos Eventos de Meliponicultura


    Clique no evento, para ver detalhe


    24 de Setembro de 2011 
    IX Encontro mensal da AME-RIO - 2011
    Parque Estadual da Pedra Branca
    Estrada do Pau-da-Fome, nº 4003, Jacarepaguá - Rio de Janeiro – RJ




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