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quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Reunião da AME-RIO de Julho


No dia 30 de Julho de 2011, na Escola Wencesláo Bello na Penha - RJ, como estava previsto, foi realizada a nossa reunião mensal. Infelizmente, não foi possível contar com a presença de nosso Presidente, que, acometido de uma virose muito forte, não pode comparecer. Dessa forma nossa reunião foi presidida pelo Andreas, nosso vice-presidente e que se houve muito bem nessa função.


A parte de palestras da Reunião começou com uma explanação, com farta apresentação de imagens, de nosso diretor secretário, o Carlos Ivan, que dividiu conosco suas lembranças de uma viagem realizada à Chapada Diamantina, no oeste baiano. 


O  Carlos Ivan, além dos passeios normais oferecidos naquela região baiana, aproveitou para visitar alguns meliponicultores da região. Os meliponários visitados eram bastante rústicos, mas tinham colônias muito fortes, com as mais diversas abelhas. Ele nos contou que meliponicultores da região preferem usar a argila para fazer a vedação das caixas, não só pela disponibilidade e por não ter custo para os mesmos, mas principalmente por conseguirem uma vedação bem mais eficiente, com ela. Também falou sobre a mandaçaia da região, que é bem menor, mas diferente da mandaçaia menor ou M. mandacaia, aquela tem as listas interrompidas como a MQA, enquanto a M. mandacaia tem as quatro listas completas como a MQQ. 

O Carlos Ivan prometeu que vai fazer uma postagem ainda essa semana, mostrando os detalhes do seu passeio, dos meliponários visitados e da mandaçaia que ele viu por lá.

Caesalpina pulcherrima (cultivares mistos)
Flamboyanzinho

Depois, a Júlia Galheigo, nossa diretora de patrimônio, nos contou de seu projeto de fazer o registro do pasto apícola encontrado em nossa região, com imagens, dados principais: nome científico; nomes populares, família a que pertence, origem e descrição da planta, informações de cultivo e utilização, além da excicata de cada planta registrada. Ela nos falou que esse pode ser um grande patrimônio de nossa associação e que já tem registradas diversas plantas e disse que, assim que tiver tempo, pretende fazer postagens em nosso blog mostrando cada uma das plantas registradas. 

Schinus terebinthifolius
Aroeira-pimenteira

Também pediu aos associados que a ajudassem nesse projeto, contando já ter o apoio do Pedro Paulo, que é o mentor do projeto, e de outros associados interessados na divulgação do pasto apícola, como uma forma de auxiliar a meliponicultura.

Depois disso, me foi passada a palavra, para que eu falasse um pouco sobre os cuidados necessários com nossas abelhas no inverno, principalmente aqueles que tem seus meliponários em regiões mais frias.
Falei sobre a necessidade de proteção das colméias, abrigando-as do vento direto e do frio. Sempre que possível devemos colocá-las em áreas cobertas e abrigadas. Embora as abelhas já façam a termo-regulação de suas colméias, devemos ajudá-las, facilitando a sua tarefa. 

Entrada de ninho
Scaptotrigona xanthotricha
Mandaguari amarela

Na natureza as abelhas escolhem ocos de árvores, onde ficam protegidas por uma grossa camada de madeira, que as protegem além da chuva, do frio e calor excessivo. A maioria dos meliponicultores já protegem suas colméias do sol direto, no verão, mas no inverno, além de não deixarmos elas ao relento, precisamos verificar se estamos oferecendo uma proteção semelhante a que as abelhas procuram na natureza, nossas colméias devem ter paredes espessas o suficiente para protegê-las do frio ou serem construídas com material que as isolem do mesmo. 

Caixa térmica para ASF, paredes de 7,5 cm, recheadas de sepilho.
são usadas no Paraná.
Aldivar - Meliponário Urbano Manduris

Caixa para ASF, em concreto celular.
são usadas em Santa Catarina
Jorge Venson

Caixa para ASF, em concreto de vermiculita
são usadas no Rio de Janeiro
Carlos Ivan - AME-RIO - Meliponário Escola

Se isso não acontecer, devemos lançar mão de alguma coisa que faça com que a temperatura não caia demais dentro das colmeias. Podemos revestir as colméias com papelão, isopor, mantas termicas, etc. 

Caixa para ASF, revestida em papelão
Jean - Crísciuma - SC

Caixa para ASF. revestida em Isopor
Cleber - UBA - MG

Caixa para ASF. revestida com Manta Térmica
Sebastian Guimarães - Ilha do Mel - PR

Podemos colocar nossas colméias dentro de caixas de madeira, papelão ou isopor, de preferência com  utilização de serragem ou material semelhante, para preencher os espaços vazios.

Esquema de proteção com uso de caixa de papelão
Saint Clair - Carmo - RJ

Uso de Caixa de Isopor para proteção de colméia
Jean - Crísciuma - SC

Podemos também em pensar em aquecimento das caixas, normalmente com utilização de eletricidade. Existem no mercado caixas com sistemas de aquecimento, mas normalmente são um pouco mais dispendiosas, além de exigirem que seja feita a transferência das colônias que estavam em outras caixas, para as caixas aquecidas.

Caixa com controle eletrônico de tempearatura
Valmir Zuge - Boqueirão do Leão - RS

Visão das resistências, colocadas no fundo do ninho.

Modelos de colméias com aquecimento artificial contendo placas aquecedoras e termostato.
Nesse sistema os resistores são instalados na tampa e não abaixo do fundo.
Otaviano Carneiro da Cunha Neto
Universidade Federal de São João Del Rei - MG

Hoje tem muito meliponicultor bolando sistemas de aquecimento, que possam ser utilizados em diversos tipos de caixa e que não sejam muito dispendiosos. 
Mas o aquecimento de colméias vale ou não a pena?

Ayrton Vollet Neto; Cristiano Menezes; e Vera Lucia Imperatriz Fonseca; em um artigo que foi publicado na revista Mensagem Doce 103, da APACAME, nos mostram que em um experimento feito em 2008 em Ribeirão Preto, SP, a utilização de aquecimento ofereceu um aumento significativo na postura das abelhas observadas, colônias de Jataís e colonias de Iraís. Nas colônias de Jataí (Tetragonisca angustula) o aumento foi de 70%, já nas de Iraí (Nannotrigona testaceicornis) o aumento foi de 340%. Existia uma diferença entre as colônias de Jataís e Iraís observadas. As colônias de Jataís eram colônias já desenvolvidas enquanto as de Iraís eram colônias jovens ainda em fase de desenvolvimento.

Para o experimento foi desenvolvido um novo tipo de aquecedor de baixo custo.
Foi usada caixa de isopor, soquete e lampada de 7 Wats..

Vocês podem ver esse artigo, na integra, no site da APACAME: 
Se quiserem baixá-lo em PDF, também podem fazê-lo, em:

O aquecedor desenvolvido para esse experimento era de utilização externa.
Os aquecedores eram colocados sob as colméias.

Depois de minha apresentação, a palavra foi então passada para nosso associado Altino Neves, que nos contou como foi a sua visita a Viçosa, na semana do fazendeiro.

Altino Neves

Depois do papo do Altino, o Andreas retomou a palavra e discorreu sobre a necessidade de nossos associados se regulamentarem. 


O Andreas distribuiu cópias de documentos mostrando o que é o CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente e suas atribuições; cópias da Resolução CONAMA 346, que diciplina a utilização das abelhas silvestres nativas, bem como a implantação de Meliponários; da Lei 2155 de 1993, do Rio de Janeiro, que institui a abelha inseto útil e protege a flora melífera; e a matéria "História e atualidade a respeito da Meliponicultura", de Kalhil Pereira França do Meliponário do Sertão e reproduzida em nosso blog com sua autorização, em julho do ano passado.

Depois da explanação do Andreas, não tendo novos assuntos e já passando muito do meio dia, a reunião foi encerrada. Nossa próxima reunião está prevista para o dia 27 de agosto, tempestivamente será feita uma postagem indicando o local da reunião e as matérias a serem debatidas.

Uga,

José Halley Winckler

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