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sábado, 27 de outubro de 2012

Aniversári​o de Faleciment​o do nosso mestre Pompílio

Hoje, dia 27/10/2011, portanto há um ano, o nosso querido Pompílio Vieira de Souza deixou-nos para integrar a Federação Celestial dos Defensores das Abelhas, onde estão os grandes mestres da meliponicultura e da apicultura brasileiras e mundiais.
Durante o tempo em que esteve entre nós, cumpriu um amplo trabalho em prol das abelhas, sendo portanto dono de um rico e extenso currículo, conforme a CBA descreve na publicação da revista Mensagem Doce nº 114 da APACAME, que se encontra adiante transcri
ta.

Ao ensejo, nós da AME-RIO manifestamos nossa alegria por tê-lo como mestre.

Diretoria da AME-RIO.

In Memoriam

POMPILIO VIEIRA DE SOUZA - 1937/2011



O Associativismo Apícola Brasileiro perdeu um de seus maiores ícones neste 27 de outubro de 2011, gaúcho de São Borja, Médico Veterinário, há mais de 70 anos vinha atuando no associativismo e dedicando-se com muita devoção, respeito e amor pelas abelhas, realizando palestras e cursos de Apicultura.

Participou, entre várias fundações: Confederação Brasileira de Apicultura, Federação Apícola do Rio Grande do Sul, Federação Apícola do Rio de Janeiro (FAERJ) e várias associações nas diferentes regiões do Brasil.

Foi fundador e Diretor Presidente da Revista Abelha Rainha a Voz do Apicultor, e recentemente foi eleito Presidente da AME-RIO, Associação de Meliponicultores do Rio de Janeiro.

Durante muitas gestões foi vice-presidente da Confederação Brasileira de Apicultura, presidente da FAERJ e representou a Confederação Brasileira de Apicultura no Congresso Internacional da APIMONDIA em Beijim na China em 1993, oportunidade que levou vários brasileiros para conhecer a apicultura daquele País.

No ano de 1995 organizou uma comitiva de mais de 20 brasileiros para participar do Congresso Internacional da Apimondia em Lausanne na Suíça, depois do congresso foi realizada viagem de turismo e visitas técnicas durante 15 dias.

Foi nomeado, pela resolução SEAAPI Nº 584 DE 31 DE AGOSTO DE 2004, membro da Câmara Setorial Estadual de Apicultura do Conselho Estadual de Política Agrícola e Pesqueira do Estado do Rio de Janeiro.

Lançou o Dicionário de Apicultura- "ABC do Apicultor": 1ª edição em 2000, no Congresso Brasileiro de Apicultura de Florianópolis, 2ª edição em 2002 no Congresso Brasileiro de Apicultura de Campo Grande, Mato Grosso do Sul e 3ª edição em 2010 no Congresso Brasileiro de Apicultura em Cuiabá,MT.

Pompílio foi um verdadeiro devoto às causas da apicultura, acolhendo a todos os apicultores e mestres, incentivando agremiações a se espelharem na organização das abelhas.

Deixa um grande legado de ensinamentos, companheirismo e liderança, oportunizando para muitos apicultores um maior conhecimento na lida com as abelhas, presenteou a muitos os Dicionários de Apicultura "ABC do Apicultor", realizando o sonho em sempre ser útil.

DIRETORIA DA CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE APICULTURA 

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Homenagem a memória do Pompílio

Amanhã dia  27  de outubro completa um ano de falecimento do nosso companheiro Pompílio Vieira de Souza.
Gostaria de fazer uma homenagem a memória do Pompílio apresentando  este texto que ele distribuiu em uma  reunião da AME-RIO.
 Uma pessoa que aprendi  a respeitar e admirar.
Carlos Ivan
Pompílio no dia de sua posse e parte da diretoria da AME-RIO 
                                                           
                                                                                    É BOM SER BOM

Um certo dia li um pequeno tópico numa revista sobre um acidente e resolvi transformar numa pequena história real e comovente, um exemplo para que não percamos as esperanças e encararmos os obstáculos como um desafio e o tempo com fé, resolução, alegria, paz e amor, na certeza de grandes realizações no futuro.

O personagem era FLEMING, um pobre camponês escocês que trabalhava na sua lavoura para ganhar a vida e sustento da família.

Suas terras ficavam próximo à uma fazenda de um homem muito rico, mas parte das suas terras eram pantaneiras e alagadiças, mas não se conheciam.

Certa hora o escocês ouviu um pedido desesperado de socorro, aparentemente de uma criança, vindo do pântano nas proximidades de suas terras.

O senhor FLEMING largou sua ferramenta e correu para o local. Lá chegando, avistou a criança afundando no lodo pouco a pouco acima da cintura, numa lama negra, e o menino afundando aos poucos e gritando, tentando se afastar da morte.

O senhor FLEMING angustiado e com grande dificuldade conseguiu salvar o menino, aconselhando-o que fosse para casa e contasse aos pais, sem procurar saber quem eram seus pais e o menino.

No dia seguinte, uma carruagem riquíssima chegou à humilde casa do escocês. Um nobre elegantemente vestido sai e se apresenta como pai do menino que o senhor Fleming havia salvado, mas sem se identificar.

“Eu quero compensá-lo”, disse o nobre. “Você salvou a vida do meu filho”.

“Não, eu não posso aceitar pagamento pelo que fiz”,respondeu o escocês, recusando todas as ofertas.

Naquele momento, o filho do escocês veio à porta do casebre e encostou-se ao pai.

“É seu filho?”, perguntou o nobre.

“Sim”, respondeu orgulhosamente o escocês.

“Eu lhe ofereci várias recompensas e o senhor não aceitou! Então vou lhe fazer uma proposta:  Deixe-me dar ao seu menino educação escolar. O internarei no melhor colégio de Londres até se formar e assumo todas as despesas”.

“Se o rapaz for como seu pai crescerá e será um homem do qual você terá muito orgulho”. Apesar das dificuldades para visitar o filho interno e distante, o pai aceitou interna-lo numa grande escola.

No colégio o rapaz dedicou-se ao máximo, galgando com sucesso todos os períodos.

Tempos depois o filho do camponês formou em medicina no St. Marys Hospital Medical School, de Londres, dedicando-se também à pesquisas até realizar na época, a sua gigantesca obra, ficando conhecido no mundo inteiro como o notável ALEXANDRE FLEMING, o descobridor da Penicilina e trabalhando como médico nos melhores hospitais de Londres.

Dezenas de anos depois o filho do nobre estava gravemente enfermo com pneumonia foi conduzido ao famoso Dr. FLEMING e em pouco tempo o paciente teve alta curado da enfermidade.

O senhor RANDOLPH, de avançada idade, perguntou ao médico o custo do seu trabalho, e o médico respondeu que não cobrava a ninguém. Só recebia do hospital onde era funcionário. Disse o Dr. FLEMING: “Quem curou o paciente foi a Penicilina”. Mas é curioso não aceitar a recompensa.

O Dr. Fleming disse-lhe: “Eu estudei e me formei, não paguei nada, tudo era pago por empresas de um nobre que possui uma fazenda próxima as antigas terras dos meus pais já falecido, cujas terras foram vendidas por parentes. Mas procurei saber quem pagou meus estudos e sempre me foi ocultado.”

“Só sei que no passado um senhor que tinha uma carruagem de luxo, procurou meu pai querendo gratificá-lo por ter salvado seu filho num atoleiro”.

O velhinho, estarrecido, nervoso perguntou ao médico: “Então o senhor é o filho de um tal escocês.” Orgulhosamente disse o médico ao pai do paciente!

“Sei que esse senhor me levou para estudar num grande colégio e nunca mais o vi”, disse o DR. FLEMING, o descobridor da Penicilina. “Pelo coração daquele senhor e pelo ato de meu pai nunca cobrarei consulta, mas quero o nome do ex-paciente!”.

O senhor em lágrimas, respondeu: “ Eu sou RANDOLPH CHURCHILL, como o senhor já sabe, e o então menino que o senhor salvou é o senhor WINSTON CHURCHILL, meu filho!” Uma das grandes promessas da Inglaterra. E mais tarde, na época da 2ª Guerra Mundial era o 1° Ministro da Inglaterra.

Emoções e lágrimas afloraram naquele momento.

ALERTA

Alguém disse certa vez que “A gente colhe o que planta”.

Realmente poderia ser assim. Porém é necessário sem um boa semente, o local ser próprio e a terra fértil. Do contrário o plantio não germina, ou então não cresce.

No associativismo apícola ou melipônico, o importante é saber ouvi, frequentar as associações ( reuniões), simpósios e congressos, procurar aprender o máximo possível e trabalhar com dedicação, amor, como se não precisasse de dinheiro. Transmitir o que é proveitoso, sem interesse pessoal, pois como disse Confúcio: “O homem superior procura o que é certo – o homem inferior procura o que dá lucro.”

A sábia abelha nos dá o exemplo: “Todas trabalham pelo enxame como também todas trabalham na defesa e ajuda de uma só”. Por isso o enxame é a família mais perfeita existente sobre a Terra.

Na apicultura e na meliponicultura deve ser assim. Ao término do curso básico, deve ingressar numa associação, vincular-se a federação estadual e a Confederação Brasileira requerendo a sua Carteira Nacional de Apicultor ou Meliponicultor.

Se não gosta de um certo dirigente ou da administração, deixe de lado seu modo e observe o que ele faz de bom. Ele está ali por ter sido, escolhido ou eleito, e se foi escolhido é bom.

Não se preocupe com o que a entidade ou aquele dirigente podem oferecer, procure apenas ser útil às abelhas, aos dirigentes e à coletividade, que a Natureza agradece.

Atenda os iniciantes docilmente, sem visar retorno. Um bom apicultor ou meliponicultor poderá ser um grande dirigente. Ajude as pessoas sem esperar nada em troca.

Ame a vida e ao semelhante, como se você nunca tivesse uma decepção e o bom retorno será certo.

O senhor Deus seguirá seus passos e fará justiça para mostrar que: “É Bom se bom”!

                                          Pompílio Vieira Souza

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Próxima reunião da AME-RIO, dia 20 de outubro, será no Campus Fiocruz Mata Atlântica

Amigos da AME-RIO e Internautas,

A nossa reunião mensal, de outubro, dia 20, se realizará no Campus Fiocruz - Mata Atlântica, na Colônia Juliano Moreira em Jacarepaguá - RJ.

A nossa associação está firmando uma parceria com a Fiocruz e nesse local a Fiocruz está nos oferecendo um espaço para implantarmos um Meliponário Escola. Nesse meliponário poderemos capacitar, tanto os novos associados, como os produtores rurais dos arredores do Parque da Pedra Branca, atendidos pelo programa PROFITO, daquela entidade. Esse programa prevê o cultivo orgânico de fito-terápicos nativos nessa região e os responsáveis pelo programa pretendem implantar também a meliponicultura, como meio de agregar outras fontes de renda, que sejam compatíveis com a produção nos arredores de um parque de preservação natural.
O Campus Fiocruz - Mata Atlântica está localizado em Jacarepaguá, junto ao maciço da Pedra Branca e ocupa parte da área anteriormente pertencente à Colônia de Alienados Juliano Moreira, é uma área com vegetação abundante e, com certeza, será excelente para as nossas abelhas.
Com a marcação de nossa reunião para o Campus Mata Atlântica, a reunião prevista para o Parque da Pedra Branca deverá ser transferida para o mês de novembro, provavelmente, a confirmação será feita tempestivamente.

Nossa programação para essa reunião será a seguinte:

1 - Apresentação sobre as parcerias com os Parques Naturais Municipais de Marapendi, Chico Mendes e Bosque da Barra, a reintrodução de abelhas sem ferrão, nessas áreas e o levantamento das abelhas nativas desses parques.
2 - Apresentação do projeto PROFITO e dos seus objetivos e da estratégia de agregar a meliponicultura em um projeto de cultivo orgânico de fitoterápicos em áreas de preservação  permanente e contíguas.

3 - Visita guiada ao local onde deverá ser implantado o Meliponário Escola e uma sala de manejo e atendimento aos associados.
4 - Colocação de iscas PET na área da Fiocruz, com a intenção de fazer o levantamento das espécies de abelhas nativas na área.

INSCRIÇÃO:

A reunião é para os associados da AME-RIO, mas está aberta para todo aquele que se interessar na preservação e cultura das abelhas sem ferrão, qualquer pessoa está convidada a participar de uma de nossas reuniões, para nos conhecer e conhecer um pouco sobre abelhas sem ferrão. 

Os meliponicultores e aficionados de fora do Rio de Janeiro, em visita ao nosso estado, são especialmente convidados a nos conhecer e a dividir conosco um pouco de sua experiência. Por favor entrem em contato conosco pelos telefones  9766-5078 e 9984-9764 ou enviem um e-mail para redator@ame-rio.org.

DATA e HORÁRIO:

Dia 20 de outubro de 2012, de 9:00hs às 16:00hs.

LOCAL:

Campus Fiocruz - Mata Atlântica
Av. Nsa. Senhora de Fátima, s/n (altura do 1746, utilizando a informação do Google Maps) 
Colônia Juliano Moreira - Taquara - Jacarepaguá
Rio de Janeiro - RJ

A explicação de como chegar está no final dessa postagem.

ALIMENTAÇÂO:

Como o local da reunião é razoavelmente afastado, vamos fazer um pique nique (como o realizado no Parque da Tijuca). Solicitamos que cada participante leve um pequeno farnel e uma bebida.

TRANSPORTE

O local é servido pela linhas de ônibus:
   762 - Colônia - Madureira;
   808 - Colônia - Joatinga  (Via Barra Sul);
   831 - Colônia - Joatinga  (Via Barra Sul);
   832 - Colônia - Joatinga  (Via Rio Centro);

Todas as linhas chegam até a Av. Adauto Botelho, na altura do número 530, está a esquina com a Av. Nsa. Senhora de Fátima, tem uma parada de onibus, depois tem uns 15 minutos de caminhada, pela Nsa. Senhora de Fátima, mas se ligarem para os telefones 9766-5078 e 9984-9764, iremos tentar conseguir uma condução para apanhá-los na esquina daquelas ruas.

ATENÇÃO: Estamos pensando em alugar uma VAN, mas o aluguel da VAN vai depender da quantidade de pessoas interessadas por isso, por favor liguem confirmando o interesse, pelo telefone: 9766-5078, até a terça feira da semana que vem, dia 16.

COMO CHEGAR:

- Da Taquara, até a Colônia Juliano Moreira, pegar a Estrada Rodrigues Caldas. 
- Na altura do número 2051 vai ter o Pórtico de Entrada da Colônia Juliano Moreira
- 100 metros depois da entrada da Colônia, seguindo sempre em frente, começa a Av. Adauto Botelho, siga por ela.  (A estrada Rodrigues Caldas vira à direita).
- Na altura do número 530, da Av. Adauto Botelho, tem a esquina com a Av. Nsa. Senhora de Fátima (entrar à direita na Nsa. de Fátima),
- Seguir em frente pela Nsa Senhora de Fátima, por cerca de 900 metros e vamos chegar à entrada do Campus Fiocruz - Mata Atlântica

ATENÇÃO, a numeração constante desta postagem foi retirada o Google Maps, são números aproximados e é provável que vocês não vejam nenhuma casa com os números informados.


Póritico de Entrada para a Colonia Juliano Moreira, 
na altura do número 2051 da Av. Rodrigues Caldas

Primeira esquina dentro da Colonia Juliano Moreira,
Vamos seguir em frente

A partir daqui, estamos na Av. Adauto Botelho
Vamos seguir pouco mais de 500 metros por ela.

Seguir em frente....só vamos entrar a direita quando encontrarmos uma rua pavimentada.

Continuar em frente, esta rua também não é pavimentada...

Continuar em frente

Continuar em frente mais um pouquinho, mais 80 metros e vamos virar a direita,

Chegamos a esquina da Av. Nsa. Senhora de Fátima
Aqui tem a paradasdos ônibus ( Linhas 762 , 808, 831 e 832)

Precisamos entrar à direita, na Nsa. Senhora de Fátima.

Agora é só seguir em frente por pouco mais de 900 metros.

Vamos passar uma ponte.

Acho que estão construindo um condomínio do lado esquerdo...

Mas nós continumamos em frente, lá no fundo já dá para ver a entrada do Campus

Barreira na entrada do Campus. Fiocruz - Mata Atlântica

Campus Fiocruz - Mata Atlântica
Seguir pelo lado direito e estacionar na parte de trás do prédio.

Vista do estacionamento

A entrada do prédio está no lado esquerdo.

Entrada do Prédio do Campus Fiocruz - Mata Atlântica

Imagem do Google, mostrando o trecho que percorremos da entrada da Colônia Juliano Moreira até o Campus Mata Atlântica.
Nessa imagem podemos ver que na área tem bastante vegetação, quem diminuir o zoom vai ver que tem muito mais.

Aguardamos os associados e amigos.

Um abraço,

José Halley Winckler

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

MELIPONICULTURA NA FLORESTA DA TIJUCA

 Hoje vou mostrar como o pessoal da Floresta da Tijuca tem interesse pela Meliponicultura e a conservação dos bens florestais.
A postagem é sobre o salvamento de dois enxames em perigo, que Matheus e sua equipe realizaram nas dependências de um parque recreativo próximo ao centro de visitantes da Floresta da Tijuca.

A história inicia quando a equipe de guardas da Floresta percebeu a existência de um grande enxame de trigonas sob uma das churrasqueiras. Como as informações sobre meliponicultura ficaram mais disseminadas após o projeto do Meliponário na Floresta, acho que todos ficaram mais sensibilizados e alertas pelo tema.

 Essas abelhas na churrasqueira são da mesma espécie que a Júlia observou sobre o Araribá durante o inverno.

Assim que eu soube da existência do enxame, ainda durante o inverno, procurei nas diversas visitas de manutenção que fiz ao meliponário da Floresta da Tijuca, acompanhar a movimentação e o comportamento do enxame. Acabei percebendo a existência de mais um enxame em outra churrasqueira próxima, eram abelhas Jataís.

Conforme o tempo foi firmando e a temperatura subindo, notei na sequência de visitas que fazia ao parque, que os dois enxames corriam perigo. Na falta de outras churrasqueiras vagas, as churrasqueiras com as abelhas começaram a ser cotadas pelos visitantes, apesar da revoada que as abelhas faziam. 
Aí que as coisas começaram a ficar feias.
Não é possível ficar tomando conta de todos os grupos de visitantes ao longo de todo o tempo de permanência. Espera-se dessas pessoas o mínimo de civilidade, ou de consciência ecológica, afinal a mensagem ecológica é bem disseminada por todas as mídias. O mundo hoje em dia é bem conectado tanto para uma criança de 5 anos de idade como para um idoso.
Pois bem, presenciei pelo menos dois finais de ataques do bicho homem aos dois enxames.
Desculpem a crítica, mas esses pseudos adoradores de natureza, que procuram o aconchego de um espaço paradisíaco como a Floresta da Tijuca para passar um fim de semana com a família ou com os amigos, conseguem atacar as pobres abelhas.
Uma vez cheguei e havia uma tocha ainda fumegando enfiada dentro da entrada de um dos enxames. Tocos de madeira, pedaços de carvão privando a entrada das abelhas. Vi de tudo.

Matheus e outros também ficaram indignados com a atitude dos visitantes. Infelizmente quando percebemos esses ataques, os responsáveis já não estavam presentes para serem autuados. Sugeri a equipe da Floresta fazer uma identificação no local de cada enxame, de forma a conscientizar quem fosse utilizar a churrasqueira, mas no final a solução foi bem mais adequada !!! Resgate !!!

Segue abaixo a série de fotos que Matheus e sua equipe fizeram do resgate dos dois enxames.
O primeiro enxame, estava instalado sob a lateral de uma churrasqueira. O trabalho foi duro para a equipe da Floresta, pois foi necessário quebrar a base de cimento para se ter acesso ao enxame.
Não sei como o Matheus e sua equipe conseguiu, pois estas abelhas formavam uma nuvem espessa quando incomodadas, e bombardeavam todos que chegavam perto com resina.
Estas abelhas são muito interessante pois parecem dois tipos diferentes em um mesmo enxame. Haviam alguns indivíduos claros e bastante parecidos com a Trigona fulviventris, a entrada do ninho também é muito parecida com a dessa abelha. E outros indivíduos de abdomen escuro.
Identificação de abelhas não é tão fácil assim, dentro da associação houve dúvida em relação a nomenclatura. O negócio é coletar os espécimes, tanto das abelhas claras, como das escuras, e enviar para para especialistas taxonomistas.
Voltando ao assunto das abelhas da churrasqueira, se fosse colocar algum nome provisório foi sugerido Trigona fulviventris aff., mas o melhor será esperar a identificação correta.
Quem quiser se aventurar na identificação, seguem algumas fotos dessas abelhas!!!

 

 




..... Bem, continuando a apresentar as fotos feitas pelo Matheus, temos um espetacular involucro do tamanho de uma bola de futebol. Olhem como foi preciso abrir caminho através da parede da churrasqueira para retirá-lo por inteiro sem injúrias. O pessoal foi bem cuidadoso até neste aspecto !!
Conforme relato do Matheus, o enxame convivia harmoniozamente com formigas vermelhas, e cupim ... tudo dentro do mesmo buraco !!!!
Abaixo a Rainha, nas mãos do salva vidas de abelhas sem ferrão ...
Mais um close a Rainha em outra perspectiva !!!
Olhem o baita do ninho com discos !!! Comparem com o tamanho das mãos.
Agora o enxame dentro de uma caixa com bastante resina coletada e espalhada pelas paredes.
Corretamente a caixa foi colocada próximo a entrada original para resgatar as campeiras até à noite.
Essa já é a caixa no meliponário.
Rapidamente elas já refizeram a entrada com sua abertura característica !!!
A equipe do parque está de parabéns !!!
A turma não perde tempo e alguns dias depois foi a vez de salvar as Jataís da outra churrasqueira.
Olhem onde elas se meteram, bem na rachadura !!!
Na posição em elas se encontravam, bem na frrente da churrasqueira .... não tinham chance nem de se defenderem quando havia churrasco, o pito sumia até sem querer .... num esbarrão com as pernas do churrasqueiro!
Apesar de menores, as jataís não deixavam os salva vidas de abelhas em paz ... uma camisa serviu de proteção !!!
Gente, reparem como as danadas se escondem bem !!! Olhem o tamanho do estrago que foi feito para resgatá-las !!!
E o rombo foi sendo feito, e mais e mais ... cadê elas ??
Parece uma câmara das pirâmides !!! Lá no interior deste baitão de espaço, bem no meio, um invólucro de Jataís !!!
E todo ele foi então facilmente acessado e retirado daquela casa imprópria !!! Cabia em uma palma de mão, mas é um enxame valente !!!
Foi logo acomodado dentro de uma caixa racional !!!
E mais uma vez, a caixa ficou no local do salvamento até as campeiras retornarem !!!
Um pouco de cera para ajudar na manufatura do pito, e ....
Tudo foi para um local mais adequado ... o meliponário da Floresta da Tijuca
Reparem bem como as danadas são trabalhadeiras !!! Logo, logo, um pito novo. Desta vez, protegido !!!

 A Turma do Matheus está toda de parabéns. O espírito de cuidado e proteção a este importante instrumento de polinização das florestas está vivo entre a equipe da Floresta !!!
As abelhinhas foram devidamente resgatadas e salvas. 
Agora as churrasqueiras estão livres para os visitantes menos "cuidadosos".
PARABÉNS A TURMA DA FLORESTA E SEUS ADMINISTRADORES !!!

Medina