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sexta-feira, 5 de junho de 2015

ENCONTRO DE JUNHO

20 DE JUNHO, fomos a Teresópolis, mais especificamente na UNIFESO, para plantar mais uma semente, na estrada da Prata, no Bairro Prata, na esperança que brote e se torne mais uma prata da nossa associação.

A universidade conta com cursos de Ciências Biológicas, Veterinária, Engenharia dentre muitos outros.
Em uma visita preparatória anterior, em que ainda estava presente entre nós nosso Vice-Presidente Winckler, pudemos acertar detalhes e verificar a estrutura, posicionamento e outros fatores do futuro meliponário no campus da universidade.

Na sequência abaixo: Ivan ( Diretor), Winckler (Vice Presidente, em memória), Medina (Meliponicultor), Gilberto Garcia Queiroz (Apicultor e Meliponicultor); Profa. Denise de Mello Bobány - responsável pelos T.C.Cs do curso de medicina veterinária e professora da disciplina de apicultura básica, e idealizadora do projeto Meliponário-Escola.

Fomos recepcionados por André Vianna Martins, Coordenador do Curso de Medicina Veterinária, que fez uma apresentação dos motivos para que a Universidade invista na meliponicultura.

A Universidade conta com uma NIT (Núcleo de Inovação Tecnológica). O responsável pelo departamento Valter Luiz da Conceição Gonçalves, também coordenador do curso de Farmácia, fez uma introdução da importância das pesquisas e da proteção intelectual como ferramenta de desenvolvimento.

Também tivemos algumas palavras carinhosas da Prof. Denise de Mello Bobány, que foi a idealizadora e jardineira dessa bela semente plantada na Serra dos Órgãos.

E para retribuir a recepção da UNIFESO nosso atual presidente, Gesimar Célio, revelou a satisfação da associação em ter sido lembrada para ajudar nessa empreitada, afinal uma de nossos objetivos além da divulgação da meliponicultura, é o de firmar parcerias com instituições de pesquisa a fim de envidar esforços no desenvolvimento de novas técnicas para a cadeia produtiva.

Apesar de ter sido um sábado que começou com muita chuva e frio, ao contrário do que esperávamos, o auditório ficou cheio de interessados. Alunos e professores de vários cursos e associados deixaram suas camas quentes, muitos até pegaram estrada, para participar desse encontro em Teresópolis. Um aluno de biologia me esclareceu que para eles aquela temperatura estava agradável. Eles costumam sair muitas vezes da aula tarde da noite, e aí sim, dizem ser muito frio!!!

A primeira palestra foi minha. E além de abordar temas comuns de meliponicultura, aproveitei o cenário dentro de um centro de ensino e pesquisa para falar sobre a possibilidade do acesso a tecnologias da eletrônica para fins de pesquisa. Os alunos devem aproveitar a existência de uma NIT na universidade, pois ela pode oferecer segurança nos vários caminhos possíveis que venham escolher.
Professores de engenharia e biologia entreolharam-se! Torço para que tenha plantado mais uma semente.

Em seguida, Júlia nos brindou com seus conhecimentos sobre plantas. Explicou a importância dos cipós e trepadeiras no ciclo florestal e para as nossas abelhas. Deu exemplo de várias espécies que fazem significativa diferença para quem quer ter diversidade para suas abelhas.

 Do lado de fora do auditório Gilberto apresentou sua produção de caixas, em diversos modelos.


A AME-RIO por sua vez fez uma exposição com caixas, ferramentas / equipamentos básicos, iscas pets, maquete de enxame, livros e diversos outros itens demonstrativos.

Claro que o já tradicional piquenique colaborativo também teve seu lugar garantido. 
Desta vez, tivemos também a colaboração local, e agradecemos àqueles que ajudaram a incrementar nosso almoço:
Ração de Vale - Sabor do Peixe - Mundo Verde - Ecol - Apiário Serrano e a cantina da UNIFESO, que juntas forneceram bebidas, bolos, biscoitos, méis e café.
Depois do piquenique, todos rumaram em direção ao meliponário, que fica na beira de um fragmento florestal e próximo do prédio de ciências Biológicas. Mais ou menos onde a seta indica.


E as abelhas que estavam durante toda a manhã tranquilamente forrageando no meio daquela grande paz, foram tomadas por um grande susto. De repente todo seu espaço de voo foi tomado por muitos curiosos. Estava sendo inaugurado o novo meliponário-escola da FESO. Valter Luiz, Carlos Alfredo (coordenador do curso de ciências biológicas), André Vianna, e Denise Bobány estavam felizes pelo empreendimento.

Enquanto isso, lá dentro do meliponário nosso diretor Ivan estava apresentando a meliponicultura, na prática, aos alunos e convidados. Explicações para muitas perguntas ... 










E a nossa foto final com a galera toda !!!


E assim, após essa bela jardinagem, no meio do verde da serra, terminamos nossa reunião, com muitas sementes plantadas.
MEDINA

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Tucanaíra!

Este foi mais um artigo sobre subprodutos melipônicos que achei muito interessante, e por isso reproduzo na integra. Foi extraído do http://pompeiahidromeis.com/2014/12/12/tucanaira/#comments .

  Tomo a liberdade de também acrescentar um  dos comentários, logo em seguida do texto, pois era uma informação que eu não sabia e acho muito importante divulgar, afinal trata-se de nossa cultura que está se esvaindo por entre nossos dedos!
Receitas podem ser vistas em outras publicações da mesma página....
Boa leitura !!!
Medina 

Olá a todos! Hoje recebi um texto muito interessante escrito pelo Marcelo Muta Ramos de São Paulo, texto este muito bem elaborado e que conta informações muito importantes sobre os hidroméis de origem nativa. Isso mesmo, nossos índios já produziam e tomavam hidromel aqui desde muito antes de qualquer colonizador chegar por essas terras. Que tal resgatarmos mais informações preciosas como essa? Fiquem com esse belo texto com que o Muta presenteou a todos nós.
Tucanaíra
(Por Marcelo Muta Ramos) O Hidromel, como já bastante falado em sua literatura – principalmente internacional – tem suas origens capazes de ser recontadas até o início da civilização, pois apesar de menos documentado, o hidromel já seria viável e desejado desde a época em que éramos seres meramente coletores. Diferente do vinho e da cerveja (cujas quantidade necessária só seria conseguida a partir do cultivo agrícola), o hidromel poderia ser produzido sempre que uma colmeia fosse encontrada. Seguindo esse raciocínio podemos imaginar o quão dispersa pelo mundo é a cultura do hidromel, e em breves pesquisas descobrir hidroméis tradicionalíssimos espalhados pelos quatro cantos do globo: África, Ásia, Europa, América, todos têm seus representantes mais conhecidos em países como México, Etiópia, China, Índia e todo um balaio de países europeus. Pensando nisso, cabe a pergunta: o Brasil, com um território tão extenso, com fauna e flora tão diversa e tendo abrigado no passado uma grande quantidade de nações nativas, não tem um exemplozinho sequer de hidromel? Nossas abelhas nativas, ou ASF (um pouco mais sobre elas pode ser encontrado nesse artigo aqui do próprio Pompéia), são quase todas mansas, não possuem um ferrão desenvolvido como as do gênero Apis (nativas da África, Ásia, Europa e Oriente Médio) e produzem meles saborosíssimos, inclusive em alguns casos em quantidade até que considerável. Nossas frutas são das mais saborosas e diversas e água (bom, pelo menos nos tempos do descobrimento) sempre foi abundante. E com tudo isso não temos um hidromel nacional? A resposta é SIM, nós temos! Junto com uma variedade de fermentados a base de raízes, cereais e frutas (onde o Cauim é um dos maiores expoentes), fermentados de mel também eram consumidos pelos índios nativos brasileiros em festas que viravam noites e se estendiam por dias a fio. Dentre as possibilidades, um dos hidroméis brasileiros encontrados é a Tucanaíra, bebida fermentada típica dos Tembés (tribo historicamente localizada no nordeste da amazônia, hoje no que seria entre o Pará e o Maranhão), produzida a partir de água, mel de nossas abelhas nativas e do saburá, que é basicamente o conjunto de potes de pólen coletados pelas ASF, pólen esse de grande qualidade, diga-se de passagem.
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Potes de pólen de abelhas jataí.
Com todos esses ingredientes diluídos e bem misturados, o mosto era deixado sob o sol por alguns dias (Fermentação espontânea e com leveduras indígenas… Imaginem as possibilidades aqui!) enquanto fermentava, para depois ser coado e colocado em um pote de barro que ficava pendurado sob o teto de uma casa (creio que o termo oca seria mais adequado) enquanto maturava. Infelizmente faltam mais detalhes e uma “árdua” pesquisa ainda se fará necessária. Mas tenham certeza que eu já estou criando minhas abelhas nativas para um dia tentar reproduzir a receita da forma mais precisa possível. Felizmente, uma pequena descrição de uma festa dos Tembés, a Festa Tucanaíra (descrita por Lima Figueiredo), pôde ser encontrada, como visto a seguir:
“A FESTA TUCANAÍRA
Eram dezenove horas…
O som estridente das buzinas reúne todos, tal qual o toque do clarim no quartel. Somente as mulheres velhas ficavam dentro de casa.
Guerreiros, velhos, moços e crianças formam uma linha em frente à casa do chefe da tribo, entoando um canto lúgubre. O coro só é interrompido, quando o chefe sai e com as mãos para o ar resmunga uma cantiga bárbara que é de vez em quando interrompida pelo estribilho de todos.
Aproveitam esta música então, para a dança. Os convivas descrevem dois círculos consecutivos tendo o chefe por centro. À medida que vão cantando, o círculo ora gira para a esquerda, ora para a direita. Todos batem forte os pés e a roda continua oscilante. O chefe entoa cantos que é respondido pelo coro com: gê-gê-gê.
De repente a cantoria para, a fim de que as mulheres que haviam ficado dentro de casa cantem. Aproveitam essa ocasião para beber tucanaíra, que é servida em uma cuia e passada de mão em mão. Os homens dançam com seus arcos e alternados com as moças.
Esta festa tinha o nome de penêc (dança em tupi).
 Ou seja, no ritual tínhamos hidromel, que era consumido com festa, que era acompanhado de muita dança e muita música, ou seja: o hidromel brasileiro é envolto em alegria e carrega em sua essência a alegria do povo brasileiro. Um brinde à Tucanaíra!
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COMENTÀRIO:
Ips says : 15/12/2014 às 13:28
Em SC o hidromel é produzido pelos índios Kaigang há séculos. A universidade estadual de Floripa possui alguns, bem densos até, sobre o assunto.

Receita com mel de jataí


Achei muito interessante e resolvi deixar publicado aqui na nossa página, assim outras pessoas podem achar mais essa boa e simples ideia de como consumir mel de jataí com saburá!!

Boa sobremesa!!
Medina

    Por Heloisa Lupinacci

(Foto: Felipe Rau/AE)
Por Neide Rigo
Banana com saburá
Ingredientes
1 banana
Mel de jataí
Grãos de saburá
Canela em pó
Preparo
Asse uma banana com casca, abra e espalhe por cima um pouco de mel de jataí, grãos de saburá e canela em pó.
Vinagre
O mel de jataí tem teor de umidade que pode variar de 20% a 30%, ante 17% do mel de Apis. Por isto, fermenta com facilidade. Se o produto não foi pasteurizado, o ideal é que se guarde na geladeira. Ou, se quiser aproveitar da facilidade de fermentação, faça um vinagre.