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domingo, 29 de janeiro de 2012

Reunião da AME-RIO - Janeiro

Amigos da AME-RIO e Internautas,

Ontem, realizamos nas dependências da escola Wenceslao Bello, na Penha, Rio de Janeiro, a primeira reunião desse ano. Dessa vez não foi uma reunião de estudos, mas uma Assembléia Geral Ordinária, tratando mais de assuntos internos e urgentes de nossa associação. Vou tentar reproduzir aqui o que foi a reunião:

Por ser Assembléia Geral, a reunião precisava quorum para ser realizada, portanto não pode começar no horário previsto para as 9:00hs, precisando aguardar para o horário de segunda convocação, quando pode ser realizada com a presença de mais de um terço dos associados em dia com suas obrigações.

Enquanto se esperava o início da reunião a diretoria projetou algumas imagens de florações de plantas melíferas, entre elas uma esplêndida floração de Ora-pro-nobis (Pereskia aculeata), do latim "rogai-por-nós", que é uma cactácea, um cacto trepadeira com folhas. Tem espinhos e pode ser usada em cercas vivas, se desenvolvendo bem tanto na sombra como no Sol. Originária do continente americano, encontram-se variedades dessa hortaliça perene, rústica e resistente à seca da região sudeste do Brasil, à Florida nos
Estados Unidos.
Vídeo disponibilizado por Oderno Teves

Segundo as tradições populares, o nome dessa planta teria sido criado por pessoas que a colhiam no quintal de um padre, enquanto ele rezava em latim: Ora pro nobis. O nome científico é uma homenagem ao cientista francês Nicolas-Claude Fabri de Peiresc, e o termo aculeata vem do latim e significa espinho ou agulha.

É um vegetal rico em ferro e ajuda a curar anemias. Usa-se como o orégano, em forma de folha seca e moída. Também é usado no preparo da farinha múltipla, complemento nutricional no combate à fome. Suas folhas são ricas em mucilagem, que contribui para o bom funcionamento do intestino.

Ora-pro-nobis (Pereskia aculeata)

As folhas secas e moídas são usadas em diferentes receitas, especialmente em sopas, omeletes, tortas e refogados. Muita gente prefere consumir as folhas cruas em saladas ou refogadas, acompanhando o prato principal. Outros usam como mistura para enriquecer farinha, massas e pães em geral. Nas cidades históricas de Minas Gerais é servido cotidianamente, sendo considerada a planta mais popular.

Pela riqueza de sua floração em pólen e néctar, é considerado excelente planta melífera. Possui 25,4% de proteínas, sendo conhecido como "carne dos pobres", vitaminas A, B e C, rica em ferro e minerais como cálcio e fósforo.
Outro vídeo do Oderno, com enorme revoada de abelhas

A variedade com flores brancas é a mais adequada para consumo, e suas folhas podem ser ingeridas refogadas ou mesmo cruas, as flores também são comestíveis. A variedade comestível tem o miolo alaranjado e folhas pequenas e suculentas. Serve também para alimentação animal, in natura ou na ração, barateando os custos de produção.

O ora-pro-nobis é propagado por meio de estacas plantadas em solo fértil enriquecido com matéria orgânica e, depois de enraizadas, são transplantadas para o local definitivo.

O ora-pro-nobis não pode ser confundido com a variedade grandiflora ou a bleo que têm flores rosa (muito comuns no Brasil e difíceis de serem diferenciadas sem a florada.

Entre outros, também foi projetado um vídeo da Embrapa Amazonia Oriental, a respeito de Meliponicultura.



As 10 horas iniciámos a reunião, eu vou tentar descrever a mesma, mas vou precisar utilizar a memória, o responsável pela ata foi o Carlos Ivan, que secretariou a Assembléia, qualquer coisa eu corrijo depois.

A reunião foi aberta por nosso Presidente Andreas Dako, que relembrou o aniversário de 5 anos da AME-RIO, comemorado no dia 13 de Janeiro e também o aniversário da CBA, confederação master da apicultura e meliponicultura brasileira, que transcorre em 28 de Janeiro, data em que estávamos realizando nossa reunião. O presidente também parabenizou o Adalto Monteiro de Castro, nosso associado e que aniversaria neste mês.


Após as palavras iniciais, o Andreas indicou o Marco Antonio Guimarães para presidir a Assembléia, indicação aceita pela totalidade dos presentes e pelo próprio. O Marco Antonio convidou o Carlos Ivan Siqueira  para secretariar a Assembléia.


1) Dando inicio aos trabalhos da Assembléia, o Presidente passou a palavra ao Andreas, pedindo para ele explicar por que precisava que a Assembléia ratificasse seu nome, como Presidente da associação. O Andreas disse que embora tivesse sido eleito Vice-presidente, e portanto fosse por direito e de fato o sucessor de nosso finado Presidente Pompílio, seu nome não constava como Presidente em nenhum documento registrado. E como ele necessitava representar a Associação junto a órgãos oficiais e instituições financeiras, precisava ter um documento oficial da Associação dizendo que ele era o Presidente da AME-RIO. Pelo mesmo motivo ele pediu que os diretores indicados por ele, fossem confirmados oficialmente em seus cargos. Como nenhum dos presentes se opôs, o Presidente da Assembléia determinou que isso fosse lavrado em ata.


2) A seguir foram apresentadas as contas do período anterior e o parecer do Conselho Fiscal entregue pelo Presidente do Conselho Fiscal Sr. Pedro Paulo Peixoto.


O Presidente Andreas, com a concordância do atual diretor financeiro, Altino Silva Neves, apresentou os saldos financeiros da associação e discriminou o patrimônio referente às colmeias de abelhas sem ferrão que  possuímos apenas pelo número de colmeias, já que as mesmas só terão valor monetário se efetuada a venda.  A seguir o sócio Gesimar Célio leu o parecer do Conselho Fiscal que declara que as notas fiscais e o movimento apresentado pareciam corretos, apenas diverge do modo de apresentação do patrimônio em colmeias em poder dos associados.


Posta em votaçao as contas do período foram aprovadas pela maioria dos presentes.


3) Quanto a eleição de novo conselheiro para o Conselho Fiscal, foi levantado que o Conselho Fiscal já tem três suplentes eleitos, não sendo necessária nova eleição para completar os membros efetivos e por isso o presidente determinou que os membros remanescentes devem ser convocados para se reunir e apresentar a nova formação do conselho fiscal efetivo.

4) Quanto a indicação de quem deveria substituir o Presidente nos seus impedimentos e em caso de vacância do cargo, ficou decidido que deve ser cumprido o atual estatuto e portanto não existe sucessor em caso de vacância do cargo, portanto uma Assembléia Geral Extraordinária, precisará ser convocada, para eleição de Presidente e Vice-presidente para completar a atual gestão. Para substituir o presidente em caso de eventuais impedimentos, o estatuto já dá ao presidente o direito de nomear alguém para representá-lo em atividades internas e externas. De ato pronto o presidente indicou o Carlos Ivan Siqueira, como a pessoa encarregada de substituí-lo em eventuais necessidades.

5) Alteração do estatuto para inclusão da diretoria de divulgação: Ao ser feita a sugestão o associado José Winckler argumentou que não seria necessário, que um coordenador poderia ser nomeado para essa função. Concordando com a argumentação a Assembléia achou por bem deixar essa alteração para ser melhor estudada em uma próxima revisão do Estatuto.


6) Alterar os estatutos para incluir item que definisse como atribuição compulsória da diretoria a divulgação previa do Plano de Atividades Anual: O presidente Andreas pediu a palavra e argumentou que a seu ver um Plano Anual de Atividades não era factível, que isso já tinha sido divulgado em gestões anteriores e que precisou ser alterado no final, e que para divulgar um plano de atividades que contivesse expressões tipo "a ser confirmado" era melhor não divulgar nada. Que já tínhamos definido um calendário de reuniões e isso para ele parecia suficiente, se bem que o próprio calendário de reuniões precisou ser alterado, logo na primeira reunião, pois como não temos local próprio, dependemos de utilização de locais cedidos por terceiros e que estes não tem como confirmar programação com a antecedência pretendida. A Assembléia secundou a opinião expressa pelo Presidente Andreas.


7) Re-exame da decisão da AGO de janeiro do ano passado que criou novas categorias de sócios. Depois de extensas discussões a Assembléia decidiu extinguir a categoria de Sócio Especial 1, composta por sócios  inadimplentes a mais de 3 meses, que perdiam temporariamente os seus direitos, até solicitarem sua volta a categoria de sócio contribuintes, para isso precisariam fazer o pagamento de apenas 3 mensalidades. As categorias de Sócios Especiais 2 e 3 permanecerão, sendo entretanto renomeadas para Sócios especiais 1  e 2, e integradas por sócios que pediram afastamento e que durante o seu afastamento não terão obrigação de pagar mensalidades, mas não poderão usufruir dos direitos de sócios, voltando a categoria de contribuinte assim que pedirem o cancelamento do afastamento, para pedir o afastamento os sócios precisam estar adimplentes com suas obrigações. A outra categoria é constituída de estudantes ou ruralistas que comprovarem não ter como cumprir com a obrigação financeira dos associados contribuintes, estes associados poderão participar de todos os eventos e cursos da entidade, mas não tem o direito de voto ou de serem votados.


8) Formação de comissão encarregada de revisar, alterar e apresentar versão consolidada do Estatuto, a ser aprovada por Assembléia Geral. Essa proposição foi aprovada pela Assembléia que indicou os senhores Walter Gressler, Gesimar Célio dos Santos e José Halley Winckler para formar a referida comissão.

9) Concessão de títulos de sócios honorários e inclusão no Conselho de Ciência: a Assembléia confirmou as indicações do Prof. Dr. Rogério Marcos de Oliveira Alves e do Sr. Waldir Ribeiro Osório.

Depois disso foram tratados em assuntos gerais, alguns assuntos internos da diretoria e o Presidente da AGO, Marco Antonio, encerrou a Assembléia, solicitando ao secretário que todos os assuntos tratados fossem registrado na Ata, para que a mesma possa ser registrada.

Espero não ter esquecido nada mais importante.

Nossa próxima reunião será no dia 25 de fevereiro, no Parque Estadual da Pedra Branca.

UGA
José Halley Winckler

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

As estações do ano - produção das abelhas

Olá a todos ! hoje irei falar sobre o planeta terra, e as estações do ano, e as abelhas;

_e começaremos com as apresentações sobre nosso maravilhoso mundo que nos mantêm, nos dá abrigo vida e morte.onde tudo começa e tudo termina.
nosso planeta é único no sistema solar,talvez até no universo.e não há surpresa quando você considera a exorbitante sorte ,que foi necessária para criar nosso mundo.

O que torna a terra tão especial,foi a maneira como tudo se juntou e se uniu para criar as condições perfeitas para a vida.Foram necessários 4 bilhões e meio de anos para transformar a terra de uma rocha barrenta no mundo que conheçemos hoje.está sendo uma íncrivel jornada de catástrofe e renovação.Mas agora este íncrivel e raro planeta,está enfrentando seu maior desafio,a humanidade!!!
a questão é ele sobreviverá????
meu nome é elvis oliveira e quero mostrar para vocês como uma parte de nosso mundo funciona.
existem quatro estações, 4 estações,quentes,frias,floridas,chuvosas.
vamos começar pelo VERÃO:
Verãoverão:O movimento de translação e a inclinação do eixo terrestre em 23°27’ em relação ao plano orbital são responsáveis pela variação de energia solar que atinge a superfície terrestre durante o ano. Essa diferença de radiação solar durante o ano resultou em quatro estações: primavera, verão, outono e inverno.
O verão é a estação do ano que sucede a primavera e antecede o outono. No Hemisfério Norte, o verão se estende de 21 de junho a 23 de setembro; no Hemisfério Sul, ele ocorre entre os dias 21 de dezembro a 20 de março.
Durante essa estação do ano, uma porção da Terra está mais próxima do Sol, fazendo com que os dias sejam mais longos que as noites. Esse fato faz com que vários países adotem o horário de verão, adiantando em uma hora o relógio, de forma a economizar energia elétrica e diminuir o consumo nos horários de pico.
As temperaturas são elevadas e é comum a ocorrência de chuvas, pois a evaporação das águas se intensifica em razão do calor. Normalmente, o verão é a estação do ano destinada às férias escolares, pois esse período é propício à realização de viagens, sobretudo para cidades litorâneas.
Outono outono: O Outono é uma estação caracterizada pelas noites mais longas que os dias. Outros fenômenos marcantes desse período são as mudanças bruscas de temperatura, diminuição da umidade do ar, a mudança na coloração das folhas das árvores (elas começam a “amarelar”), etc.
No Hemisfério Norte, o outono tem início no dia 23 de setembro e termina no dia 22 de dezembro; no Hemisfério Sul, essa estação do ano se inicia no dia 20 de março e termina no dia 20 de junho.
Durante essa estação ocorre a maioria das colheitas agrícolas, pois os produtos cultivados já estão bastante desenvolvidos. As folhas, com poucos nutrientes, além dos frutos bastante maduros, caem no chão. O outono é a estação de transição do verão para o inverno.
Inverno inverno:Caracterizado como a estação com as temperaturas mais baixas, o inverno se entende de 21 de dezembro a 22 de março, no Hemisfério Norte; e de 21 de junho a 23 de setembro no Hemisfério Sul. O inverno tem início com o término do outono e antecede a primavera.
As noites são mais longas que os dias nas regiões onde é inverno, visto que a incidência de raios solares é menor nessa porção da Terra. Durante essa estação do ano, várias espécies de aves migram para outros locais com o intuito de fugir do frio.
Os países localizados na Zona Temperada do Norte (entre o Trópico de Câncer e o Círculo Polar Ártico) e na Zona Temperada do Sul (entre o Trópico de Capricórnio e o Círculo Polar Antártico) apresentam as quatro estações bem definidas, com invernos rigorosos, registrando baixas temperaturas.
O Brasil, por apresentar a maior parte do território na Zona Intertropical (próxima à linha do Equador), não possui as quatro estações bem definidas. O inverno é mais rigoroso nos estados da Região Sul (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul). Esses locais podem registrar temperaturas negativas, além da ocorrência de neve em determinados pontos.
e a primavera!!!:Primavera:A primavera é a estação do ano que tem início com o fim do inverno. No Hemisfério Sul, a primavera começa no dia 23 de setembro e termina no dia 21 de dezembro; no Hemisfério Norte, essa estação inicia no dia 22 de março e termina em 21 de junho.
A principal característica da primavera é o reflorescimento da flora, sendo considerada a estação mais florida do ano. Esse período é marcado por belas paisagens formadas pela natureza, com uma grande diversidade de flores, tais como orquídeas, jasmim, violeta, hortênsia, crisântemo, entre outras.
A temperatura durante a primavera é bastante agradável. No entanto, é importante ressaltar que essas estações são bem definidas apenas na Zona Temperada do Norte (entre o Círculo Polar Ártico e o Trópico de Câncer) e na Zona Temperada do Sul (entre Círculo Polar Antártico e o Tropico de Capricórnio)e nestas épocas que o trabalho das abelhas se intensifica muito mais,com a alta produção de flores, uma colméia tende a produzir muito mais.é justamente nesta época e no verão , que a rainha,visa que a produção é três vezes maior,começa a produzir células reais, as quais originaram uma futura rainha que formará um novo enxame.ou se o enxame for novo, a rainha produzirá,muitos ovos,sem a idéia, de produção de um novo enxame.como terá mais flores, terá mais abelhas,que darão mais néctar e polén,que darão mais discos de cria!
por isso que é melhor dividir enxames na primavera e no verão!

abraços,
Elvis Oliveira




Nota da Redação:

Elvis Oliveira tem 13 anos, é apaixonado por meliponicultura, mora na região do Pantanal e cria abelhas Jataí.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Iniciando a criação de Jatais - Capitulo V

Amigos da AME-RIO e Internautas,

Dando seqüência a nossa serie de postagem, mostrando uma enxameação de Jataís (Tetragonisca angustula), que tenta se estabelecer em um pote de sorvete. Vou deixar de falar possível enxameação, pois é uma enxameação, agora é torcer para que ela se desenvolva com sucesso.


Na última postagem,  http://www.ame-rio.org/2012/01/amigos-da-ame-rio-e-internautas-hoje.html , vimos que as abelhinhas tinham reconstruído sua entrada e que o movimento tinha se intensificado.


Então vamos continuar com o relato de minha cunhada.

"(...continuando)

.....

Também vi um visitante (ou intruso), já pela segunda vez e hoje eu estava com a câmera na mão: um marimbondo preto. Ele voou no meio das abelhas, pousou algumas vezes, uma vez ele parecia que ia pegar uma das abelhas, as abelhinhas desviaram, não atacaram.




E o melhor no fim: com todo cuidado e calma arrisquei uma olhada para dentro da casinha. Que espetáculo! Mas vejam vocês mesmos, na foto. 


E fica também respondida a grande questão: se temos uma rainha ? Sim!!!! :)   A parte onde ela estava sentada não ficou 100% nítida, mas não quis incomodar as abelhas demais, então tirei uma fotinha só.

Uma boa semana para vocês!

Beijo, Ines e Rodrigo"

Maravilha ! 

Já começaram a construir as estruturas do ninho e parece que a soberana já assumiu o seu trono.




Ainda não atingiu a plenitude fisiogástrica, mas está lá, firme, sacudindo as asas, espalhando seus feromônios e mantendo a agregação da nova colônia. Agora é preciso acompanhar com mais calma. 

Eu os aconselhei a proteger melhor o pote, revestindo-o totalmente de papelão ou então que fosse colocado dentro de uma caixa, de madeira ou papelão, mas que ficasse fechado, protegido de excesso de calor e frio e onde não entrasse qualquer claridade, para que as abelhas não se sintam obrigadas a propolisar tudo por dentro, impedindo futuras observações. 

Também pedi que, se fosse possivel, colocassem um acetato ou plástico transparente na boca do pote, para possibilitar eventuais observações sem a perda de feromônios.

Vamos aguardar o envio de novas imagens e comentários, mas minha cunhada já falou que agora que elas estão com movimento interno, vai espaçar mais as observações.

UGA

José Halley Winckler
Rio de Janeiro.

Essa enxameação aconteceu em São Leopoldo, Rio Grande do Sul, em um bairro alto e arborizado.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Iniciando a criação de Jatais - Capitulo IV

Amigos da AME-RIO e Internautas,

Hoje vamos dar continuação a nossa série de postagens mostrando uma possível enxameação de Jataís (Tetragonisca angustula), que estão tentando fazer sua casa em um pote de sorvete. Vocês podem ver a postagem anterior em: http://www.ame-rio.org/2012/01/iniciando-criacao-de-jatais-capitulo.html 

Nessa postagem a minha cunhada expressou sua preocupação pelas abelhas terem destruído a sua entrada, durante a aproximação de um temporal, no início da noite de sábado. Bem, parece que no domingo a coisa já tinha mudado. Acompanhem:

"Olá

Hoje de manha, as 7:20h, as abelhas já estavam acordadas e trabalhando bastante. 



Elas refizeram a entrada outra vez...


... desta vez em forma de concha com parede fina. 



Ah, também estou enviando um videozinho, mostrando o movimento das abelhas nesse domingo, foi o dia inteiro assim:



Agora de tardezinha, ainda tinha bastante movimento na frente da casinha.


Beijos",

É, como ela tinha dito anteriormente, as abelhas são surpreendentes, quando parece que está tudo bem, elas vão lá e desmancham tudo o que tinham feito, no outro dia fazem tudo de novo... e a gente só pode esperar.... e torcer que nos próximos dias elas estejam ainda melhores.


UGA


José Halley Winckler
Rio de Janeiro


A enxameação está acontecendo na cidade de São Leopoldo no Rio Grande do Sul, em um bairro alto e muito arborizado.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Iniciando a criação de Jataís - Capítulo III

Amigos da AME-RIO e Internautas,


Nós começamos uma série de postagens, mostrando uma possível enxameação de Jataís (Tetragonisca angustula). A postagem anterior está em: http://www.ame-rio.org/2012/01/iniciando-criacao-de-jatais-capitulo-ii.html


Essa história está ocorrendo em São Leopoldo, RS - no Bairro Sinodal, um bairro bastante arborizado daquela cidade. 


Já estamos no final de janeiro e não seria época de enxameação, mas a gente nunca sabe bem o que as abelhas pretendem fazer, cada dia elas nos surpreendem. Parece que elas estão aceitando um pote de sorvete, para fazer sua casa.


Minha cunhada está acompanhando de perto as abelhinhas e se há cerca de três meses ela destruiu uma colonia, porque como alemã, não conhecia as Jataís, agora que ela descobriu que são abelhas e que não tem ferrão, acho que está se apaixonando por elas. Olhem o e-mail que ela enviou:

"Olá

Cada dia as abelhas inventam uma coisa nova...


Ontem elas fecharam a entrada da casa, de forma que somente uma abelha por vez conseguia passar. Assim estava hoje de manhã. As abelhas entraram e saíram o dia todo, trabalhando.





A noite por volta das 20.30h, já estava escuro e um temporal estava se aproximando, fomos dar boa noite às abelhas, aí elas estavam muito agitadas e tinham aberto a entrada completamente. Registrei o momento com a câmera do celular.




A gravação ficou bem ruinzinha, mas dá para ter uma ideia do estado delas. Abaixo um outro registro da mesma situação.




Amanhã cedo eu farei novas tomadas, vou ficar torcendo que as abelhas continuem na sua casinha nova, mas estou preocupada com esta entrada aberta.
 
Beijo",




Bem, se ela está preocupada, eu também não posso dizer que esteja tranquilo, não estava esperando que elas destruíssem a entrada que passaram quase dois dias para fazer.


Mas agora só resta esperar, na próxima postagem vamos ver o que aconteceu com a nova colônia, se alguém souber o que precisa ser feito nesses casos, por favor nos avise.


Abraços,


José Halley Winckler
Rio de Janeiro

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Iniciando a criação de Jataís - Capítulo II

Amigos da AME-RIO e Abenautas,


Com certeza todos viram a postagem que fiz anteriormente e que deu origem a esta série:
http://www.ame-rio.org/2012/01/iniciando-criacao-de-jatais-capitulo-i.html 


Bem a poucos dias eu recebi um novo e-mail de minha cunhada

"Booom dia! 


Parece que as abelhinhas me perdoaram ehhehe



Vou tirar as fotos em resolução mais alta, as primeiras eram somente para dar uma impressão mesmo e para lembrança.
 


Fiz uma outra mudança e espero que as abelhas aceitem. Colei jornal em volta. Pois as noites, agora com esse tempo meio nublado, são fresquinhas e nenhuma abelha dorme dentro da casinha ainda. Também ainda não construíram nada, so ficaram entrando e saindo da casa o domingo inteiro. Ontem foram menos abelhas, até de meio-dia na hora da siesta.



Te mantenho informado sobre nossas abelhinhas. 



Beijo,"

Parece que as abelhas diminuíram, não era bem o que eu estava esperando e com certeza vocês também estavam torcendo para que o movimento aumentasse e não diminuísse, mas isso podia ser só uma pausa, de qualquer forma no outro dia eu recebi um novo e-mail, curto mas mais alentador.

Boooooa noite!

tudo bem?

A foto do dia em anexo é da entrada da casa nova.

(é a foto original e o recorte)

Beijo



Ela acabou enviando só o recorte, onde podemos ver três abelhas trabalhando na construção da entrada, (se ela enviar a foto original, eu incluo mais tarde). Mas dá para ver a cera bem escura que minha cunhada tentou colar no furo de entrada, está na parte de cima, e a cera mais clara, que as abelhas estão trabalhando. Pode até no final não vingar, mas que elas estão trabalhando estão.

Depois eu conversei com meu irmão e ele me contou que nessa noite ele resolveu abrir o pote e viu que um punhado de abelhas dormiu dentro do pote. Eu gostei da informação, mas pedi que ele não abrisse mais o pote por enquanto, o melhor é a observação externa, se ficarmos mexendo as abelhas podem desistir e ir procurar um lugar mais tranquilo.

No outro dia eu recebi um outro e-mail, aumentando bem nossa esperança.

"Booooa noite!

Nossas abelhas mandam lembranças. 
Trabalharam bastante durante o dia e de tardezinha tinham fechado a entrada, que já era pequena, ainda mais agora. Mal passam tres abelhinhas ao mesmo tempo. 
Quando cheguei da aula a noite, dei mais uma olhadinha e... tataaaaaah...  tinha uma abelinha saindo, dando uma volta e entrando na casa cada 2-3 minutos. Então, temos aí, oficialmente, a primeira noite na casa nova. :)

Beijos e boa noite,"







Está ficando bastante interessante, vamos aguardar para ver o que vai acontecer a partir de agora.

UGA,

José Halley Winckler

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Iniciando a criação de Jataís - Capítulo I

Amigos da AME-RIO e Internautas,

Na semana passada eu estava conversando com meu irmão e ele me falou que algumas abelhas estavam tentando fazer sua casa numa lata de lixo, da casa dele. Inclusive ele me disse que minha cunhada já estava tentando matar aqueles bichos, mas ele viu e falou que se ela fizesse isso, o dia que eu a encontrasse, eu iria torcer o pescoço dela. Não é para tanto, mas com certeza eu ficaria chateado se isso acontecesse.
Meu irmão e minha cunhada são totalmente urbanos e nada sabem sobre abelhas nativas, ela, que é alemã, sabe menos ainda, pois lá abelhas sociais são só as apis. Já o meu irmão uma vez esteve no meu meliponário e inclusive me ajudou a fotografar algumas jataís, por isso ele lembrou que aqueles bichos, não eram insetos quaisquer, nem moscas, nem mosquitos, mas abelhas e que eu cuidava com muito carinho delas. Por isso, ele lembrou que aqueles bichinhos eram abelhas. Inclusive me mandou uma foto que tinha tirado das abelhas na lata de lixo.


Quando eu vi a foto, notei que elas não estavam querendo fazer a casa na lata de lixo, elas já tinham feito e alguém tinha tirado, agora elas estavam tendo aproveitar a cera que sobrou. Ao menos foi a minha impressão. Quando eu falei para ele, ele confessou que realmente, há cerca de 3 meses, quando minha cunhada esteve na Alemanha visitando os pais, as abelhas fizeram a casa na lata de lixo do quintal, quando ela voltou viu aqueles insetos alojados lá e retirou a casa, inclusive jogou um pouco de inseticida nos bichos.
Agora eles estavam voltando e aí foram salvos pela lembrança de meu irmão. Depois de saber que aqueles bichinhos eram abelhas inofensivas, que não tinham ferrão e não incomodavam ninguém, minha cunhada começou a simpatizar com eles, mas elas não podiam fazer a sua casa na lata de lixo, pois ela precisava dela. Então meu irmão disse para ela me perguntar o que deveria fazer.

Eu pedi para que ela raspasse bem a lata de lixo, para tirar todo resto de cera, e colocasse dentro de uma caixinha  de madeira, de mais ou menos de 15x15x15 e com um furinho de cerca de 5mm e colocasse a caixinha no lugar da lata de lixo. Mas acho que ela pediu para o meu irmão e ele não fez a caixa, então ela usou um pote de sorvete.

Há poucos dias eu recebi um e-mail da minha cunhada com as fotos abaixo:

"Boooom dia!

Voltei da convenção em São Paulo e estava muito curiosa para ver as
nossas abelhinhas.

Elas aceitaram a casa nova, tem muitas em volta de entrada, entrando e
saindo da casinha. Como acharam um furinho na tampa vedada da lata de
lixo tirei e substitui por um banquinho, as abelhas não se incomodaram
com isso. No poste de madeira do lado tem um monte delas sentadas,
acho que para esperar ou descansar, é isso? 
Agora também são muito mais abelhas, antes na lata de lixo não tinha
mais que 100, agora parece o dobro (não sei se da para ver nas fotos,
mais são muuuuitas :) )

Beijo e bom fim de semana!"


As abelhas parecem ter gostado do pote de sorvete, acho que gostaram mais da cera que foi colocada dentro e um pouquinho que foi esfregado no furinho e passaram a frequentar esse pote.


Além das abelhas em volta do pote, muitas abelhas resolveram estacionar na pilastra ao lado.


E até no chão tinha abelhas....

Bem, eu pedi que minha cunhada ficasse de olho no desenvolvimento das abelhas nessa caixinha e de tempos em tempos me enviasse fotos da mesma, para que a gente acompanha-se.

Vou tentar fazer uma série de  postagens com o desenvolvimento das abelhas, tomara que isso aconteça, vocês vão saber.

O nome científico da abelha jataí é Tetragonista angustula angustula, ela pode ser criada em praticamente todo o Brasil, essa específica está localizada em São Leopoldo - RS.

UGA

José Halley Winckler
Rio de Janeiro

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Jataís, além de operárias, tem soldados !


Espécie de abelha tem soldados especializados

17/01/2012
Por Karina Toledo
Agência FAPESP – Uma nova pesquisa acaba de revelar que entre as abelhas jataí (Tetragonisca angustula) existem indivíduos adaptados fisicamente para desempenhar ao longo da vida uma única função: defender a colmeia.
Até então, os cientistas achavam que a divisão de tarefas nas colônias fosse baseada apenas na idade das abelhas e que todas, com exceção da rainha, desempenhassem os mais diferentes papéis. O estudo, feito por cientistas do Brasil e do Reino Unido, foi publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).
“Entre formigas e cupins a existência de castas especializadas e fisicamente adaptadas a uma determinada função é bem conhecida e descrita na literatura. Mas entre abelhas isso é um fato novo”, disse Cristiano Menezes, pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental e um dos autores do artigo.
A pesquisa, feita em parceria com pesquisadores da Universidade de Sussex, é um desdobramento do Projeto Temático "Biodiversidade e uso sustentável de polinizadores, com ênfase em abelhas Meliponini", realizado no âmbito do Programa BIOTA-FAPESP e coordenado pela professora Vera Lúcia Imperatriz Fonseca, do Instituto de Biociências da USP.
“Fazíamos outra pesquisa com abelhas jataí para tentar descobrir como elas identificam se um indivíduo pertence ou não à colônia. Foi quando notamos que as guardas eram bem maiores que as outras. Foi chocante, pois a diferença era perceptível a olho nu”, contou Menezes.
Testes de laboratório não só confirmaram que as abelhas soldados eram 30% mais pesadas do que as forrageiras – encarregadas de buscar alimento – como também revelaram diferenças morfológicas entre as duas castas. “Vimos que as forrageiras possuem a cabeça maior, enquanto as guardas têm pernas mais desenvolvidas. Verificamos ainda diferenças no tamanho do tórax e das asas, porém menos significativas”, disse.
Essas variações físicas, possivelmente, estão ligadas às atividades que cada abelha executa. Como as forrageiras saem da colônia em busca de alimento e precisam memorizar o caminho de volta, necessitam de um cérebro mais desenvolvido. Já os soldados se valem das pernas maiores para atacar o inimigo e imobilizá-lo com própolis. “Novas pesquisas são necessárias para confirmar essa hipótese”, disse Menezes.
Os pesquisadores também verificaram que há uma subdivisão entre as abelhas soldados. Uma parte guarda a entrada da colônia enquanto outra fica sobrevoando o local e monitora a chegada de inimigos. Ao todo, a casta representa apenas 1% da colônia – entre 30 e 50 indivíduos –, número suficiente para atender a demanda por defesa.
Rivais
As chamadas abelhas ladras, como as da espécie iratim (Lestrimelitta limao), são as principais ameaças para as jataís. Esses insetos costumam invadir as colmeias de outras espécies para roubar mel, pólen, alimento das larvas e até cera. Mas, como os próprios pesquisadores ressaltam no artigo, embora as jataís sejam abelhas sem ferrão, não são indefesas.
Na segunda etapa da pesquisa, os cientistas analisaram como esses soldados se comportavam diante do ataque de uma abelha ladra. “Com uma pinça especial, pegávamos uma iratim e colocávamos na frente da colônia de jataís. Em instantes as guardas que sobrevoavam a colmeia mordiam a asa da invasora, impedindo-a temporariamente de voar”, contou Menezes.
Como as abelhas invasoras eram maiores e mais fortes que a jataí, geralmente conseguiam levar a melhor. Mas, quanto maior era a guarda, mais tempo durava a briga e mais tempo a colônia tinha para se preparar para a invasão.
Quando a chegada das inimigas era notada com bastante antecedência, contou o pesquisador, as abelhas soldados conseguiam até evitar a pilhagem. Para isso, bloqueavam a entrada da colmeia com resinas, deixando todas as abelhas confinadas por dois dias.
“Nossa hipótese é que os ataques sucessivos de abelhas ladras foram a grande força evolutiva que fez as jataís desenvolverem uma casta especializada em defesa”, disse Menezes.
Mas essa diferenciação física, ressaltou o pesquisador, também tem um custo. “Indivíduos muito especializados não conseguem desempenhar outras tarefas se necessário. Não conseguem atuar como forrageiras, por exemplo, para atender a necessidades momentâneas da colônia”, explicou.
Até onde se sabe, o caso das jataís é único entre as abelhas. Nas demais espécies, a divisão de trabalho é baseada na idade das abelhas, o que os cientistas chamam de polietismo etário.
As operárias mais novas desempenham funções internas, como produzir e manipular a cera, limpar favos, produzir células onde serão abrigadas as larvas, manipular o lixo internamente. Após certa idade, assumem funções externas. Primeiro levam o lixo para fora da colmeia e, por último, tornam-se guardas e forrageiras.
“As funções mais arriscadas são as últimas, pois, se as abelhas morrerem, já desempenharam todas as outras. A perda é menor para a colônia”, explicou Menezes.
Muito comum no interior de São Paulo, as abelhas jataí pertencem à tribo Meliponini, também conhecidas como abelhas sem ferrão. Essa tribo foi foco do Projeto Temático coordenado por Imperatriz-Fonseca e concluído em 2010.

 Fonte: http://agencia.fapesp.br/15039