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quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Iniciando a criação de Jatais - Capitulo V

Amigos da AME-RIO e Internautas,

Dando seqüência a nossa serie de postagem, mostrando uma enxameação de Jataís (Tetragonisca angustula), que tenta se estabelecer em um pote de sorvete. Vou deixar de falar possível enxameação, pois é uma enxameação, agora é torcer para que ela se desenvolva com sucesso.


Na última postagem,  http://www.ame-rio.org/2012/01/amigos-da-ame-rio-e-internautas-hoje.html , vimos que as abelhinhas tinham reconstruído sua entrada e que o movimento tinha se intensificado.


Então vamos continuar com o relato de minha cunhada.

"(...continuando)

.....

Também vi um visitante (ou intruso), já pela segunda vez e hoje eu estava com a câmera na mão: um marimbondo preto. Ele voou no meio das abelhas, pousou algumas vezes, uma vez ele parecia que ia pegar uma das abelhas, as abelhinhas desviaram, não atacaram.




E o melhor no fim: com todo cuidado e calma arrisquei uma olhada para dentro da casinha. Que espetáculo! Mas vejam vocês mesmos, na foto. 


E fica também respondida a grande questão: se temos uma rainha ? Sim!!!! :)   A parte onde ela estava sentada não ficou 100% nítida, mas não quis incomodar as abelhas demais, então tirei uma fotinha só.

Uma boa semana para vocês!

Beijo, Ines e Rodrigo"

Maravilha ! 

Já começaram a construir as estruturas do ninho e parece que a soberana já assumiu o seu trono.




Ainda não atingiu a plenitude fisiogástrica, mas está lá, firme, sacudindo as asas, espalhando seus feromônios e mantendo a agregação da nova colônia. Agora é preciso acompanhar com mais calma. 

Eu os aconselhei a proteger melhor o pote, revestindo-o totalmente de papelão ou então que fosse colocado dentro de uma caixa, de madeira ou papelão, mas que ficasse fechado, protegido de excesso de calor e frio e onde não entrasse qualquer claridade, para que as abelhas não se sintam obrigadas a propolisar tudo por dentro, impedindo futuras observações. 

Também pedi que, se fosse possivel, colocassem um acetato ou plástico transparente na boca do pote, para possibilitar eventuais observações sem a perda de feromônios.

Vamos aguardar o envio de novas imagens e comentários, mas minha cunhada já falou que agora que elas estão com movimento interno, vai espaçar mais as observações.

UGA

José Halley Winckler
Rio de Janeiro.

Essa enxameação aconteceu em São Leopoldo, Rio Grande do Sul, em um bairro alto e arborizado.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Iniciando a criação de Jatais - Capitulo IV

Amigos da AME-RIO e Internautas,

Hoje vamos dar continuação a nossa série de postagens mostrando uma possível enxameação de Jataís (Tetragonisca angustula), que estão tentando fazer sua casa em um pote de sorvete. Vocês podem ver a postagem anterior em: http://www.ame-rio.org/2012/01/iniciando-criacao-de-jatais-capitulo.html 

Nessa postagem a minha cunhada expressou sua preocupação pelas abelhas terem destruído a sua entrada, durante a aproximação de um temporal, no início da noite de sábado. Bem, parece que no domingo a coisa já tinha mudado. Acompanhem:

"Olá

Hoje de manha, as 7:20h, as abelhas já estavam acordadas e trabalhando bastante. 



Elas refizeram a entrada outra vez...


... desta vez em forma de concha com parede fina. 



Ah, também estou enviando um videozinho, mostrando o movimento das abelhas nesse domingo, foi o dia inteiro assim:



Agora de tardezinha, ainda tinha bastante movimento na frente da casinha.


Beijos",

É, como ela tinha dito anteriormente, as abelhas são surpreendentes, quando parece que está tudo bem, elas vão lá e desmancham tudo o que tinham feito, no outro dia fazem tudo de novo... e a gente só pode esperar.... e torcer que nos próximos dias elas estejam ainda melhores.


UGA


José Halley Winckler
Rio de Janeiro


A enxameação está acontecendo na cidade de São Leopoldo no Rio Grande do Sul, em um bairro alto e muito arborizado.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Iniciando a criação de Jataís - Capítulo III

Amigos da AME-RIO e Internautas,


Nós começamos uma série de postagens, mostrando uma possível enxameação de Jataís (Tetragonisca angustula). A postagem anterior está em: http://www.ame-rio.org/2012/01/iniciando-criacao-de-jatais-capitulo-ii.html


Essa história está ocorrendo em São Leopoldo, RS - no Bairro Sinodal, um bairro bastante arborizado daquela cidade. 


Já estamos no final de janeiro e não seria época de enxameação, mas a gente nunca sabe bem o que as abelhas pretendem fazer, cada dia elas nos surpreendem. Parece que elas estão aceitando um pote de sorvete, para fazer sua casa.


Minha cunhada está acompanhando de perto as abelhinhas e se há cerca de três meses ela destruiu uma colonia, porque como alemã, não conhecia as Jataís, agora que ela descobriu que são abelhas e que não tem ferrão, acho que está se apaixonando por elas. Olhem o e-mail que ela enviou:

"Olá

Cada dia as abelhas inventam uma coisa nova...


Ontem elas fecharam a entrada da casa, de forma que somente uma abelha por vez conseguia passar. Assim estava hoje de manhã. As abelhas entraram e saíram o dia todo, trabalhando.





A noite por volta das 20.30h, já estava escuro e um temporal estava se aproximando, fomos dar boa noite às abelhas, aí elas estavam muito agitadas e tinham aberto a entrada completamente. Registrei o momento com a câmera do celular.




A gravação ficou bem ruinzinha, mas dá para ter uma ideia do estado delas. Abaixo um outro registro da mesma situação.




Amanhã cedo eu farei novas tomadas, vou ficar torcendo que as abelhas continuem na sua casinha nova, mas estou preocupada com esta entrada aberta.
 
Beijo",




Bem, se ela está preocupada, eu também não posso dizer que esteja tranquilo, não estava esperando que elas destruíssem a entrada que passaram quase dois dias para fazer.


Mas agora só resta esperar, na próxima postagem vamos ver o que aconteceu com a nova colônia, se alguém souber o que precisa ser feito nesses casos, por favor nos avise.


Abraços,


José Halley Winckler
Rio de Janeiro

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Iniciando a criação de Jataís - Capítulo II

Amigos da AME-RIO e Abenautas,


Com certeza todos viram a postagem que fiz anteriormente e que deu origem a esta série:
http://www.ame-rio.org/2012/01/iniciando-criacao-de-jatais-capitulo-i.html 


Bem a poucos dias eu recebi um novo e-mail de minha cunhada

"Booom dia! 


Parece que as abelhinhas me perdoaram ehhehe



Vou tirar as fotos em resolução mais alta, as primeiras eram somente para dar uma impressão mesmo e para lembrança.
 


Fiz uma outra mudança e espero que as abelhas aceitem. Colei jornal em volta. Pois as noites, agora com esse tempo meio nublado, são fresquinhas e nenhuma abelha dorme dentro da casinha ainda. Também ainda não construíram nada, so ficaram entrando e saindo da casa o domingo inteiro. Ontem foram menos abelhas, até de meio-dia na hora da siesta.



Te mantenho informado sobre nossas abelhinhas. 



Beijo,"

Parece que as abelhas diminuíram, não era bem o que eu estava esperando e com certeza vocês também estavam torcendo para que o movimento aumentasse e não diminuísse, mas isso podia ser só uma pausa, de qualquer forma no outro dia eu recebi um novo e-mail, curto mas mais alentador.

Boooooa noite!

tudo bem?

A foto do dia em anexo é da entrada da casa nova.

(é a foto original e o recorte)

Beijo



Ela acabou enviando só o recorte, onde podemos ver três abelhas trabalhando na construção da entrada, (se ela enviar a foto original, eu incluo mais tarde). Mas dá para ver a cera bem escura que minha cunhada tentou colar no furo de entrada, está na parte de cima, e a cera mais clara, que as abelhas estão trabalhando. Pode até no final não vingar, mas que elas estão trabalhando estão.

Depois eu conversei com meu irmão e ele me contou que nessa noite ele resolveu abrir o pote e viu que um punhado de abelhas dormiu dentro do pote. Eu gostei da informação, mas pedi que ele não abrisse mais o pote por enquanto, o melhor é a observação externa, se ficarmos mexendo as abelhas podem desistir e ir procurar um lugar mais tranquilo.

No outro dia eu recebi um outro e-mail, aumentando bem nossa esperança.

"Booooa noite!

Nossas abelhas mandam lembranças. 
Trabalharam bastante durante o dia e de tardezinha tinham fechado a entrada, que já era pequena, ainda mais agora. Mal passam tres abelhinhas ao mesmo tempo. 
Quando cheguei da aula a noite, dei mais uma olhadinha e... tataaaaaah...  tinha uma abelinha saindo, dando uma volta e entrando na casa cada 2-3 minutos. Então, temos aí, oficialmente, a primeira noite na casa nova. :)

Beijos e boa noite,"







Está ficando bastante interessante, vamos aguardar para ver o que vai acontecer a partir de agora.

UGA,

José Halley Winckler

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Iniciando a criação de Jataís - Capítulo I

Amigos da AME-RIO e Internautas,

Na semana passada eu estava conversando com meu irmão e ele me falou que algumas abelhas estavam tentando fazer sua casa numa lata de lixo, da casa dele. Inclusive ele me disse que minha cunhada já estava tentando matar aqueles bichos, mas ele viu e falou que se ela fizesse isso, o dia que eu a encontrasse, eu iria torcer o pescoço dela. Não é para tanto, mas com certeza eu ficaria chateado se isso acontecesse.
Meu irmão e minha cunhada são totalmente urbanos e nada sabem sobre abelhas nativas, ela, que é alemã, sabe menos ainda, pois lá abelhas sociais são só as apis. Já o meu irmão uma vez esteve no meu meliponário e inclusive me ajudou a fotografar algumas jataís, por isso ele lembrou que aqueles bichos, não eram insetos quaisquer, nem moscas, nem mosquitos, mas abelhas e que eu cuidava com muito carinho delas. Por isso, ele lembrou que aqueles bichinhos eram abelhas. Inclusive me mandou uma foto que tinha tirado das abelhas na lata de lixo.


Quando eu vi a foto, notei que elas não estavam querendo fazer a casa na lata de lixo, elas já tinham feito e alguém tinha tirado, agora elas estavam tendo aproveitar a cera que sobrou. Ao menos foi a minha impressão. Quando eu falei para ele, ele confessou que realmente, há cerca de 3 meses, quando minha cunhada esteve na Alemanha visitando os pais, as abelhas fizeram a casa na lata de lixo do quintal, quando ela voltou viu aqueles insetos alojados lá e retirou a casa, inclusive jogou um pouco de inseticida nos bichos.
Agora eles estavam voltando e aí foram salvos pela lembrança de meu irmão. Depois de saber que aqueles bichinhos eram abelhas inofensivas, que não tinham ferrão e não incomodavam ninguém, minha cunhada começou a simpatizar com eles, mas elas não podiam fazer a sua casa na lata de lixo, pois ela precisava dela. Então meu irmão disse para ela me perguntar o que deveria fazer.

Eu pedi para que ela raspasse bem a lata de lixo, para tirar todo resto de cera, e colocasse dentro de uma caixinha  de madeira, de mais ou menos de 15x15x15 e com um furinho de cerca de 5mm e colocasse a caixinha no lugar da lata de lixo. Mas acho que ela pediu para o meu irmão e ele não fez a caixa, então ela usou um pote de sorvete.

Há poucos dias eu recebi um e-mail da minha cunhada com as fotos abaixo:

"Boooom dia!

Voltei da convenção em São Paulo e estava muito curiosa para ver as
nossas abelhinhas.

Elas aceitaram a casa nova, tem muitas em volta de entrada, entrando e
saindo da casinha. Como acharam um furinho na tampa vedada da lata de
lixo tirei e substitui por um banquinho, as abelhas não se incomodaram
com isso. No poste de madeira do lado tem um monte delas sentadas,
acho que para esperar ou descansar, é isso? 
Agora também são muito mais abelhas, antes na lata de lixo não tinha
mais que 100, agora parece o dobro (não sei se da para ver nas fotos,
mais são muuuuitas :) )

Beijo e bom fim de semana!"


As abelhas parecem ter gostado do pote de sorvete, acho que gostaram mais da cera que foi colocada dentro e um pouquinho que foi esfregado no furinho e passaram a frequentar esse pote.


Além das abelhas em volta do pote, muitas abelhas resolveram estacionar na pilastra ao lado.


E até no chão tinha abelhas....

Bem, eu pedi que minha cunhada ficasse de olho no desenvolvimento das abelhas nessa caixinha e de tempos em tempos me enviasse fotos da mesma, para que a gente acompanha-se.

Vou tentar fazer uma série de  postagens com o desenvolvimento das abelhas, tomara que isso aconteça, vocês vão saber.

O nome científico da abelha jataí é Tetragonista angustula angustula, ela pode ser criada em praticamente todo o Brasil, essa específica está localizada em São Leopoldo - RS.

UGA

José Halley Winckler
Rio de Janeiro

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Jataís, além de operárias, tem soldados !


Espécie de abelha tem soldados especializados

17/01/2012
Por Karina Toledo
Agência FAPESP – Uma nova pesquisa acaba de revelar que entre as abelhas jataí (Tetragonisca angustula) existem indivíduos adaptados fisicamente para desempenhar ao longo da vida uma única função: defender a colmeia.
Até então, os cientistas achavam que a divisão de tarefas nas colônias fosse baseada apenas na idade das abelhas e que todas, com exceção da rainha, desempenhassem os mais diferentes papéis. O estudo, feito por cientistas do Brasil e do Reino Unido, foi publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).
“Entre formigas e cupins a existência de castas especializadas e fisicamente adaptadas a uma determinada função é bem conhecida e descrita na literatura. Mas entre abelhas isso é um fato novo”, disse Cristiano Menezes, pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental e um dos autores do artigo.
A pesquisa, feita em parceria com pesquisadores da Universidade de Sussex, é um desdobramento do Projeto Temático "Biodiversidade e uso sustentável de polinizadores, com ênfase em abelhas Meliponini", realizado no âmbito do Programa BIOTA-FAPESP e coordenado pela professora Vera Lúcia Imperatriz Fonseca, do Instituto de Biociências da USP.
“Fazíamos outra pesquisa com abelhas jataí para tentar descobrir como elas identificam se um indivíduo pertence ou não à colônia. Foi quando notamos que as guardas eram bem maiores que as outras. Foi chocante, pois a diferença era perceptível a olho nu”, contou Menezes.
Testes de laboratório não só confirmaram que as abelhas soldados eram 30% mais pesadas do que as forrageiras – encarregadas de buscar alimento – como também revelaram diferenças morfológicas entre as duas castas. “Vimos que as forrageiras possuem a cabeça maior, enquanto as guardas têm pernas mais desenvolvidas. Verificamos ainda diferenças no tamanho do tórax e das asas, porém menos significativas”, disse.
Essas variações físicas, possivelmente, estão ligadas às atividades que cada abelha executa. Como as forrageiras saem da colônia em busca de alimento e precisam memorizar o caminho de volta, necessitam de um cérebro mais desenvolvido. Já os soldados se valem das pernas maiores para atacar o inimigo e imobilizá-lo com própolis. “Novas pesquisas são necessárias para confirmar essa hipótese”, disse Menezes.
Os pesquisadores também verificaram que há uma subdivisão entre as abelhas soldados. Uma parte guarda a entrada da colônia enquanto outra fica sobrevoando o local e monitora a chegada de inimigos. Ao todo, a casta representa apenas 1% da colônia – entre 30 e 50 indivíduos –, número suficiente para atender a demanda por defesa.
Rivais
As chamadas abelhas ladras, como as da espécie iratim (Lestrimelitta limao), são as principais ameaças para as jataís. Esses insetos costumam invadir as colmeias de outras espécies para roubar mel, pólen, alimento das larvas e até cera. Mas, como os próprios pesquisadores ressaltam no artigo, embora as jataís sejam abelhas sem ferrão, não são indefesas.
Na segunda etapa da pesquisa, os cientistas analisaram como esses soldados se comportavam diante do ataque de uma abelha ladra. “Com uma pinça especial, pegávamos uma iratim e colocávamos na frente da colônia de jataís. Em instantes as guardas que sobrevoavam a colmeia mordiam a asa da invasora, impedindo-a temporariamente de voar”, contou Menezes.
Como as abelhas invasoras eram maiores e mais fortes que a jataí, geralmente conseguiam levar a melhor. Mas, quanto maior era a guarda, mais tempo durava a briga e mais tempo a colônia tinha para se preparar para a invasão.
Quando a chegada das inimigas era notada com bastante antecedência, contou o pesquisador, as abelhas soldados conseguiam até evitar a pilhagem. Para isso, bloqueavam a entrada da colmeia com resinas, deixando todas as abelhas confinadas por dois dias.
“Nossa hipótese é que os ataques sucessivos de abelhas ladras foram a grande força evolutiva que fez as jataís desenvolverem uma casta especializada em defesa”, disse Menezes.
Mas essa diferenciação física, ressaltou o pesquisador, também tem um custo. “Indivíduos muito especializados não conseguem desempenhar outras tarefas se necessário. Não conseguem atuar como forrageiras, por exemplo, para atender a necessidades momentâneas da colônia”, explicou.
Até onde se sabe, o caso das jataís é único entre as abelhas. Nas demais espécies, a divisão de trabalho é baseada na idade das abelhas, o que os cientistas chamam de polietismo etário.
As operárias mais novas desempenham funções internas, como produzir e manipular a cera, limpar favos, produzir células onde serão abrigadas as larvas, manipular o lixo internamente. Após certa idade, assumem funções externas. Primeiro levam o lixo para fora da colmeia e, por último, tornam-se guardas e forrageiras.
“As funções mais arriscadas são as últimas, pois, se as abelhas morrerem, já desempenharam todas as outras. A perda é menor para a colônia”, explicou Menezes.
Muito comum no interior de São Paulo, as abelhas jataí pertencem à tribo Meliponini, também conhecidas como abelhas sem ferrão. Essa tribo foi foco do Projeto Temático coordenado por Imperatriz-Fonseca e concluído em 2010.

 Fonte: http://agencia.fapesp.br/15039

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Parque Estadual da Pedra Branca - Rio de Janeiro

Amigos da AME-RIO e Internautas,

Na quinta feira passada, em companhia do Carlos Ivan, diretor secretário da AME-RIO fomos conhecer o Parque Estadual da Pedra Branca, convite já feito há bastante tempo pelo Christiano Figueira, que é o meliponicultor responsável pela preservação de abelhas nativas nesse parque.


Esse parque é considerado a maior reserva florestal em área urbana no mundo, sua área é de 12.500 hectares e dentro dele se encontra o Pico da Pedra Branca, com 1.024 metros  de altitude esse é o ponto culminante da cidade do Rio de Janeiro.


A entrada principal do parque fica na Estrada do Pau da Fome, em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. A melhor maneira de chegar até lá é a seguinte: Pelo Largo da Taquara em Jacarepaguá, entrar na Estrada do Rio Grande e seguir até o Largo da Capela, onde termina a Rio Grande. Entrar na Estrada do Pau da Fome e seguir em frente uns dez minutos, até a entrada da sede. Estrada do Pau da Fome, número 4003.


Logo na entrada existe um bela construção, perto fica o prédio da administração e depois muito mato, ou muita mata.

Canaletas conduzindo água, dentro do parque.

Por todo o parque.

Riachos pedregosos.

Com água super limpa.

Bela cachoeiras.

E trilhas com muita sombra.

O parque é um lugar especial e parece ser um ótimo lugar para se encontrar e criar abelhas nativas.


Logo que chegamos o Christiano nos levou até a área onde existia um orquidário, ele pretende recuperar essa área e além das orquídeas e bromélias, quer montar um meliponário, junto as plantas.


 Dentro do parque ainda existe uma estrada que serve a antigos moradores da área e que ainda não foram realocados. Essa estrada passa ao lado dos predios da administração.


Junto a esses prédios o Christiano instalou uma caixa decorada, com um ninho de Iraí (Nannotrigona testaceicornis).


E outra com um ninho de Jataí (Tetragonisca angustula angustula).

Um dos objetivos do Christiano é instalar outras caixas, com exemplos de outras abelhas de ocorrência na região, mandaçaias, guaraipos, mirins, tubunas, mandaguaris, uruçus e outras abelhas, ele inclusive já localizou ninhos de guaraipos, mirins e mandaguairis dentro do parque, mas ele não pretende retirá-los. Seu objetivo é levar mais abelhas para o parque e não retirar nada da natureza. Ele até pretende capturar algumas abelhas com ninhos iscas, no parque e nos seus arredores, já tendo instalado algumas caixas para isso, mas mesmo essas serão utilizadas para multiplicação de enxames dentro da área do parque, para repovoamento e não serão matéria de comercialização.


Acima temos a entrada de uma Mandaguari amarela (Scaptotrigona xanthotricha), sua boca está a cerca de 8 metros de altura em uma árvore bem próxima do orquidário.

,

Já as abelhas acima devem ser retiradas, são abelhas africanizadas (Apis melífera) e estão instalada em um galho, a mais de 15 metros de altura, infelizmente não consegui uma boa focagem, com minha câmera, além de a luz não ajudar.


Nosso amigo Carlos Ivan tratou a imagem, mas mesmo assim não ficou muito boa, mas já da para ver os favos de abelhas apis pendurados no galho, sem nenhuma proteção, esse tipo de ocorrência não é muito normal, mas acontece de vez em quando. Provavelmente as campeiras demoraram para encontrar um abrigo melhor e as abelhas carregadas de mel, começaram a produzir cera e construíram os favos no próprio galho onde o enxame deveria estar estacionado, a espera de localização de um abrigo. Acho que algum apicultor pode explicar melhor esse acontecimento ou talvez o João Pedro Cappas possa fazê-lo.

A direção do Parque da Pedra Branca pretende fazer a retirada de todos os enxames de abelhas exóticas que localizarem, da mesma forma que está erradicando as jaqueiras e outras árvores exóticas. Por ser área de preservação da flora e fauna nativas, o parque não pretende manter qualquer espécie que não seja de ocorrência natural na área.

Voltando ao assunto de localizar enxames, em muros e árvores no lado externo do parque, o Christiano já localizou diversos enxames.


Acima uma colônia de mirins, não sei qual seria a espécie, acredito que possa ser uma plebeia, pela forma da entrada, mas não sei qual.


Outra mirim, no mesmo muro.


Aqui uma colônia de Iraís, com o canudo curto.


O Christiano me mostrou outra colônia de Iraís, com o canudo um pouquinho maior.


Nesse muro coberto pela trepadeira unha de gato (Ficus pumila), o Christiano apontou uma outra colônia de abelhas.


Mesmo me aproximando, estava difícil de ver a colônia.


Mas chegando bem perto dá para ver a entrada de jataí, com uma grande quantidade de abelhas, deve ser uma colônia bastante forte.


O Christiano me mostrou uma árvore onde a cerca de 10 metros de altura ele disse ter um ninho de iraís.


Aproximando, descobri que não era um, mas eram dois ninhos de iraís, agora de canudos longos.


Uma descoberta bem interessante foi a que o Christiano fez enquanto estávamos lá no parque. A parede acima é do prédio de administração,  que acabou de ser pintado. A cor da parede não é branca, é amarela, mas o reflexo da luz mudou a cor na foto. Aproximando-se dá para ver um minúsculo furo, de cerca de 1,5 ou 2 mm e vimos insetos entrando nele, a princípio pensei que fosse uma vespinha solitária, mas depois deu para ver que eram abelhas bastante pequenas.


Deve ser um tipo de mirim, a entrada provavelmente foi destruída com a pintura, mas as abelhas conseguiram reabrir a entrada. Eu cheguei a ver abelhas entrando, até carregando pólen, mas não consegui fotografar. Vamos ver se no dia 24 de setembro alguém identifica essa abelha e as mirins mostradas anteriormente.

Ah, eu esqueci de contar que  a direção do Parque Estadual da Pedra Branca, a pedido do Christiano, disponibilizou a área do parque para que a AME-RIO fizesse a sua reunião mensal do mês de setembro. A reunião será no dia 24 de setembro, mesmo final de semana do Apimondia, tínhamos pensado em não realizar reunião em setembro devido ao Congresso Mundial, mas em respeito àqueles associados, que por seus próprios motivos não vão participar desse evento, resolvemos realizá-la de qualquer maneira. Quem não puder ir a Argentina vai ter uma reunião para falar de abelhas aqui no Rio de Janeiro e para conhecer o que o Parque está fazendo pela preservação das abelhas e do restante da fauna e da flora da região.

Eu e o Ivan aproveitamos e convidamos o diretor do Parque, Alexandre Marau Pedroso, a vice-diretora Vanessa e os biólogos Heloína e Leonardo para participar de nossa reunião do dia 27 de agosto, que vai ser no sítio do Antônio Abreu.


O Cristhiano também nos mostrou a Boca de Sapo (Partamona heleri), que ele transferiu para o Parque há alguns dias.

Enquanto o Christiano estava me mostrando o parque e suas abelhas, vieram chamá-lo para atender o pedido de uma escola próxima, para retirar um gambá que estava preso em uma lata de lixo da escola.
Eu resolvi acompanhar o Christiano e o funcionário do parque que foram atender o pedido.


Foi fácil descobrir o que tinha acontecido, o pessoal da escola deixou as lixeiras abertas.


Encostadas no muro que dá para uma mata cerrada.


Dois gambás vieram futucar no lixo e acabaram caindo dentro da lata e estavam lá muito mais assustados do que a funcionária que os viu e ligou para o parque. Também ficou fácil resolver o caso, foi só virar a lata do outro lado do muro e deixar os gambazinhos irem embora, recolher o lixo que foi junto e mais uma vez recomendar aos funcionários da escola, que mantivessem as latas de lixo tapadas.

Na volta eu aproveitei e ofereci para o Christiano uma dúzia de iscas feitas de garrafa PET. Ele gostou tanto que resolveu distribuí-las na mata, naquele dia mesmo.



Agora é só torcer para que até o dia de nossa reunião alguma isca já tenha atraido alguma abelha.

Parabéns a diretoria e a equipe de biólogos do Parque da Pedra Branca pela iniciativa de preservar e tornar conhecidas as abelhas nativas da região e parabéns ao Christiano por tê-los incentivado e assessorado nessa iniciativa, com a sua participação já ocorreram diversas palestras e apresentações sobre as abelhas, não só no parque, mas também no Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista.

Acho que o Christiano vai ter muito o que nos contar no dia 27 de agosto e também no dia 24 de setembro.

UGA

José Halley Winckler