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quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Abelhas sem ferrão no México

Associados e amigos,


Essa matéria não é minha, mas achei-a tão interessante que resolvi fazer uma postagem  com ela, todas as fotos, assim como a matéria são de Eric Tourneret, a matéria pode ser encontrada na Integra no site Le peuple des abeillessó não tem em português, eu tentei traduzir, mas devo ter cometido vários erros, se alguém os encontrar, por favor me avise.

Uga

José Halley Winckler

MÉXICO

ABELHAS SEM FERRÃO & O COMéRCIo DE seus PRODUTOS

Eric Tourneret

No estado de Puebla, no sopé da Sierra Madre, a Cooperativa “Tosepan Titataniske”, composta de 5.600 famílias indígenas de tradição Nahuat, vende o mel das abelhas Scaptotrigona. Esta pequena abelha sem ferrão constrói um ninho de cera cujos favos são reservados para a sua prole. As reservas de mel e pólen são mantidas em potes de cera do tamanho de uma bola de tênis.
Em Yucatán, a Ah Mucen Kab, uma associação de mulheres maias, protege as últimas abelhas Melipona beecheii, cujo mel era o centro de um florescente comércio de mercadorias na época da civilização maia. Apesar de colheitas menos abundantes do que as da abelha européia, este mel ainda é muito procurado no México por suas propriedades terapêuticas.
Em Cuetzalam, a tradição dos Totonac Voadores ainda está muito viva. Na praça da aldeia, um grupo de dançarinos se joga de cima de um tosco tronco de árvore enorme. Nas aldeias vizinhas, cada praça ainda tem o seu “pólo Volador”. É em Cuetzalam que está sediada a Cooperativa “Tosepan Titataniske” que na língua Nauhuat significa “Unidos Venceremos”.
Nos escritórios da Tosepan, os produtores de mel fazem reuniões para resolver problemas de saúde e higiene, além do problema principal que é o aumento da população de abelhas sem ferrão.
O objetivo da Tosepan é construir meliponários com 100 colméias por família. Os produtores hoje têm em média 30 colméias, mas esse número varia de 10-278 colmeias.
Em Tepetisnda, uma mulher vestida de tradição Nahuatl traz flores para Maria Rosa.
Mantidas pelas mulheres desde tempos imemoriais em vasos de barro, que ficam em pé sobre prateleiras encostadas nas paredes das casas, as Scaptotrigonas mexicanas nos dão o exemplo perfeito da meliponicultura de subsistência praticada nas aldeias.
As abelhas Scaptotrigonas, tem em media  5 milímetros de comprimento e, na natureza nidificam em ocos de árvores.
As abelhas guardiãs vigiam a entrada da colméia, uma verdadeira pista de decolagem construída de cera. As populações da trigona Scaptotrigona podem ser encontradas principalmente no planalto central do México (Sierra Madre).
Esta abelha é mantida pelo seu mel e para a polinização das plantações de café. As Scaptotrigonas também podem ser encontradas na África e na Austrália.
As colmeias de cerâmica das abelhas Scaptotrigona são chamadas dashkat em Totonac, o que significa mel da selva, na floresta. As famílias que ainda têm duas ou três colméias de cerâmica estão começando a aumentar a sua quantidade de abelhas, incentivadas pela Tosepan.
Em Cuetzalam, a loja da Tosepan vende artesanato para os turistas, mas também café e mel.
Nos escritórios da Tosepan para poupança e empréstimos bancários (Tosepantomin), as mulheres Nahuatl esperam no balcão.
Totalmente auto-financiada, a Tosepantomin é hoje um sucesso. Seu capital atinge quase seis milhões de euros.
Uma abelha Scaptotrigona pronta para voar do cone de cera da entrada de sua colméia de cerâmica.
Pertencente à tribo Meliponini, os favos de cria dao Scaptotrigona são construídos na horizontal, ao contrário dos de Apis mellifera Europeia. Estes favos são constantemente acrescidos de novas células, na periferia, formando um disco, as células são preenchidas com alimento pelas operárias e quando recebem o ovo posto pela rainha, são operculadas (fechadas com cera). Os estoques de mel e pólen são colocados ao redor dos discos de cria, em potes de cera.
A 950 metros de altitude, no estado de Puebla, tapetes de uma exuberante vegetação semi-tropical, cobrem o sopé da Sierra Madre, sujeito a chuvas freqüentes e violentas tempestades ... Suas encostas são o lar de uma importante biodiversidade.
A gestão de floresta feita pela Tosepan favorece a biodiversidade
Preservando as sebes e aterros que abrigam uma flora rica em flores durante vários meses do ano.
Na sala de aula da Tosepan, a geração mais jovem aulas de nutrição e saúde para os mais velhos, muitas vezes analfabetos.
Um membro da organização visita uma família de meliponicultores.
Colheita manual em uma colméia de barro.
Com o rosto coberto de abelhas sem ferrão, o meliponicultor tem a temer algumas mordidas inconseqüentes.
A Tosepan mantém um meliponário educacional
Uma abelha Scaptotrigona em uma flor de café. A criação destas abelhas traz para a cooperativa um ganho extra inegável, em termos de polinização dos cafeeiros e, portanto,na qualidade dos grãos de café.
Diferente da Apis mellifera Europeia, a abelha Scaptotrigona não armazena o mel e o pólen em células hexagonais. 
São armazenados em potes de cera que são construídos ao lado do ninho com as crias.
Em Tulum, Yucatán, jovens maias vestidos com roupas ocidentais visitam o famoso sítio arqueológico. Nascidos na cidade, muitos jovens já não falam a língua vernácula.
Do tamanho de uma abelha européia, a abelha Maya, Melipona beecheii, deixa apenas uma entrada muito estreita para seu ninho num tronco, é sua forma de se proteger de ataques de predadores e rivais.
Sete mulheres da associação "Ah Mucen Kab" em torno de um tronco com um telhado de ráfia no jardim da família Leydi Araceli Pech Martin. A associação se esforça para evitar que essa abelha endêmica seja extinta na península.
A abertura de uma colmeia de Melipona beecheii em um tronco selado em cada extremidade com barro seco. Quando Hernán Cortés desembarcou com sua armada, em 1519, ele descobriu meliponários compostos de várias centenas de troncos ocos colocados horizontalmente em abrigo cobertos de folhas de palmeiras.
Duas abelhas beecheii, agarradas a um pedaço de cera.
Os discos com as células de cria das abelhas da família Meliponini são dispostos horizontalmente, ao contrário dos das abelhas européias.
Novas células são constantemente acrescentadas e preenchidas com novos ovos.
O mel de meliponíneos, reconhecido por suas propriedades terapêuticas, é vendido por até cinco vezes mais do que o mel da abelha européia.
A Loja da associação foi financiadao pela Comunidade Europeia.
Abelhas beecheii se empanturram com mel durante a colheita.
As mulheres da associação Ah Mucen Kab na frente de sua loja, na aldeia de Icheck.
Outra abelha Beecheii se empanturrando de mel durante a colheita.
À direita, uma rainha de Melipona beechei com o abdômen inchado com ovos.
Abelhas Beecheii guardam a entrada da colméia.
Um meliponicultor vende o seu mel no mercado à noite, em Campeche.




5 comentários:

  1. olá amigos,
    podemos notar como o mundo da meliponicultura e grande e que ainda existe povos que se dedicam a criação das abelhas nativas.Quero parabenizar o Eric Tourneret por está materia, que nos proporciona mais conhecimento das abelha sem ferrão.
    Abraços a todos.

    Christiano Figueira
    RJ
    http://valedapedrabranca.blogspot.com

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  2. Reverenciamos todos os agentes diretos e indiretos da preservação da vida natural e da vida comunitária, em todas as partes do mundo.
    Maria Elisa Ghisi e Mario Tessari
    Sítio Itaguá - Jaguaruna SC

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  3. obrigado pela matéria e tradução,que beleza de pessoas!

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  4. Fantástico !!! Parabéns a todos da AME-RIO. Cada vez mais eu acredito que Deus nos coloca em trilhas certas e não é a toa. Eu conheci recentemente essa galera da AME-RIO e fiquei como ? Muito feliz por ver que todos se ajudam sem interesses escusos etc. Abraços fraternos !!!! Miguel Campos

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