Hoje, navegando na Internet, encontrei uma matéria no site catarinense, Portal GC, sobre a criação de Jataís (Tetragonisca angustula), em Paraiso - SC. Essa matéria mostra como Irineu Döring, agricultor da cidade de Paraiso, maneja suas colônias.
Poucas vezes eu li reportagens, em jornais e revistas, que expelhem a verdadeira realidade dos criadores, com a precisão da matéria assinada por Marcelo Both.
Ela nos mostra o dia a dia do seu Irineu e os cuidados que ele toma ao fazer multiplicações, lembra que é preciso tomar vários cuidados para garantir o sucesso das mesmas. Mostra também que não podemos dividir a toda hora, sob pena de perdermos as colônias.
Fala também em capturas, mas da forma correta, através de caixas iscas. Infelizmente mostra também uma das piores partes na criação de nossas nativas, a atuação de amigos do alheio.
Depois nos conta de um projeto de Guaramirim, também em SC, que pretende aumentar a quantidade de Jataís em suas matas e da atuação de funcionários da Epagri.
Como gostei muito da matéria, a transcrevo abaixo. Clique na manchete, para ver a matéria no sites original.
Como gostei muito da matéria, a transcrevo abaixo. Clique na manchete, para ver a matéria no sites original.
Todos já devem ter notado que ando um pouco preguiçoso e essa é a segunda matéria seguida em que uso a metodologia "copia e cola". É bem provável que isso se deva a falta de inspiração, mas prometo que logo, logo, volto ao relato de minhas visitas a amigos, que também criam abelhas.
E quem sabe, com esta postagem eu acabe fazendo mais alguns amigos.
Uga,
José Halley Winckler
Notícias / Geral
quarta-feira, 30 de março de 2011 - 17h05
Agricultores de Paraíso apostam na criação da abelha que não possui ferrão e produz mel com propriedades medicinais
Marcelo Both
"Eu vou dividindo os enxames. Geralmente elas têm duas rainhas, uma embaixo e outra mais encima do ninho. Aí é só ter cuidado na hora de cortar e dividir em duas caixas",
PARAÍSO
Quarenta e cinco anos. Este é período de tempo que seu Irineu Döring, agricultor de 66 anos, cria abelhas Tetragonisca angustula, a Jataí, também conhecida como abelha nativa ou abelha sem ferrão. A abelha é comum nas matas da região e conhecida por produzir um mel saboroso, suave e bastante procurado por suas propriedades medicinais. Residente em linha Castelo Branco, interior de Paraíso, seu Irineu Döring possui atualmente aproximadamente 60 colmeias que são criadas nas matas próximas a sua residência. Ele explica que a criação iniciou com quatro enxames e que aos poucos foi ampliando. "Eu vou dividindo os enxames. Geralmente elas têm duas rainhas, uma embaixo e outra mais encima do ninho. Aí é só ter cuidado na hora de cortar e dividir em duas caixas", explica.
Porém, Döring acrescenta que é preciso tomar cuidado, pois um procedimento errado pode matar o enxame. "Você deve deixar a caixa nova no local da velha, e a velha deve ser levada para outro lugar, se não as abelhas voltam e vão todas na colmeia nativa e abandonam a nova. Se fizer assim e deixar a nova no local, levando a velha para outro ambiente, em poucos dias os dois enxames estão recuperados e trabalhando normalmente", detalha. Ele diz que não é possível fazer a divisão com muita frequência, pois isso pode enfraquecer a colmeia. "É preciso cuidado. Não há um tempo definido, mas geralmente demora de um a dois anos para que seja possível dividir e elas sobreviverem, mas isso depende do enxame também, se é um forte ou fraco", observa.
Quarenta e cinco anos. Este é período de tempo que seu Irineu Döring, agricultor de 66 anos, cria abelhas Tetragonisca angustula, a Jataí, também conhecida como abelha nativa ou abelha sem ferrão. A abelha é comum nas matas da região e conhecida por produzir um mel saboroso, suave e bastante procurado por suas propriedades medicinais. Residente em linha Castelo Branco, interior de Paraíso, seu Irineu Döring possui atualmente aproximadamente 60 colmeias que são criadas nas matas próximas a sua residência. Ele explica que a criação iniciou com quatro enxames e que aos poucos foi ampliando. "Eu vou dividindo os enxames. Geralmente elas têm duas rainhas, uma embaixo e outra mais encima do ninho. Aí é só ter cuidado na hora de cortar e dividir em duas caixas", explica.
Porém, Döring acrescenta que é preciso tomar cuidado, pois um procedimento errado pode matar o enxame. "Você deve deixar a caixa nova no local da velha, e a velha deve ser levada para outro lugar, se não as abelhas voltam e vão todas na colmeia nativa e abandonam a nova. Se fizer assim e deixar a nova no local, levando a velha para outro ambiente, em poucos dias os dois enxames estão recuperados e trabalhando normalmente", detalha. Ele diz que não é possível fazer a divisão com muita frequência, pois isso pode enfraquecer a colmeia. "É preciso cuidado. Não há um tempo definido, mas geralmente demora de um a dois anos para que seja possível dividir e elas sobreviverem, mas isso depende do enxame também, se é um forte ou fraco", observa.
CAPTURA
Outra forma citada por Irineu para aumentar a quantidade de enxames é a captura de novas colméias. Ele informa que não é tão difícil a captura, pois na região há abelhas em abundância. "Tem muito por aí nas matas. É só você pegar uma caixa e colocar um pouco da cera dentro que elas entram", garante. Seja por captura ou divisão, o agricultor têm ampliado a quantidade de colmeias. Ele diz que sempre gostou de criar abelhas, inclusive as de ferrão, mas que a maior paixão é pela Jataí. O agricultor revela que aprendeu a maioria das técnicas com seu pai. "Mexia com abelhas desde os nove anos de idade, com o meu pai", conta. Döring também reconhece que leu alguns livros que tratavam do assunto. "Frequentei alguns colégios agrícolas. Tive a oportunidade de ler alguns livros. Seja com conhecimento prático ou dos livros fui aprimorando", relata.
Outra forma citada por Irineu para aumentar a quantidade de enxames é a captura de novas colméias. Ele informa que não é tão difícil a captura, pois na região há abelhas em abundância. "Tem muito por aí nas matas. É só você pegar uma caixa e colocar um pouco da cera dentro que elas entram", garante. Seja por captura ou divisão, o agricultor têm ampliado a quantidade de colmeias. Ele diz que sempre gostou de criar abelhas, inclusive as de ferrão, mas que a maior paixão é pela Jataí. O agricultor revela que aprendeu a maioria das técnicas com seu pai. "Mexia com abelhas desde os nove anos de idade, com o meu pai", conta. Döring também reconhece que leu alguns livros que tratavam do assunto. "Frequentei alguns colégios agrícolas. Tive a oportunidade de ler alguns livros. Seja com conhecimento prático ou dos livros fui aprimorando", relata.
COMO ARMAZENAR O MEL
Conforme Irineu, após alguns anos, com a prática e algumas pesquisas, ele constatou que o mel requer alguns cuidados para ser armazenado. Segundo ele, para que o mel fique líquido e com o mesmo sabor é preciso que seja mantido em temperaturas próximas a 10º C. "Ele deve ficar próximo de 10º C. Nem muito mais, nem muito a menos. Se não azeda e pode até fazer mal. Se congelou, ele estraga e você pode jogar fora. Se esquentar demais ele começa a separar a água das outras propriedades", afirma. Seu Irineu garante que se o mel for tratado dessa forma, permanece próprio para consumo por mais de anos.
"Como não estava aqui veio muita gente e roubaram minhas abelhinhas. Eu tinha perto de 300 colmeias de Jataí. Eu tinha feito um mapa para me localizar de tanto que eu tinha. Aí vieram esses "caras" e levaram. Sem contar na quantidade que estragaram", conta.
Furtos fazem irineu desanimar
O número de 60 enxames, não parece tão expressivo para quem cria abelhas há 45 anos e com tanta experiência no assunto. É possível perceber na expressão facial de Döring, o lamento, ao comentar um incidente que vem ocorrendo ao longo dos anos e que se intensificou no em outubro do ano passado. Ele relata que morava sozinho e passou um período de quase duas semanas internado, devido a uma inflamação nos ouvidos. "Como não estava aqui veio muita gente e roubaram minhas abelhinhas. Eu tinha perto de 300 colmeias de Jataí. Eu tinha feito um mapa para me localizar de tanto que eu tinha. Aí vieram esses "caras" e levaram. Sem contar na quantidade que estragaram", conta.
Seu Irineu relata que ficou muito triste com o acontecimento. "É triste você cuidar com tanto carinho de uma coisa que o pessoal simplesmente vem e leva, ou pior ainda, estragam. Isso é um crime. Simplesmente melaram um monte delas e deixaram as caixas abertas. Tem uma grande quantidade que morreram", lamenta. Döring não esconde o desgosto e diz que não pretende mais continuar com a criação. "Estou velho e não pretendo mais continuar. E depois não adianta você criar os bichinhos com amor e os caras simplesmente levarem embora", argumenta. O agricultor diz que registrou queixa na Polícia e que o caso está sendo investigado.
Conforme Döring, antes do furto, costumava produzir mel em grandes quantidades. "Nunca melei elas em uma época só, mas sempre tirava de trinta a quarenta quilos por pegada. Chegava a retirar até um 1,3 quilos por caixinha", afirma.
Seu Irineu relata que ficou muito triste com o acontecimento. "É triste você cuidar com tanto carinho de uma coisa que o pessoal simplesmente vem e leva, ou pior ainda, estragam. Isso é um crime. Simplesmente melaram um monte delas e deixaram as caixas abertas. Tem uma grande quantidade que morreram", lamenta. Döring não esconde o desgosto e diz que não pretende mais continuar com a criação. "Estou velho e não pretendo mais continuar. E depois não adianta você criar os bichinhos com amor e os caras simplesmente levarem embora", argumenta. O agricultor diz que registrou queixa na Polícia e que o caso está sendo investigado.
Conforme Döring, antes do furto, costumava produzir mel em grandes quantidades. "Nunca melei elas em uma época só, mas sempre tirava de trinta a quarenta quilos por pegada. Chegava a retirar até um 1,3 quilos por caixinha", afirma.
. "São várias partes encaixadas uma encima da outra (conforme imagem). Tem a base, mais três partes, uma divisória interna que é furada, mais duas partes e a tampa"
PARCERIA
Como pretende parar de criar, as abelhas de Irineu não serão abandonadas. Elas fazem parte das colmeias que serão enviadas para o município de Guaramirim, no Norte do estado. Isso ocorre através de uma parceria firmada entre as prefeituras de Paraíso e Guaramirim, na área da meliponicultura, que trata da criação de abelhas nativas, as Jataís. O extensionista da Epagri de Paraíso, Carlos Paganini, explica que na região Oeste, a abelha Jataí é muito comum, diferentemente do que ocorre em Guaramirim.
Há cerca de um mês, dois técnicos vindos de Guaramirim, visitaram algumas propriedades no município e firmaram a parceria que compreende a aquisição inicial de 200 caixas racionais para a criação de abelhas Jataí. De acordo com Paganini, as caixas serão fabricadas pelo agricultor Roni Zanin, residente na linha Parque São Miguel, interior do município. O extensionista conta que os criadores como Irineu Döring, utilizam caixas rústicas, ou seja, caixas retangulares ou até mesmo troncos de árvores ocos, que são cortados nas duas extremidades e fechados com tábuas. Ele explica que caixas racionais, são confeccionadas de um modo e estrutura diferente.
Roni Zanin detalha o processo de confecção da caixa racional. Segundo ele, as caixas racionais são feitas em forma de torre. "São várias partes encaixadas uma encima da outra (conforme imagem). Tem a base, mais três partes, uma divisória interna que é furada, mais duas partes e a tampa", explica. Segundo Zanin, internamente a caixa fica com o formato arredondado, parecido com um tronco oco. Ele diz que a madeira mais ideal para a confecção é o Cedro, porém devido à escassez e quase extinção da planta, outras madeiras podem ser utilizadas.
Há cerca de um mês, dois técnicos vindos de Guaramirim, visitaram algumas propriedades no município e firmaram a parceria que compreende a aquisição inicial de 200 caixas racionais para a criação de abelhas Jataí. De acordo com Paganini, as caixas serão fabricadas pelo agricultor Roni Zanin, residente na linha Parque São Miguel, interior do município. O extensionista conta que os criadores como Irineu Döring, utilizam caixas rústicas, ou seja, caixas retangulares ou até mesmo troncos de árvores ocos, que são cortados nas duas extremidades e fechados com tábuas. Ele explica que caixas racionais, são confeccionadas de um modo e estrutura diferente.
Roni Zanin detalha o processo de confecção da caixa racional. Segundo ele, as caixas racionais são feitas em forma de torre. "São várias partes encaixadas uma encima da outra (conforme imagem). Tem a base, mais três partes, uma divisória interna que é furada, mais duas partes e a tampa", explica. Segundo Zanin, internamente a caixa fica com o formato arredondado, parecido com um tronco oco. Ele diz que a madeira mais ideal para a confecção é o Cedro, porém devido à escassez e quase extinção da planta, outras madeiras podem ser utilizadas.
MEL E POLINIZAÇÃO
De acordo com Carlos Paganini, o mel da Jataí possui propriedades medicinais e valor de venda elevado. Segundo ele, na região o mel de Jataí é comercializado por cerca de R$ 30,00 o quilo, mas que em grandes centros urbanos, como São Paulo e Curitiba, pode ser vendido a R$ 50,00 o quilo. Paganini ressalta que mesmo tendo valor medicinal e preço elevado, o principal interesse do município de Guaramirim em estimular a criação das abelhas nativas é a polinização ambiental, já que a Jataí é considerada a mais eficiente polinizadora entre as abelhas.
Paganini salienta ainda que o intuito não é retirar os enxames de Paraíso, mas sim, através do apoio e assistência da Epagri, utilizar a técnica de divisão para criar novas colmeias e ampliar ainda mais o número de enxames existentes.
Paganini salienta ainda que o intuito não é retirar os enxames de Paraíso, mas sim, através do apoio e assistência da Epagri, utilizar a técnica de divisão para criar novas colmeias e ampliar ainda mais o número de enxames existentes.
VALOR MEDICINAL
O mel de Jataí, além de saboroso e suave, é bastante procurado por suas propriedades medicinais. É usado como fortificante e antiinflamatório, principalmente no tratamento da asma, bronquites e tosses fortes e constantes. Além disso, é considerado digestivo, laxativo, diurético e Anti-anêmico. Além do mel, a jataí produz ainda própolis, cera e pólen de boa qualidade.
Fonte: Gazeta Online

Amarrados com cordões de algodão, os cadernos de capa azul que o ambientalista Paulo Nogueira-Neto guarda no escritório teriam três nobres destinos. Uma cópia ficaria com a família; a outra, com a Universidade de Brasília (UnB); a última, na Universidade de São Paulo (USP). Mas ao decidir por compilá-los em livro, o autor de anotações tão precisas não apenas multiplicou as chances de leitura. Deu, sim, forma a uma obra que o zoólogo Paulo Vanzolini classifica como “um manual da história do movimento conservacionista no Brasil”.
Os fatos narrados em texto curtos, cuidadosamente ordenados no livro Uma Trajetória Ambientalista – Diário de Paulo Nogueira-Neto, não se restringem aos bastidores políticos que o advogado e homem de ciências teve a oportunidade de palmilhar de 1974 a 1986, período em que esteve à frente da Secretaria do Meio Ambiente. Esses quase 13 anos atravessam três presidências da República. De Ernesto Geisel a José Sarney, Nogueira-Neto nunca se embateu com a ditadura, tampouco com qualquer partido político. “Os militares não entendiam de meio ambiente e viam a minha atuação técnica, estritamente técnica”, lembra. Em sua gestão foram criadas 26 reservas e estações ecológicas e 12 áreas de proteção ambiental na Amazônia. Entre outras realizações, também tratou da Lei da Política Nacional de Meio Ambiente, que passou a vigorar em 1981.
A publicação tem outros grandes méritos. Um deles é o de relatar o trabalho da Comissão Brundtland. Instituída pela Organização das Nações Unidas, em 1984, contou com o ambientalista no seleto grupo de 23 representantes de vários países que correu o mundo para sugerir soluções e erradicar a miséria a partir do “desenvolvimento sustentável”, expressão que, por sinal, nasceu com a comissão. “Meu livro é o único que tem a história da Comissão Brundtland, porque ninguém tomou nota do trabalho. E eu tomei”, diz.
No livro e pessoalmente, sentado na varanda de sua casa, em São Paulo, para a entrevista à Terra da Gente, Nogueira-Neto não se limita a narrar histórias. Antes, é um homem de convicções. Para ele, não existe sustentabilidade sem sustento. E, pacientemente, conta a experiência na Reserva Mamirauá, onde atua como conselheiro. Na Amazônia, Mamirauá fica na região de Tefé. Tem aproximadamente 3 milhões e meio de hectares e 300 mil habitantes. Até se tornar uma reserva sustentável, o ganho médio proporcionado a cada família era de aproximadamente R$ 300,00 por mês. Hoje, afirma, a renda dobrou e fez com que a população vizinha, da área de Amanam, com 6 milhões de hectares, aderisse à proposta de sustentabilidade. “E aderiu espontaneamente, porque viu os vizinhos ganhando mais”, ressalta.
A vizinhança passou a receber mais a partir de uma medida aparentemente simples. “Proibimos a entrada de barcos de Manaus que comprometiam a pesca e prejudicavam seriamente a população local”, conta. “Com essa simples organização da pesca em termos racionais, nós dobramos o rendimento.” Na avaliação do conselheiro, se houvesse na Amazônia 100 unidades de conservação tão ativas quanto a Mamirauá, a natureza estaria protegida em suas áreas mais importantes ao custo de meio bilhão de reais por ano. A manutenção das áreas de Mamirauá e Amanam soma R$ 15 milhões por ano. Nada tão dispendioso para um território do tamanho de Portugal.
Mas antes de Estocolmo, a história da preservação do meio ambiente no Brasil tem na criação da Associação de Defesa do Meio Ambiente – São Paulo (Adema SP) um episódio importante. A associação fundada pelo ambientalista não é a primeira, mas a mais antiga organização não governamental do País. “Naquele tempo, havia três ou quatro Ongs, que desapareceram”, lembra. A missão da Adema de salvar o Pontal do Paranapanema não se cumpriu por inteiro. “Preservamos uma parte do que hoje é o Parque Estadual do Morro do Diabo” (veja quadro na pág. anterior). A associação, no entanto, firmou sua importância no cenário brasileiro por representar legalmente, ainda hoje, o presidente da República no Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).
Da fundação da Adema, passando pela Conferência de Estocolmo, até a realização da COP-10 há dois meses, no Japão, a preocupação com as causas ambientais evidencia-se cada vez mais no País. Nesse sentido, Nogueira-Neto cita a ação das Ongs voltadas às questões de preservação e conservação da natureza.
Num país de proporções continentais, as peculiaridades de cada região são evidentes. Em viagens regulares pelo Interior de São Paulo, Nogueira-Neto tem observado que o desmatamento vem diminuindo. “Há dois anos não vejo uma grande derrubada”, afirma. A floresta que volta em pequenas áreas é formada, no entanto, por árvores homogêneas. De acordo com o ambientalista, haverá a exigência, no futuro próximo, do plantio de espécies diferentes para recompor a biodiversidade que antes existia.
Em 1944, ainda na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, Paulo Nogueira-Neto começou a estudar as abelhas indígenas nativas sem ferrão ao receber do sogro, Manoel Joaquim Ribeiro do Valle, uma colônia de jataís (Tetragonisca angustula). Ainda hoje, ele mantém estações experimentais de meliponíneos em São Simão, Cosmópolis, Campinas, São Paulo, além de Luziânia, em Goiás. Mais tarde, em 1955, quando ingressou na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP, fez das abelhas indígenas instrumentos no estudo da ecologia.
Hoje, a partir das 19 horas, o livro Uma Trajetória Ambientalista – Diário de Paulo Nogueira-Neto, será lançado no restaurante Dom Francisco, no Piso Lazer do shopping Pátio Brasil, em Brasília (DF). Detalhe importante: parte da verba arrecadada durante o lançamento será revertida à entidade Ação Social e Ambiental São Quirino de Xapuri (no Acre). 

