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sábado, 12 de março de 2011

Abelhas e Amigos - Na Lagoa do Faxinal

Amigos da AME-RIO e Internautas,

Continuando com a série Entre Abelhas e Amigos, hoje vou contar da visita que fiz ao Jorge Venson, meliponicultor e apicultor que mora em uma linda chácara, a beira da lagoa do Faxinal, na cidade de Içara, quer dizer Içara por enquanto, pois o local é conhecido como Praia do Rincão e está em processo de emancipação, ali será formado o município de Balneário Rincão.

Tomara que esse negócio de emancipação possa ser bom para o Jorge, já as suas abelhas com certeza não tem nada com isso, para visitar flores elas não respeitam limites geo-políticos.

Mas voltando ao nosso assunto, depois de visitar o Reginaldo, com seus porões (ele prefere sem seus porões) e suas caixas isotérmicas, meu cicerone Jean nos convidou para conhecer o Jorge Venson. Fomos eu, o Carlos, meu cunhado, o Jean e o Jeferson que foi meu guia até a casa do Jean e que vocês conhecem da postagem de ontem.


Ao chegar na casa do Jorge, fomos recebidos por uma bela revoada de Jataís, pena que o fotógrafo não soube tirar o melhor proveito deste evento.


De qualquer maneira acho que vocês vão gostar das fotos, ao menos porque, se elas não mostram as abelhas, mostram um pouco do local, bem sombreado onde o Jorge cria as suas ASF.


E vocês podem ver que para todo o lado tem caixas de abelhas. E essas luzinhas amarelas, não ficaram bonitas? São as jataís, brilhando ao sol.

Logo na chegada o Jorge nos convidou a entrar para a sala de sua casa, onde nos contou que ele não cria abelhas só naquele local, mas ele tem um outro sítio em Morro Grande, já em uma região de maior altitude e junto a morros bem arborizados. Pois não é que essas chuvas exageradas que tem ocorrido em toda a região sul, acabaram provocando deslizamentos naquela região e o sítio do nosso amigo Jorge Venson foi atingido em cheio?
Lá, além de uma grande quantidade de abelhas sem ferrão ele também criava apis, e tinha uma casa de mel, construída de forma a atender a legislação.

Os deslizamentos e as águas atingira mais de 90% das colônias de ASF e das caixas de apis do Jorge, além de atingirem a casa de mel e a deixarem totalmente danificada. O que não foi arrastado, acabou submergido sob aguas acumuladas. O Jorge nos contou isso com muita tristeza, mas suas palavras não vieram carregadas de raiva ou desesperança. Ele nos disse que não voltou muitas vezes lá, pois ainda está difícil chegar ao local. Mas assim que puder ele vai recuperar o local, que vai retornar a ser um espaço ideal para a criação de suas abelhas.

Enquanto conversávamos, dona Iracema, a esposa do Jorge preparou um café e não nos deixou ir ver as abelhas antes que sentássemos junto a mesa da cosinha, onde além do café, leite e sucos, encontramos vários tipos de pães, bolos, biscoitos, cucas, roscas e uma diversidade de outros quitutes, além de meis, geléias, manteiga, nata, patês e outras coberturas ou recheios.

Juro que aquela mesa, da dona Iracema, merecia uma série de fotografias, mas o fotógrafo esqueceu a máquina e partiu para cima dos quitutes, de modo que a mesa de guloseimas acabou ficando só na memória.

Depois dessa lauta refeição, o Jorge nos convidou para ir ver as abelhas, antes que anoitecesse.

Carlos, Jean, Jorge e Jeferson

Ao sair da casa eu resolvi fazer uma foto do Jorge, junto com meus companheiros de passeio, meu cunhado Carlos, o Jean e o Jeferson.

A primeira abelha que  o Jorge nos mostrou foi uma Uruçu boca de renda.

Uruçu boca de renda
Melipona seminigra merrilae
Pela entrada, confirma-se o nome popular
Postura até a borda.
E muito mel.

Não teve jeito, o Jorge autorizou e eu e o Carlos lambuzamos o dedo em um dos potes para provar o mel, é claro que logo, o Jean e o Jeferson nos imitaram. E, que mel bom!

O Jorge viu uma princesa de Boca de renda, andando na tampa da caixa.


Bugia, Melipona rufiventris
Com bastante mel
Olhem as malvadas aí!

Como já falei, o Jorge também cria abelhas apis e depois do desastre em Morro Grande, ele levou algumas caixas para casa, para limpar e reparar. Não demorou muito e uma das caixas já estava habitada, o Jorge disse que por enquanto elas ainda podem ficar por lá, mas só até elas começarem a cobrir as crias, depois disso é perigoso manter muito perto de casa e de pessoas. Ele falou que antes do final da semana estaria retirando as abelhas de lá.

Bugia, Melipona rufiventris

Outra Boca de Renda, carregada de mel.

Uma mandaçaia - Melipona quadrifasciata quadrifasciata

Vista interna, muito geo-própolis

Divisão de bugias, com menos de três meses
Postura bem desenvolvida

Divisão nova de Bugias,
Pouco mais de uma semana.

Depois disso o Jorge ainda fez questão de pegar algumas mudas de "Amor agarradinho" Antigonon leptopus, para que eu levasse para o Rio.

Foi uma tarde maravilhosa, pena que eu ainda tinha de passar por Morro da Fumaça e Santa Rosa de Lima, naquele mesmo dia, senão dava um geito de ficar conversando mais um pouco com o Jorge e aprender um pouco mais sobre as Boca de renda e as Bugias.

Uga,

José Halley Winckler

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