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terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Uma sararázinha de cabeça chata, muito perigosa.

Amigos da AME-RIO e Internautas,

Muita gente pensava que no Brasil só existisse uma espécie de abelha com comportamento cleptobiótico mas, após a revisão feita por Marchi e Melo em 2006, ficamos sabendo que são quatorze espécies, a saber:

Lestrimelitta limao Smith, 1863;
Lestrimelitta rufa Friese, 1903;
Lestrimelitta rufipes Friese, 1903 ;
Lestrimelitta ehrhardti Friese, 1931;
Lestrimelitta glabrata Camargo & Moure, 1989;
Lestrimelitta monodonta Camargo & Moure, 1989;  
Lestrimelitta nana Melo, 2003;
Lestrimelitta glaberrima Oliveira & Marchi, 2005;
Lestrimelitta ciliata. Marchi & Melo, 2006;
Lestrimelitta maracaia Marchi & Melo, 2006;
Lestrimelitta similis Marchi & Melo, 2006;
Lestrimelitta spinosa Marchi & Melo, 2006;
Lestrimelitta sulina.Marchi & Melo, 2006;
Lestrimelitta tropica Marchi & Melo, 2006;

Fora do Brasil ainda temos as seguintes espécies:
Lestrimelitta cubiceps Friese, 1912 – África;
Lestrimelitta guyanensis Roubik, 1980 - Guiana Francesa;
Lestrimelitta chamelensis Ayala, 1999 – México;
Lestrimelitta niitkib Ayala 1999 – México;
Lestrimelitta danuncia  Oliveira & Marchi, 2005 - Costa Rica e Panamá;
Lestrimelitta mourei Oliveira & Marchi, 2005 - Costa Rica;

Como eu sei?
Fácil, pesquisei na internet e acabei encontrando o trabalho “Revisão taxonômica das espécies brasileiras de abelhas do gênero Lestrimelitta Friese (Hymenoptera, Apidae, Meliponina)” de Paola Marchi & Gabriel A. R. Melo da Universidade Federal do Paraná.
Cliquem no nome do artigo para download em formato pdf.

Qual a diferença entre elas?
Com tantas espécies e diferenças sutis entre uma e outra, eu prefiro não explicar, o melhor é seguir a Chave de identificação das espécies de Lestrimelitta do Brasil, proposta pela Paola e pelo Gabriel, é só ver no seu trabalho.
Já baixaram o artigo?.

Eu achei, do verbo estava chutando, que a abelha que o Pedro Paulo mostrou na postagem O dia do ataque das Iratimongas, era a Lestrimellita rufipes,  entretanto o Mestre Cappas nos falou que acredita que a abelha mostrada na postagem seja a Lestrimelitta ehrhardti, que também ocorre no Rio de Janeiro.


Vou mostrar como é “ muito fácil” distinguir uma Lestrimellita limão de uma Lestrimellita rufipes.

A limão é escurinha e tem a cabeça que parece um capacete de motociclista, acho que alguém falou isso no grupo ABENA. 
Cabeça da limão

Bem, vocês vão notar que a rufipes é muito parecida, só que é sarará e tem cabeça chata.

Cabeça da rufipes.

Viram como é fácil? Kkkkkkk ...

Se vocês virem uma sararázinha, de cabeça chata, muito parecida com a limão e se vocês não estiverem no Acre, podem chutar que é a rufipes, terão tanta chance de acertar quanto eu ... quer dizer... garantia nenhuma. 


distinção de umLestrimellita limão de uma Lestrimelitta ehrhardtifora a cor, também só pode ser feita com uma lente muito forte, pena eu não ter imagens desta última.

De qualquer jeito, se encontrar qualquer tipo de Iratim, pau nelas, ou elas acabam atacando suas colônias. Quer dizer, pau nelas, se você não tiver como encontrar o seu ninho e transferir para uma área bem longe de seu meliponário e mais longe ainda dos meliponários dos outros (garanta pelo menos essa segunda parte).

Uma coisa que me deixou ainda mais encucado, foi o resumo de um estudo publicado em: 10/01/2011, na revista biota neotropica, por Alves, L. H. S.; Forny, J. A. L.; Cassino, P. C. R.; Lorenzon, M. C. A.; Racca-Filho, F. e Ramos, P. T. Nota Sobre Abelhas Lestrimelitta rufipes  (Freise) (Hymenoptera, Apidae), Atraídas por Armadilhas com Iscas Odoríferas, na Região Sul Fluminense do Estado do Rio de Janeiro. Biota Neotrop.  Jan/Mar 2011 vol. 11, no. 1  http://www.biotaneotropica.org.br/v11n1/pt/abstract?article+bn01311012011 ISSN 1676-0603

Esse resumo de artigo reafirma que conseguiram atrair a sararázinha com as essências odoríferas salicilato de metila e cineole, entretanto o grupo de pesquisadores fluminenses não conseguiu “identificar o porquê da atração das operárias de L.  rufipes ao salicilato de metila e cineole, uma vez que essas abelhas não visitam flores nem ninhos que poderiam conter tais fragrâncias". Pena que o artigo completo ainda não esteja disponível.

A Paola e o Gabriel mencionaram que essas abelhas (Lestrimelittas) tem comportamento cleptobiotico obrigatório, mas o Mestre Cappas nos afirmou que esse comportamento pode ser facultativo em algumas espécies.

Alguém explica melhor?

Uga,

José Halley Winckler

Se alguém tiver imagens em "MACRO" da limão, da ehrhardti ou da rufipes e puder ceder, por favor entre em contato comigo: jhwinckler@ame-rio.org

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