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domingo, 20 de fevereiro de 2011

Transferência de Mandaçaia Silvestre em Paty do Alferes

Bem, hoje vou contar uma verdadeira aventura pela qual passei com minha família meliponicultora. Fui chamado por um novo amigo que fiz através desta maravilhosa atividade, que é a meliponicultura.
Este novo amigo, conheci através do ABENA, em um pedido de socorro do nosso abenalta Heráclito.
Estava lá, em uma das mensagens postadas por ele, uma solicitação para quem estivesse perto de Paty do Alferes, e que pudesse ajudar seu companheiro Luiz Carlos, se manifestar. Informei que sou frequentador assíduo de Paty de Alferes, e me ofereci em ajudar no que estivesse ao meu alcance.
Apresentações feitas, entrei em contato com o Luiz Carlos, e convidei-o para conhecer uma de nossas reuniões na AME-Rio. Entusiasmado, ele não só compareceu na logo seguinte que ocorreu, como presenciou a ultima etapa do curso do PPP: a aula de divisão de mandaçaia.
Daí para frente foram muitos telefonemas e trocas de informações. Sou iniciante ainda, mas o que eu tenho aprendido fui passando para ele, e acho que ele também se apaixonou pelas nossas abelhas nacionais.
Assim, fui surpreendido por um convite inusitado do Luiz Carlos em um de seus telefonemas. Me disse ainda que em uma propriedade perto dele estavam para eliminar um tronco com abelhas, pois a propriedade estava paulatinamente sendo transformada em área de plantação de eucalipto. Mas que ele tinha conseguido resgatar o tronco já ceifado.
Bem ..., e o convite de que falei ?! O convite era para ajudá-lo a extrair o enxame do tronco e colocar em uma caixa racional.
Adivinhem de que era o enxame ..... MANDAÇAIA !!!
Preveni-o de que eu era iniciante, mas dizem que em terra de cego, quem tem um olho é rei, e com aquiescência dele resolvemos aceitar o desafio. E fomos eu, Sandra e Mayara para Paty do Alferes.
O local como podem ver é bem tranqüilo, diria uma extensão da Paz .....

O terreno dele tem na frente uma mata nativa, do lado outra mata, bem ... o que não falta é pasto natural !!!!!!
Este aí em baixo é o Luiz Carlos, que quando chegamos já estava preparando uma caixa para as bichinhas ....
Este é o tronco onde estavam as mandaçaias. A entrada era na parte de cima. O tronco é todo oco por dentro, com pedaços podres no miolo.
Reparem que a entrada fica em uma posição elevada e isolada, e na mesma imagem, logo abaixo da entrada desce um tubo de geoprópolis em curva, voltando para perto da superfície do tronco e depois sumindo para dentro do oco, onde se encontra o ninho.
Pela entrada pode-se notar que ra um enxame estabelecido a bastante tempo. Adorei verificar e aprender na minha parca visão de iniciante o cenário em que se encontra um enxame nativo, in loco. Posso adiantar aqui, que este enxame era valente, pois encontramos, depois de aberto, vivendo em comunhão uma lagartixa com dois ovinhos, um ninho de formiga e seus respectivos ovinhos, e muitas aranhas. Tudo que um meliponicultor não adoraria ver perto de suas caixas !!!!
Pensei que certamente ia ter gente do ABENA com espingarda para dar tiro nesta fauna vizinha e tão rica !!!
Mas, antes de começar precisamos terminar a caixa, que foi feita com madeira de 4 centimetros de espessura. São "restos" de uma marcenaria que o Luiz Carlos costuma colecionar para casos como este. Ajudei-o a marcar, serrar, pregar e a fazer as travas com arame de aço de cerca.
Fala sério ! Ele me deu uma aula de marcenaria ! Não só para mim como para toda a família que assistia ao passo a passo de como fazer um caixa.
A caixa no final ficou com uma base quadrada com + ou - 18 cm de lado, na parte interna.


E como tinhamos prevenidamente uma garrafa de geoprópolis de mandaçaia dissolvido em álcool, passamos bastante por dentro de toda a caixa e deixamos secar ao sol.

Por final, me lembrei da lagartixa e resolvemos colocar uma dificuldade para elas não voltassem a incomodar as abelhas na nova casa !! Uma latinha de Atum !

Parada para o almoço que ninguém é de ferro !! E que almoço !! Galinha caipira, ovos caipiras, feijãozinho, arroz, salada da horta, e tudo feito em um fogão à lenha do amigo Luiz Carlos. Se algum dia tiver outra oportunidade fotografo e mostro o engenhoso fogão à lenha com forno compartilhado.
Partimos com força total para cima do troncão com as senhoras mandaçaias que nos esperavam inocentemente sob as sombras de umas árvores. Mal sabiam elas o que aconteceria !!! (nem nós)

Na primeira pancada nada, na segunda nada, na terceira uma revoada de mandaçaias tomou tudo por perto, sairam enraivecidas, mas como não podiam fazer muito, acabaram se debandando e deixaram a área de trabalho quieta para a nossa invasão.
Marreta, marretinha e marretão ! Formão, cunhas, picareta. pé de cabra ! ! E tudo que tinhamos direito !! O tronco parecia podre por dentro, mas por fora era duro feito aço !!
A fotógrafa oficial não estava presente. Se interessou em explorar o galinheiro, chiqueiro, horta, lago, e nos abandonou.

Assim as filmagens a seguir não estão muito boas mas dão para ter uma idéia de como foi duro !!! Tão duro que não temos as fotos finais da aventura, pois no lesco-lesco da empreitada a máquina fotogràfica caiu e parou de funcionar. Mas vocês vão ter uma boa idéia com as imagens que conseguimos salvar. E depois voltarei lá para tirar mais fotos !!



A cobra fumou, ou melhor até a moto serra nova fumou !!
O tronco era um osso duro de roer, e depois dessa achei que só acharia restos dentro do tronco.
Desanimei ... Mas como não tinha remédio, tinhamos que continuar agora até o fim e ver o que tinha sobrado dentro daquele oco duro..



Mas a moto serra não foi suficiente, tivemos que partir para a pedagogia barata.
Pensava somente na rainha que a essas alturas já devia estar morta ou longe dali.



Finalmente foi saindo a primeira lasca que iria expor o ninho das mandaçaias ... !!


Ajuda de um pé de cabra ....



E então aparece o ninho !!! Para quem gosta, acho que nesta foto já dá para identificar o espaço do anel nascente que estava quase que completamente eclodido. Aqui não dá para ver bem, mas o ninho tinha quase que duas torres de discos. Provavelmente adaptando-se ao espaço irregular do miolo do toco.


É hora de entrar em ação minha providencial Bomba Coletora de Mel (modelo manual), para limpar os potes de mel que começavam a aparecr e assim não afogar as abelhas lá dentro .
Mas será que depois de tanto barulho, pancada, vibração, fumaça ainda havia alguma abelha lá dentro ?



Esta não foi só a hora de tirar o mel, foi neste momento que descobrimos ovos de lagartixa, um enorme ninho de formigas pretas cheio de ovinhos. Acho que a temperatura e umidade eram realmente ideais para tantos ovos de spécies diferentes !!!



Analisando melhor o ninho por dentro também encontrei varias colônias super lotadas de pequenos besourinhos. Os mesmos que se encontram dentro das caixas racionais.
Acredito que para aparecerem também nas caixas racionais, as abelhas devem trazê-los em suas patas durante o trabalho em campo.

Na imagem abaixo dá para verificar a torre desencontrada de discos, e os potes de mel naturalmente acima do ninho.


Na próxima imagem pode-se ver melhor a última linha de células penduradas do anel nascente.

Recolhe-se cera para servir de cama na caixa racional para onde vão os discos.
É bom salientar que a coleta de cera (tanto das lamelas, como dos potes já sem mel) foram muito úteis. Esta cera foi logo derretida em banho maria junto com mais cera de apis para manufatura de placas de cera novas que iriam cobrir o ninho na nova caixa.

Esta técnica eu aprendi em uma aula prática dada pelo Sr. Walter Gressler, lá na AME-Rio. Foi de extrema importância neste momento: Fizemos várias plaquinhas de cera e potes de mel já com cheiro de mandaçaia.


Saem os primeiros discos em um conjunto único.


E fica o espaço vazio :


Depois sai o segundo bloco de discos :




Agora infelizmente não tenho mais fotos pois a máquina tomo um tombo e pifou, mas mesmo sem imagens contarei o resto da aventura :

O grande nervosismo era em relação a Rainha, pois haviam muitas abelhas escondidas por dentro das lascas do oco. eram como caminho naturais escavados na madeira por cupins, e elas estavam todas lá dentro.

Com o sugador de abelhas adaptado pelo Oderno, fomos colhendo muitas abelhas e jogando dentro da caixa, mas onde stava a rainha ?

Para surpresa nossa já estava dentro da caixa inteligente. Ela foi para lá junto de um torrão de geoprópolis que coloquei direto dentro da caixa, pois estava com uma bola de abelhas.

Depois, notamos que as abelhas começaram a se dispersar e mexendo mais uma vez no tal torrão vimos a rainha bem lá no fundo do torrão ainda com algumas abelhas por cima dela. Rapidamente colocamos o torrão de volta na caixa. Cobrimos os discos com laminas de cera recem fundidas com cera de apis e potes de mel da própria mandaçaia.

Providenciamos a armadinha de forídeos feita de vinagre de maça, e a caixa ficou sobre o tronco até anoitecer.

Depois que a noite caiu lá no tronco devia haver mais umas 300 abelhas amontoadas. Mas uma vez o aspirador de abelhas feito com insulflador de colchão entrou em ação. As abelhas foram parar dentro da caixa e a caixa para outro local.

Já no dia seguinte, o Luiz Carlos abriu a tampa para fazer uma vistoria e colocar em um alimentador interno o próprio mel que recolhemos dela. Ele me relatou que as lamelas já estavam sendo feitas entorno do ninho e a tampa já estava toda soldada.

Muito trabalho de campeiras e mais nenhuma abelha perdida no local do ninho antigo.

Heraclito pode ter certeza que seu amigo Luiz Carlos vai se tornar um grande meliponicultor e defensor da natureza. Ainda acho que deva se tornar um exemplo multiplicador e disseminador lá na região de Paty do Alferes - RJ.

Obrigado ao Luiz Carlos por me dar uma oportunidade única de aprendizado e um fim de semana diferenciado com minha família.

Abração em todos,
Medina

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Austroplebeia australis

A abelha sem ferrão Austroplebeia australis é exclusivamente australiana e habita desde a costa mais ao norte da Austrália, até bem abaixo no interior de New South Wales. Mais perto da costa a Trigona domina, e elas se sobrepõem, mas no árido interior ela reina suprema. Parece capaz de viver em áreas muito secas e de extremas temperaturas, mas não parece regular a temperatura dos seus ninhos. Muitas vezes escolhe árvores muito pequenas e, aos nossos olhos, de péssima qualidade para construí-los, no entanto ela sobrevive a temperaturas abaixo de 0º C e acima de 40º C. Ela não trabalha se a temperatura estiver abaixo de 20º C ou se estiver ventando muito, ou se o tempo estiver para chuvas. Mais importante, se não houver uma boa fonte de néctar ou pólen ao alcance não vai gastar energia procurando. Ele parece saber quando as plantas são dignas de trabalho em suas áreas e nesses momentos trabalha muito duro. Em outros momentos, pode ser difícil de se ver mais do que uma abelha ocasional deixando a entrada. É muito seletiva nas plantas em que busca o néctar e o pólen. Elas são muito diferentes de nossas Trigonas no comportamento, fascinantes de observar, bem características. Eles são muito tímidas e quando olham para fora da sua entrada discreta e vêem alguém, voltam para dentro. Este estilo de vida permite que individualmente as abelhas Austroplebeia australis vivam em média 6 meses, muito mais do que as nossas Trigonas.
Elas têm a prática incomum de fechar a sua entrada a cada noite com uma parede de resina. Não é sólido, mas é feito de partes que permite a passagem do ar. Na parte da manhã a medida que o dia esquenta, elas gradualmente abrem a entrada e armazenam o material utilizado para a porta na parede do seu tubo de entrada. Em um dia frio ou úmido o tubo permanece fechado.


TRANSFERÊNCIA DE COLÔNIA
Segue uma descrição da transferência de uma colônia de Austroplebeia de um tronco oco resgatado de um local de desmatamento em um dos muitos projetos de caixas utilizadas aqui. Depois, há algumas fotos de uma caixa muito diferente e inusitada que permite que a colônia seja dividida verticalmente. Serve muito bem a essas abelhas, a sua estrutura de ninhada é muito imprevisível.
Esta é a colônia no tronco oco. Vocês podem ver pelo tamanho das mãos, que é muito longo e fino, talvez sete centímetros de diâmetro no interior da cavidade e 1,2 m de comprimento. Como havia poucos depósitos de mel com a colônia, esta é provavelmente apenas uma parte da colônia. O resto pode ter sido perdido no resgate ou foi decidido não trazer os depósitos de mel. Eu já os vi com mais de 2,5 m de comprimento em toras com depressões estreitas.
A foto acima mostra a estrutura do ninho da Austroplebeia australis e como ele estava no tronco, bem menor que a média, por sinal. Quando transfiro essas colônias para uma caixa, sempre uso uma lona ou um pano, de modo que tenho uma boa chance de encontrar a rainha. A rainha é muito difícil e pode se esconder em seu próprio ninho em rachaduras dos troncos ou deixar o ninho junto com as outras. A procura também é feita por rainhas virgens para aumentar as chances de sucesso. Nós encontramos a rainha, nesta transferência, ela estava se escondendo em uma fenda no tronco.
Acima vemos algumas áreas de depósito, principalmente de pólen no presente caso. Cada célula tem apenas um centímetro de diâmetro. O mel é o de melhor qualidade de todas as nossas abelhas sem ferrão e pode ficar muito próximo do mel de Apis em suas características,  mesmo na densidade, o que é incomum para as abelhas sem ferrão. Talvez isso se deva à escolha do local para o ninho. Eles estão freqüentemente localizados em troncos secos de árvores, muito longos e em áreas muito secas o que torna a atmosfera muito seca.Talvez o ar quente subindo através dos galhos ocos faça secar o mel? Parece que as abelhas escolheram construir seu ninho em seu próprio desumidificador. Se A australis estiver forrageando na mesma árvore que as Apis forrageiam, como o “Yellow Box (Eucalyptus melliodora)”, que dá origem a um de nossos melhores méis, o mel resultante pode ser quase indistinguível do de Apis fisicamente mas, ainda têm aquele algo especial que apenas o mel das abelhas sem ferrão podem proporcionar. De todas as nossas abelhas sem ferrão a Austroplebeia é a que usa menos resina em suas construções, por isso a fonte da resina tem um efeito mínimo sobre o sabor do mel. Devido ao pequeno tamanho de cada célula, seria muito lento fazer a colheita através de métodos de sucção e ainda estamos a testando esse método aqui na Austrália. As células de mel freqüentemente se desenvolvem de uma forma que ficam grudadas ao exterior das células mais antigas, mas são muito frágeis quando novas.
Agora vemos o ninho sendo removido gentilmente do tronco aberto. O tronco havia sido previamente cortado com uma serra circular (e parece que as partes foram fechadas novamente) antes da demonstração de modo que somente um trabalho simples de corte foi feito durante a demonstração. Pela primeira vez eu estava observando e fui capaz de tirar fotos sem mel e resina em meus dedos e na CÂMERA.
Esta é uma foto posterior da colônia transferida para uma caixa, com um painel de inspeção. A foto foi tirada através do painel “transparente” e eu fui incapaz de evitar os reflexos. O ninho foi colocado na base de uma caixa cúbica, que tem  cerca de 15 centímetros de lado e de altura, junto com as melhores pedaços dos depósitos de mel e pólen. Há um telado no fundo para ajudar as abelhas se ocorrer algum derramamento de mel na transferência ou mais tarde em caso de um colapso da colônia pelo calor ou falha estrutural.

DIVISÃO DE COLÔNIA
A próxima parte da demonstração foi uma divisão de uma colônia da abelha em um tipo muito diferente de caixa. Esta caixa foi desenvolvida por um dos meliponicultor aqui do sudeste de Queensland, chamado Alan Waters, e é bastante engenhosa. Eu acho que funciona muito bem para a estrutura de ninhos que é mais comum com esta abelha, provavelmente o melhor desenho de nossas caixas, que eu já vi.
Acima visualizamos a colméia vazia e a estrutura interna de apoio da colônia e que torna a sua divisão previsível e segura.
Aqui já vemos uma colônia bem estabelecida no espaço disponível, onde  a área de crias se desenvolveu em forma de bola. Quando a caixa foi "dividida" a maior parte ficou em um dos lados, depósitos de mel e pólen podem ser vistos em torno das bordas e cantos do ninho.
Enquanto observava a menor parte da colônia, tentando avaliar se tinha alguma célula real e se tinha prole suficiente para garantir seu sucesso, tive a sorte de avistar a rainha. Mesmo que essa parte tenha menos crias, tem a rainha assim tudo vai ficar bem.
O próximo passo é adicionar novas metades vazias à cada uma das seções divididas da colônia. As duas seções são unidas quando a tampa é fechada com os parafusos, depois as barras de metal são fixadas nas laterais garantindo a junção correta das partes. Os painéis de inspeção também são divididos em duas metades. Este projeto de caixa necessita de boa precisão em sua construção de modo que as duas metades se encaixem muito bem entre si e de forma segura, para impedir a entrada das nossas duas principais pragas, moscas Syrphidae e é claro forídeos. Este último normalmente entra através da entrada de colméias enfraquecidas ou perturbadas, mas os sirfídeos são uma preocupação especial nesta fase. Estas moscas colocam seus ovos na parte externa da caixa, em uma fenda. Os ovos eclodem e as larvas minúsculas fazem seu caminho para o ninho onde elas podem rapidamente destruir uma colônia, se as abelhas não os detectarem rapidamente. A defesa contra eles é muito difícil. A junção bem apertada e selada é o melhor caminho.
Um comentário final sobre essa abelha é que a maioria das pessoas que as mantêm supõe que têm uma pequena colônia e só precisam de uma pequena caixa. Os registros históricos mostram que estas abelhas foram encontrados pelos primeiros colonizadores, com grandes quantidades de mel, eu os vi com estruturas de ninho muito grande, muitas vezes maiores que os exemplos mostrados nestas fotos. Devido à qualidade do mel, é a abelha que eu mais gostaria de usar para produzir o mel, mas é preciso haver uma forma de incentivar uma massa consistente de crias, visando conseguir uma grande quantidade de forrageadoras para produzir todo o rendimento de mel de que são capazes. Talvez seja genética e seleção para essa característica, talvez seja o projeto da caixa. Eu duvido que nós possamos produzir boas colheitas de mel com uma colônia em uma pequena caixa. Temos muito para aprender, tanta coisa para aprender. Eu tenho um amigo em Tara, com 450 colônias dessas abelhas, e pela primeira vez, ele levou algumas colônias para fora, para uma área onde duas boas espécies de eucalipto estavam florescendo. As espécies eram Tumbledown e Red River. Ambas produzem um bom suprimento de pólen e grande quantidade de néctar. As abelhas poderiam ser colocadas junto das árvores, portanto, não precisariam voar para longe. Vamos ver como elas vão se comportar. Foi um ano muito ruim para o sudeste de Queensland para o pólen nesta temporada por causa dos eventos de chuvas muito freqüentes. Isto está fazendo com que todas as operações das abelhas sem ferrão fiquem mais difícil do que o habitual, mas esperamos que esta primeira tentativa de mudar as abelhas para uma fonte de mel, como as Apis, mostrará se isso pode ser feito.

Bob the Beeman

sábado, 20 de novembro de 2010

TRANSFERÊNCIA DE CAIXA OU DE TRONCO É SEMPRE DIFÍCIL

Associados e Abenautas

Tarefa difícil a transferência de enxames, sempre muito traumática pro enxame. Temos de seguir as regras certinho.

1 - Todo equipamento alí, a mão: canivete, lâmina de serrar aço, pote para mel, latas com tampa para os potes retirados, seringa pra retirar mel, as caixas da transferência, as armadilhas para forídeos, uma lanterna.
2 - Caixa vazia de espera, no local onde ficava a caixa que da qual será transferido o enxame.
3 - Iniciamos retirando o máximo de mel dos potes, depois retiramos aqueles que estiverem impedindo o acesso ao invólucro.
4 - Retiramos o ninho, com todo o invólucro, após solta-lo de todas as suas amarras, que o prendem às paredes, para isso usamos com sucesso a lâmina de serrar aço, flexível. Colocamos na caixa limpa, sobre o berço, que já deve estar esperando. Transferência finda.
5 - Captura das abelhas que permaneceram na velha caixa, tarefa de paciência, a lanterba ajuda nesta hora, se você tiver um sugador de abelhas e bons pulmões será ótimo, caso contrário pegue-as com a mão, com muito cuidado para não machucá-las.
6 - Colocamos as armadilhas contra forídeos e as abehas capturadas e levamos a caixa nova, pro local original.

Pedro Paulo Peixoto
Presidente da AME-RIO







sexta-feira, 4 de junho de 2010

PAIXÃO PELAS ABELHAS NATIVAS

Gostaria de compartilhar com todos os meus amigos meliponicultores as minhas experiências com as abelhas nativas e como esta paixão começou.

Tudo começou quando meu sogro no ano de 2007 trouxe de uma obra de construção uma caixinha de madeira que tinha colocado algumas abelhas jataí que tinha tirado de um muro ele sem experiência e sem conhecimento colocou algumas abelhas e veio também um pouco de cera na caixa e provavelmente deixou a rainha morrer junto com todos os discos de cria, aconteceu depois de alguns dias as abelhas abandonaram a caixa e ela ficou esquecida por aproximadamente 8 meses. E em novembro de 2009 minha sogra me alertou que a caixa que meu sogro trouxe da obra as abelhas tinha voltado, ela me incentivou a buscar conhecimento sobre estas abelhas que eu nunca tinha ouvido falar, e nesta busca foi a onde a paixão começou. Hoje juntamente com ela criamos jataí e irai.

Aqui estão algumas fotos que tiramos tentando remover algumas pedras pesadas e grandes de uma calçada de um casa de um amigo em campo grande para poder transferir 2 enxames de irais e 1 de jatai.


Olha o tamanho desta pedra deu trabalho mais conseguirmos



As abelhas jatais se mostram valentes e mordem nossa pele

Os discos de cria com a rainha juntamente com os potes de mel e polém na caixa


Conseguirmos fazer a transferência de 2 enxames de jataí de uma obra e uma mirim pena que não tirei foto pois a maquina digital não estava disponível. Eu como iniciante tenho aprendido com meus amigos do ABENA e da AME-RIO, desculpem pelo alguns erros cometido, mais sei que vou chegar lá.

Um grande abraço para todos.

Christiano Figueira