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quinta-feira, 31 de julho de 2014

ACLIMATAÇÃO DE ABELHAS SEM FERRÃO DE OUTROS BIOMAS

Resolvi tecer algumas considerações sobre ACLIMATAÇÃO DE ABELHAS SEM FERRÃO DE OUTROS BIOMAS, em função de uma mensagem que eu li no grupo ABENA, 
postada pelo meliponicultor Jean Carlos, na qual trazia notícias do SIMPÓSIO DE MELIPONICULTURA EM IVOTI - RS, em que destacou pontos positivos e negativos.
Positivamente - destacou a presença de quase 300 meliponicultores no auditório, em um sábado à tarde.

Negativamente -  o cancelamento da principal palestra do evento, sobre legislação, que foi retirada da pauta apesar do interesse dos meliponicultores presentes.

Cita ainda na mesma mensagem ao ABENA, que ficou "consternado pela visão quadrada, retrógrada, irresponsável e discriminatória" lançada sobre os meliponicultores. 

Jean ainda destaca posturas defendidas em reuniões paralelas, em que algumas pessoas faziam sugestões radicais como a de matar todas as espécies de abelhas nativas não endêmicas do RS, com fins de não causar danos ao meio ambiente.


Depois que li o nível a que chegaram as opiniões sobre o tema, não me contive em abordar sobre a incoerência do radicalismo revelado nas reuniões, frente ao "modus vivendis" do ser humano, com relação a sua economia mundial globalizada e a questão das espécies endêmicas.

Espécies endêmicas são aquelas que são restritas a uma região geográfica. Mas essa restrição não é porque ela foi eliminada de todos os outros lugares, e sim porque essa espécie "evoluiu" naquele local e não se espalhou por algum motivo.
Isso é muito comum em ilhas, onde uma porção de terra se separou do continente e restringiu alguma espécie naquele local. Com o passar dos anos e acúmulo de mutações surge uma espécie nova, ENDÊMICA daquele local. Mas é bom saber que o endemismo pode abranger áreas continentais, como o nosso lobo-guará, endêmico da região sudeste. Espécies endêmicas podem ter pernas e asas, e nada as impedem de cruzar fronteiras para buscar novas áreas para subsistência e sofrerem novas adaptações! 



Não quero polemizar, mas o escopo do tema globalização, apesar de ser um termo bem novo, tem seus princípios na antiguidade, quando os reis travavam batalhas para adquirir novas áreas de influência, capazes de gerar e sustentar suas riquezas. Este foi o real motivo pelo qual portugueses, espanhóis, ingleses partiram para conquistar novas terras.

Antes deles outros povos já faziam isso na antiguidade, e atualmente repete-se a história, mas por maneiras diferentes de conquista.


Desde aquelas remotas eras, o trânsito de pessoas já era capaz de disseminar espécies vegetais e animais, no rastro das conquistas. 
Atualmente contamos com toneladas de container cruzando fronteiras, centenas de aviões com milhares de pessoas e toneladas de bagagens cruzando os céus diariamente, navios cruzando mares e rios ....
Não é difícil de imaginar a quantidade de vetores que viajam dentro desses containers, porões, cascos de navios, aviões e bagagens, que cruzam fronteiras diariamente.      



 Mas vamos nos ater somente aos nossos colonizadores portugueses e ao nosso território brasileiro ....


O que comemos atualmente no nosso dia a dia? 
O que temos posto na mesa são produtos nativos?
Dá para imaginar nossa mesa sem alface, agrião, pepino, abóboras, cebola, alho, coentro, gengibre, lentilhas, couve, feijão preto, arroz, bifes, frangos, queijos?
Pois o Brasil era assim antes dos portugueses, não tinha nenhum desses itens citados, como também não tinha manga, jaca, fruta-do-conde, laranja, uva, figo, maçã, cidra, melancia, abacates, morangos, erva cidreira, mostarda, diversos condimentos ... Uma lista interminável de itens inexistentes naquela época, suficiente para encher um hipermercado!!

Talvez você tente enumerar a graviola, tamarindo, romã ou a carambola, mas também não existiam ... Pode parecer um espanto, mas nem a banana como a conhecemos é nativa!!!
Tomates e orégano? ... É óbvio que também são estrangeiros. 
Deu para notar que a feijoada, o prato mais badalado e considerado a identidade brasileira entre turistas, não existia por falta de ingredientes.
 A cana de açúcar, o próprio açúcar, melado ou rapadura ... perfeitos desconhecidos de terras brasileiras. Era o mel das abelhas sem ferrão que adoçava a vida de todos que viviam nestas plagas, índios ou colonos indistintamente naquela época.
 Contam historiadores que os índios tinham medo de galinha .... junto delas eles também foram apresentados aos cavalos, porcos, cabras, pardais, ratos, baratas, etc
 O solo brasileiro foi apresentado às "máquinas de socar solo": os bois, que em conjunto com sua fonte de alimento, o capim gordura, capim navalha, capim isso ou capim aquilo, foram trazidos para cá e espalharam-se como pólvora. Não há quem viaje hoje e deixe de contemplar vastas terras, até perder de vista, de capim e mais capim!!! Relevos com trilhas socadas pelos cascos dos ruminantes, ziguizagueando morro acima e morro abaixo.
No nordeste brasileiro qualquer "cabra da peste" tem familiaridade com o outro ruminante que deu origem ao tradicional termo acima citado, e agregado a cultura tradicional do povo daquela região. Exóticos como os demais acima citados, hoje a cabra ou o bode são importantes figuras da culinária, e personagens referenciados em todos os romances que tem o nordeste ou a caatinga como cenário.
Pela mãos dos europeus chegaram as abelhas apis, que mudaram radicalmente toda a dinâmica dentro de todos os biomas, de norte a sul do Brasil.
 
Mais recentemente, pelas mãos do governo brasileiro, chegaram as Apis africanas, que mudaram mais radicalmente ainda a relação do homem urbano ou rural com este inseto.
 A partir de São Paulo as Apis africanas dominaram suas "primas europeias" e avançaram além das fronteiras brasileiras, e de 1954 até hoje, já chegaram no Canadá.

O resultado dessa nova miscigenação, a Apis africanizada, não só conquistou territórios, como também o imaginário das gerações seguintes, temida e respeitada, consta nos livros didáticos brasileiros como "A RESPONSÁVEL PELA POLINIZAÇÃO DAS NOSSAS MATAS", e por causa disso muitos alunos da 1ª série primária à formandos de biologia acreditam ser esta a verdade!!
 Está história mereceria uma postagem em particular ... mas deixemos para outra hora ...
Por meio dos colonizadores, o povo "endêmico brasileiro", ou melhor os índios, foi apresentado a sintomas como espirros e nariz escorrendo devido às gripes e resfriados .... como também foram expostos à varíola, sarampo, caxumba, tuberculose, tifo e peste negra, tudo advindo de vírus, bactérias e protozoários exóticos. 

A Colônia cresceu e tornou-se independente, e nós, somos o produto da miscigenação entre duas raças exóticas trazidas para as Américas com "seres endêmicos" nativos da colônia. Essa miscigenação, com o passar dos tempos, formou uma nova "tribo de seres" que não são nem brancos, nem amarelos nem negros. São brasileiros.
 Essa "nova tribo" ainda vive na soberba do poder. A sensação do poder de achar que dominam todos os níveis de conhecimentos, tal como seus antigos colonizadores se sentiam. Munidos dessa ilusão acham-se capazes de impor seus conceitos de certo ou errado, do que pode e do que não pode ser feito. 

Entre nós brasileiros, que pertencemos a essa tribo de crioulos (leia-se nascidos nas terras da colônia) salva-se uma parcela que começa a descobrir o Brasil em que vivem. 
Esta parcela da população engatinha, em pleno século XXI, pela trilha de uma descoberta que tem ares de coisa de outro mundo: a cultura, os produtos e os insumos genuinamente nativos.

É uma tribo que começa e enxergar que somos estrangeiros em nossa própria terra natal ....

Já está se tornando comum achar pessoas começando a descobrir que as terras "em que se plantando tudo dá" é rica de biodiversidade nativa incalculável, capaz de sustentar os que aqui vivem, e toda a sua economia moderna com seus enganos e desenganos.

Mas agora vamos ver o que esta parcela da população, mais esclarecida, está descobrindo que existia, e ainda existe....

Achei de cara, uma lista na internet com 200 frutos autenticamente brasileiros... Aqueles que só as "pessoas endêmicas" conheciam... Relacionei alguns abaixo:

Abiu, Abricó, Açaí, Araçá, Babaçu,Baru, Cajá, Cambucá, Goiaba, Guabiroba, Ingá, Jabuticaba, Jenipapo, Licuri, Mangaba, Maracujá, Murici, Pequi, Pitanga, Pitomba, Sapoti, Sapucaia
Não quero fazer propaganda, mas só agora que os muitos brasileiros de mente aberta estão descobrindo o Brasil. Muitas sorveterias, como por exemplo a "Mil Frutas", priorizam a cultura e os produtos nacionais, e lançam sorvetes de sabores nativos, que fazem incrível sucesso!!! Mais incrível... O sucesso se dá aqui e na Europa !!!

E quanto as verduras nativas, conhecidas como verduras não-convencionais? 
Já ouviram falar em serralha, caruru, beldroega, ora pró nobis, erva gorda, capiçoba, capuchinha, taioba, vinagreira, urtiga? Pois é... Os grandes chefs de cozinha veem para nossa terra atrás desses novos sabores ....
 Sabiam que temos plantas que são capazes de produzir até 4500kg/ano de pólen por hectare? E sem a necessidade de abelhas !!! Pois é a tabôa.... 
 Quem quiser saber mais um pouco sobre as maravilhosas hortaliças nativas e suas propriedades nutritivas deem uma olhada neste vídeo de aproximadamente 35min... 
Vocês vão gostar !!   

A cada palestra que a AME-RIO realiza, a cada evento aberto, deparamos com brasileiros crianças ou adultos, gente simples ou graduada... Indistintamente a surpresa sempre acontece: 
_"ABELHAS SEM FERRÃO !!!?!! EXISTE ??? COMO TIRARAM O FERRÃO DELAS??"
 
Mas continuando a nossa prosa sobre enxergar como estrangeiros em nossa própria terra natal.... não podemos esquecer das sementes crioulas.

A semente crioula é modificada naturalmente ao longo dos anos sem passar por processos artificiais. As sementes crioulas são cultivadas por agricultores familiares de municípios vizinhos, e são melhoradas através de processos de cruzamento entre as variedades no decorrer dos anos.
Adaptabilidade!!!
   
Vou transpor abaixo uma opinião que não é minha, foi um alerta feito por Zakri Abdul Hamid, Presidente da Plataforma Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços de Ecossistemas, sobre os desafios para conservação. 

De acordo com o pesquisador, um dos principais desafios que o IPBES terá de enfrentar agora, depois de oito anos de negociações internacionais para ser implementado, é chamar a atenção do mundo para o problema do declínio da diversidade de espécies de plantas e de animais em todo o planeta, que alguns cientistas chamam de “o sexto grande episódio de extinção na história da Terra”. Segundo dados apresentados por ele, cerca de 75% da diversidade genética de culturas agrícolas foi perdida no último século. Um dos fatores responsáveis por isso foi o cultivo, por agricultores de todo o mundo, de variedades geneticamente uniformes e de alto rendimento e o abandono de muitas variedades locais.

“A perda de diversidade genética de animais domésticos reflete a falta de visão geral do valor de raças nativas e de sua importância na adaptação às mudanças climáticas globais”, disse Hamid. “Isso é consequência de incentivos à promoção de raças mais uniformes", avaliou.
 
Gente .... não podemos esquecer que a vida não é estática, e o mundo está sempre se transformando ... queiramos ou não o clima está mudando ... e os conceitos tem que mudar.

A adaptabilidade foi o diferencial da raça humana para sobreviver e evoluir. Então não podemos querer manter as outras espécies, animais e vegetais, inertes no tempo e no espaço ... 
 Temos sim, o dever de defender as espécies endêmicas. Não é racional liquidar seus ecossistemas originais, como temos feito incessantemente através dos anos, literalmente derrubando as matas, drenando mangues, invadindo o cerrado, etc. Mas por outro lado não devemos ser radicais querendo limitar o que não é limitável, como as atuais fronteiras que contenham estas espécies endêmicas.

Nós somos os responsáveis por isolar os biomas, fragmentar as florestas, restringir as passagens. Não conseguimos nem implementar biocorredores. 
Nós estamos isolando os animais e as plantas. Não existe mais no Brasil áreas livres de exploração comercial, seja ela qual for. 
O Brasil virou um grande retalho de biomas.
As nossas abelhas sem ferrão remontam 200 milhões de anos de evolução, e neste período não ficaram presas a limites geográficos. Mas nós estamos impondo isso a elas.



Se tudo evolui conforme a capacidade de adaptabilidade...
Se o Brasil, em TODOS os seus biomas, está inundado de plantas e animais exóticos desde a sua descoberta ... e esses exóticos transpassam livremente as fronteiras dos territórios...
Se nós estamos, cada vez mais, limitando os biomas originais, devido a nossas atividades comerciais...
Não consigo entender porque o trauma de utilizar abelhas nativas para fins comerciais, tal qual as apis tem sido utilizadas, livremente em qualquer parte do território, desde que se adaptem a região...
Nossas abelhas têm ficado cada vez mais restritas e isoladas a biofragmentos cada vez menores, e com isso tornam-se cada vez mais frágeis... com reduzido níveis de resiliência frente as necessidades apresentadas pelos cenários de alterações climáticas que trazem influências cada vez mais negativas.

Achei uma pesquisa em que havia a imagem do mapa da região nordeste do Rio Grande do Sul. A primeira imagem de 1984, e a segunda da mesma região 15 anos depois (1999). Pode-se notar o crescimento dos fragmentos de biomas, cercados cada vez mais por áreas de exploração comercial. Imagino que agora em 2014, as manchas verdes da segunda imagem devem ter se tornado apenas pontos verdes.   

Técnicos da EMATER do Amazonas, como o pesquisador Cristiano Menezes, veem a possibilidade de usar as abelhas uruçus cinzentas como ferramentas de polinização. 
Podem ver a opinião dele em um vídeo na postagem aqui mesmo:
http://www.ame-rio.org/2014/04/dia-da-terra-22-de-abril.html

Ahhhh brasileiros!!! 
Muitos de nós estamos Brasileiros, não somos brasileiros ....
O Brasil é um grande cadinho... Não dá para importar Leis e conceitos.
Como resistir as modificações climáticas se existem pessoas suscitando a possibilidade de matar todas as abelhas nativas que não sejam originais da região, endêmicas?
Se for tomar este princípio como verdade incontestável e sem alternativas, por que não exterminar com as apis também?
Seria o mesmo tipo de pensamento ...
E os porcos? Cavalos, bois, cabras, pardais, ratos ? 
Alface, arroz, mangas, e toda aquela lista que citei acima?
Sugiro que extermine todos os "não índios" !!!
Vamos aproveitar o bonde e também requerer a exterminação do milho BT !!!

Ahhh !!! Esse pode tomar conta das matas araucárias, do pantanal, do cerrado, etc  .... 
Medina 

10 comentários:

  1. Essa exposição vai rodar o Brasil....... vai longe esse programador !

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  2. Edivaldo Ferreira Pacheco Filho31 de julho de 2014 às 11:20

    Não tenho palavras capazes de expressar toda a concordância que tenho e sinto por todo este material, texto, imagens e informações. PARABENS

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  3. Amigo Medina.

    Parabéns pela postagem completa e altamente bem escrita.

    Temos que "provocar"as pessoas à pensarem mais;pois só assim,conseguiremos mudar a realidade da nossa meliponicultura brasileira.

    Abração!
    Paulo Romero.
    Meliponário Braz.

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  4. Parabéns Medina. Faço das palavras do amigos acima as minhas.

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  5. Parabéns, a matéria ficou show. onde está o jornal o globo que não acha um jornalista desse para informar a boa noticia.

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  6. Texto único e com um "raro toque de bom senso".

    Parabéns!!!!!!

    Abraços, Eurico - Sabará - MG

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  7. Parabéns pela matéria, é muito bacana. In situ, ex sito o Warwick me ensinou essa coisa. É um tema deveras apaixonante e penso que, primeiro devemos focar nas espécies locais, afinal, qual a graça de trazer os bichos de fora, será que a scutelaris é mais bonita que a seminigra? Será que eu já sei tudo sobre a espécie local que não tem mais graça ou eu sou colecionador, ou cientista, ou burrólogo, ou sei lá. Também já ouvi coisas assim; "A 10 anos eu trouxe essa espécie exótica de meliponíneos e fiz muitas reproduções e nada aconteceu". Poi é, a evolução tem prazo de validade, e olha que sempre pensei em milhões de anos para isso acontecer. Tem uma galera que preza até mesmo as linhagens, seri isso muito ruim ou bom? Eu particularmente prefiro valorizar, e muito, as espécies locais e para quem cria as exóticas, seguramente eu não estarei aqui para contar o final desta história evolutiva.

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  8. O Medina está de parabéns por sua excelente matéria, muito bem argumentada e ilustrada. Espero que este material ganhe a merecida repercussão e possa abrir os olhos daqueles legislam sobre a proteção da nossa fauna silvestre. Se não é possível ou não existem recursos para garantir a integridade de todos os ecossistemas, não podemos fechar os olhos para a extinção em massa que ocorre hoje. A nossa fauna e flora, felizmente, tem a sua disposição, um exército de pessoas capazes, bem intencionadas e dispostas a contribuir com esta tarefa, seja por hobby ou comercialmente de maneira sustentável. É importante ressaltar a grande importância dos que fiscalizam, legislam ou pesquisam nossa natureza, mas a situação é muito grave e merece de todas as áreas muito empenho, dedicação e acima de tudo uma visão sem preconceito, capaz de vencer os paradigmas que engessam nossas leis.

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  9. Realmente muito bem feita a matéria. Mas em algumas situações específicas o ingresso de determinadas espécies de animais, insetos ou plantas causam sérios prejuízos a determinados biomas, mas com certeza, não é a situação das abelhas sem ferrão já que elas existem em todo o território nacional e possuem entre elas muitas características semelhantes, além do mais, a própria seleção natural fará com que determinadas espécies permaneçam ou sucumbam com o tempo neste ou naquele local.

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