Todas as postagens desse blog, são de inteira responsabilidade do colaborador que a fez e refletem apenas a sua opinião.
Caso você tenha interesse em colaborar com esse Blog, por favor, envie uma mensagem para redator@ame-rio.org

terça-feira, 13 de outubro de 2015

REFLEXÕES SOBRE O FUTURO COM ABELHAS SEM FERRÂO

Posto abaixo uma texto de nosso amigo Homem das Abelhas Australianas: Bob Luttrell.
Ele em sua contínua pesquisa por melhorar o manejo de suas abelhas sem ferrão vem sempre nos brindando com novidades.
Nesta postagem redigida por ele, nos apresenta um novo modelo de caixa com aperfeiçoamentos e uma nova maneira de coletar méis das nativas.
Em breve ele vai nos disponibilizar um vídeo com esta nova técnica de coleta de mel.
Att
Medina
--------------------------------------------
Um caminho em forma diferente e progressiva.
Por Bob Luttrell (B Sci Agr UQ)
Há muitas caixas, muitas ideias, e muitas maneiras de fazer as coisas no mundo das abelhas sem ferrão.
A ideia de ninguém vai ser, nem ficar o melhor. Somente por meio da inventividade e engenhosidade dos meliponicultores, com suas mentes abertas e capazes de observar as suas abelhas, vai haver um genuíno progresso em relação ao bem-estar de nossas abelhas sem ferrão.
Acima de tudo, nunca tenha medo de experimentar. Nunca tenha medo de sonhar com o que poderia ser.
Uma caixa completamente moderna para abelhas sem ferrão.
  A Aussie INPA Mk 2
Eu desenvolvi esta caixa ao longo de vários anos, a forma evoluiu de retangular a quadra, sempre com o objetivo de promover o conforto das abelhas, e facilidade de uso pelo meliponicultor.
Esta caixa é modular, com componentes separados, dos quais pode-se escolher qualquer um dos principais alças para tomar qualquer posição na desdobra de uma nova colônia.

O espaço da abelha é pela primeira vez reconhecido e utilizado. Tenta-se construir com recursos de design uma maneira de resistir aos ataques de moscas syrphid, um dos principais parasitas de abelhas sem ferrão.
A ventilação é realizada de baixo para cima, e ativada pelas abelhas conforme suas necessidades. Uma cobertura resistente serve de sombreamento blindagem ao calor, protegendo a colônia em clima quente, reduzindo o risco de perdas.
Madeira de alta durabilidade é utilizada na manufatura, e todos os componentes internos de metal são de aço inoxidável para maior durabilidade e para evitar a contaminação com metais pesados.
As alças são mergulhadas em resina de madeira e cera de Apis derretidas. Entre as alças há separadores emparelhado, um é fixo à parte inferior da alça superior, e o outro, maior e solto, na parte superior da alça de baixo. Estes permitem uma divisão limpa sem derrames de mel ou rompimento dos potes de pólen.
Os danos que ocorriam na estrutura do enxame durante as desdobras expunham material atraente para as moscas syrphid e forídeas e, mais recentemente aos pequenos besouros de colmeias.
A divisão seca é muito mais segura para as abelhas, resulta em menos trabalho para elas, durante o reparo e limpeza após a desdobra.
A recuperação é muito mais rápida. Nas fotos abaixo, a figura 1 mostra uma alça no estágio ideal, pronta para receber em sua parte superior uma nova alça vazia, pode-se observar o espaço de circulação das abelhas. 

E a figura 2, mostra uma alça pela técnica construtiva antiga, fundamentalmente diferente das atuais propostas.

A estrutura do ninho progride em direção ao painel de inspeção até ocupar as alças superiores. A alça superior da caixa de uma colônia pode ser removida para ser utilizada como nova alça inferior, colocando-a perfeitamente em nova placa de fundo, uma vez que a circulação das abelhas é mantida pelo separador fixo.  Na desdobra adiciona-se um separador solto na alça inferior. Ambas as colônias rapidamente crescem para cima, em suas alças através do seu caminho central preferido, podendo-se observar o desenvolvimento de cima, por meio do painel de inspeção da caixa.
Esta caixa traz um elemento de gestão de abelhas sem ferrão, muito familiar aos apicultores. O uso de armadilhas para insetos-pragas, mesmo a alimentação estratégica torna-se possível dentro da colônia, o aspecto e a saúde da colônia pode ser avaliada sem perturbar as abelhas.
Com a descoberta da doença bacteriana em abelhas sem ferrão, a visibilidade, possibilitada em colônias nessas caixas, através do painel de inspeção, oferece condições para vistoriar a presença de possíveis infestações na colônia.

A última novidade em arranjos de potes de mel de abelhas sem ferrão.
Eu já mostrei que tanto carbonaria Tetragonula, e Tetragonula hockingsi, armazenam seu mel em potes dispostos em quadros horizontais, quando a colônia está forte e em produção.

Até os dias atuais, estes quadros tem sido construídos pela inestimável técnica da prototipagem, usando impressoras 3D. Um pedido de patente foi arquivado no ano passado, e torna-se definitivamente disponível em breve.

Isso nunca foi realizado com abelhas sem ferrão na Austrália antes, nem no mundo, pelo que pude pesquisar. Posso dizer que houve aventuras neste sentido, em potes plásticos de mel improvisados e sucção a vácuo, para coleta de mel dos potes em qualidade e em condições de higiene.
A atual proposta deixa em muito nossos esforços para trás até o momento. Com estes quadros, espero trazer nossas abelhas sem ferrão para o século 21. O mel poderá ser extraído, filtrado durante a extração e ser engarrafado para consumo imediato. Como sempre aconteceu com esta classe de méis, ele necessitará de refrigeração para armazenamento de longo prazo. Eu acredito que o tempo vai mostrar que existirá uma solução, mesmo para isso.
A estrutura proposta é uma estrutura de grade simples que orienta o armazenamento das abelhas, e fornece uma base, e a padronização para uma operação de perfuração posterior. Atualmente são utilizadas impressoras 3D, mas em um próximo passo os quadros serão produzidos usando moldagem por injeção.
Coletar o mel passará a ser muito simples com esses quadros de mel feitos especialmente com propósito de armazenar, e possíveis de serem empregados em quase qualquer tipo de caixa de abelhas. Basta romper os topos dos potes de mel usando uma faca pontiaguda, ou o bloco de pregos padronizados com o quadro de potes, e em seguida, invertendo-o em um coador sobre um recipiente para drenar.
Para grandes quantidades, eu fiz um potente extrator que remove o mel muito rapidamente, filtra e facilita o engarrafamento. Os componentes deste extrator são projetados serem limpos em uma máquina de lavar louças.

Nada disto é definitivo, tudo vai progredindo com melhores ideias que vão surgindo. Com referência a caixa, eu me comprometo a manter a compatibilidade de uma versão para a próxima. Esperemos que o mesmo ocorra com os quadros de coleta. Com eles, no entanto, é como trabalhar com as abelhas Apis há 100 anos, no alvorecer de uma nova era. Muita coisa pode mudar se as pessoas aproveitarem a oportunidade.
Em minha página, manterei novas informações


Detalhes da caixa em:

7 comentários:

  1. Talvez depois do queixo voltar ao lugar possamos dizer alguma coisa.

    Parabéns Bob !

    Parabéns Medina !

    Dream team

    uga

    Gesimar

    ResponderExcluir
  2. Boa tarde,

    Adquiri recentemente uma colméia de mandaçaia, porém como não tenho conhecimento no assunto estou sempre olhando as informações postadas neste site. Gostaria muito de ter participado do curso que foi realizado em novembro. Entretanto, não vi nenhuma notícia publicada informando que iria ter o curso. De modo que sugiro que os próximos cursou ou encontros sejam veiculados com antecedência neste site.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Desculpe, Fizemos a divulgação no FaceBook ABELHA.AMERIO, e as vagas foram preenchidas muito rapidamente. Mas o próximo faremos divulgação simultânea também aqui..

      Excluir
  3. Belo trabalho, Bob! Parabéns.

    Josmar - Sorocaba/SP

    ResponderExcluir
  4. Olá! Belo trabalho.
    Gostaria de saber se há necessidade de pasteurizar mel de algumas espécies de ASF. Caso haja necessidade, quais seriam as espécies de ASF?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá .
      Atualmente pode-se dizer que existem 5 tipos de processamento básicos:
      Refrigerado Congelado Desumidificado Maturado Pasteurizado.
      A pasteurização é o pior processamento, pois altera muito sabor, aroma, e propriedades químicas.
      Não arriscaria não utilizar nenhum deles. São muitas espécies de abelhas nativas, e o que se conhece das espécies mais comerciais é a alto teor de umidade. Devido ao maior teor de água, estes méis de abelha sem ferrão devem ser conservados por um desses processos, ao gosto do cliente e do produtor.

      Excluir
  5. Muito boa iniciativa.

    Na Malasia usam algo semelhante para as melgueiras.
    O video abaixo tem legenda em ingles.
    https://www.youtube.com/watch?v=irFYX6jeduA
    soh nao gostei de ver que cortam os troncos para coletar ninhos...
    Naquela experiencia dos copos plasticos feita aqui ha dois anos, eu sugeriria nao deixar espaco demais entre os copos para evitar aparacimento de potes desalinhados, e usar diametros mais proximos aos das proprias abelhas escolhidas.
    Falando nisso, nao temos uma fonte precisa de qual o tamanho medio dos potes das nossas abelhas.

    ResponderExcluir