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quinta-feira, 18 de maio de 2023

20 de MAIO. Chegamos nesse ano de 2023 a mais um dia oficial da abelha!

O dia foi instituído pela ONU em 2017 em homenagem a Anton Janša, nascido em 20 de maio de 1734 em Breznica, região Gorenjska da atual Eslovênia. Cresceu em uma família que possuía mais de cem colmeias, ele desenvolveu um fascínio especial pelas abelhas desde cedo. Por ser muito inventivo e observador, revolucionou a prática de criação de abelhas, ele inventou um novo design de colméia e aperfeiçoou as técnicas de produção do mel.

Maio, o mês, deriva do nome Maia, que tem o sentido literal de ‘pequena mãe, e na mitologia romana Maia Maiestas é a deusa da fecundidade e da projeção da energia vital, e da primavera.

E as abelhas podem ser consideradas como pequenas “mães”. Mães que dão o fruto a cada flor que pousa, trazendo a fecundidade e a energia vital para cada botão floral que visita.

E o Brasil é mais abençoado ainda por ser um berço esplendido para as abelhas nativas sem ferrão. Mais de 300 espécies ocupam os quatro cantos do nosso país.

Nossas abelhas nativas assemelham-se a varinhas de condão, transformando em uma explosão de vida até as flores mais independentes!

Um exemplo dessa mágica é o café. Estudos demonstram que apesar de ser uma planta independente de polinizador, devido a sua capacidade de autopolinização, a presença de abelhas nativas nas flores do cafezal, acarretam um incremento da produção de até 30% no arábica e até 60% no conilon (AgroBee). 

Existe uma outra pesquisa que registrou um aumento médio de 23% no peso do tomate cereja, quando polinizado por quadrifaciatas.

Pesquisas mais sérias catalogam a frequência de vibração do abdômen de nossas abelhas sem ferrão no momento da coleta de néctar no botão floral.

Sim cada uma das nossas abelhas nativas, diferentes das abelhas Apis Melífera, produzem uma vibração característica específica por espécie. Isso as tornam essenciais para o sucesso e eficiência na polinização de muitas espécies específicas da nossa flora nativa. Significa que se não houver uma abelha que atinja a vibração de uma frequência específica para uma determinada espécie floral, esse botão floral não será abençoado com a sucessão da vida.

Em outras espécies florais a vibração provocada pela abelha nativa, mesmo que não seja essencial para a sua fecundidade, transformam o momento da fecundação em uma explosão de vida, aumentando consideravelmente a qualidade, e o volume da produtividade daquela planta.

Uma outra pesquisa, da Dra. Kayna, apresenta um levantamento sobre a dependência de polinizadores na agricultura comercial. O gráfico revela que pelo menos 76% da cultura comercial é dependente de polinizadores. Desse total 35% são essencialmente dependentes, ou seja, se não houver polinizador não há produção. Outros 24% do total são altamente dependentes.

Esse estudo já é suficiente para entender a importância das abelhas no nosso cotidiano. Se acrescentássemos a esse cenário a mágica da multiplicação da produção, que nossas abelhas nativas são capazes de implementar na maioria das plantações comerciais, as abelhas nativas deveriam não só ser comemoradas no dia 20 de MAIO, mas a cada dia do ano nas salas de aulas de nossas crianças, para que todas crescessem reconhecendo o quanto importantes nossas abelhas nativas são para nosso dia a dia, incrementando a produção de alimentos, como para nossos 9 grandes biomas nacionais.

E essa terra santa, assim como em Mateus 14:13-21, é berço de mais um milagre: o milagre da multiplicação dos frutos. Parece que nossas abelhas aprenderam a lição da multiplicação e da partilha de Jesus. Sem nem mais uma grama de adubo sobre a terra, sem a necessidade de mais metros quadrados de terras cultivadas, sem mais empenho do agricultor, nossas abelhas nativas não só mantêm nossos biomas vivos, como também multiplicam a produtividade das plantas que nessa terra chegam para alimentar o homem.

Nossas abelhas sem ferrão são as “pequenas mães indígenas”, hoje ainda pouco valorizadas, ou ainda não devidamente “empoderadas”, para usar um jargão da moda. Que cada dia 20 dos maios que ainda virão, possam ser momentos de despertamento para a verdadeira importância das abelhas nativas.

Viva todas as abelhas! E viva nossas abelhas nativas!

Medina   

sábado, 1 de abril de 2023

CURSO DE CAPACITAÇÃO EM MELIPONICULTURA MAIO 2023

 

Abrimos vagas no Curso de Capacitação AME-RIO que será realizado nos dias 20 e 21 de maio de 2023, no Humaitá.

Dois dias de aula;

1º Dia - 20/05 de 9:00 às 16:00 hs - com aulas teóricas que abordarão Histórico, Objetivos da criação, Aspectos de coleta, Métodos de processamento, Desdobra segura para iniciantes, Alimentação emergencial, Pragas, Aspectos legais; Intervalo de uma hora para almoço 

2º Dia - 21/05 de 9:00 às 13:00hs com aula sobre Pasto melífero, Oficina de isca pet (prática), Manejo de caixas (prática); SEM intervalo de almoço

 

Participação em grupo de WhatsApp temporário de um mês com alunos da turma e professores. 

VALOR : R$ 250,00 

R$150,00 no ato da inscrição com depósito a favor da Associação

SORTEIO DE UM ENXAME DE JATAÍ ENTRE OS ALUNOS NO FINAL DO CURSO

ENVIAR MSG PARA REDATOR@AME-RIO.ORG para solicitação de vaga.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

Nunca vi rastro de cobra; Nem couro de lobisomem; Essa beia é homi? Essa beia é homi?

O relato que pretendo apresentar é sobre um fenômeno muito raro e ainda um mistério do fator que dá início ao processo, apesar de já ter sido pesquisado e compreendido o mecanismo biológico de como ocorre.

O material que será apresentado, e todo o mérito de registro, é do nosso associado André da Ilha Grande, proprietário de uma hospedagem (24 - 998154802) onde se encontra o Meliponário Saco do Céu, e da BeePoint, que realiza atividades de educação ambiental e usa os Gibis da AME-RIO.


Abro um parênteses aqui para os reclames do BeePoint - quem quiser conhecer abelhas nativas em um ambiente totalmente nativo e conservado, procure nosso associado e amigo da BeePoint. Você poderá se hospedar e passear por trilhas fascinantes da Ilha Grande com ele. A AME-RIO já realizou duas reuniões nesse maravilhoso cenário. Ele é um ótimo anfitrião!

Mas voltando ao nosso assunto: “Essa beia é homi?”, André durante uma revisão de rotina nas caixas de uruçus amarelas de seu meliponário percebeu uma abelha com aparência peculiar entre as demais. Seguindo seu espírito “abelhudo” de curiosidade, conseguiu separá-la, e retirá-la da caixa para uma melhor identificação. Afinal não se parecia com uma princesa, nem com uma Rainha. Para operária estava esquisita! Zangão não era...

Separada a beinha, veio a surpresa...

É importante ressaltar que o manejo correto de um meliponário inclui inspeções periódicas das caixas com o fim de verificar a população, características da cera das lamelas e dos potes de mel, aroma interno, quantidade de potes estocados ou consumidos, estado da postura, entre outras observações. É a lida do dia a dia que formata a sensibilidade do meliponicultor, e aguça o espírito “abelhudo” para perceber pequenas alterações, que podem ser importantes indícios para tomadas de decisões do manejo, ou descobertas incríveis como essa do André.

Bem, a surpresa são essas imagens a seguir:
 


 


Bem diferente de tudo que já vimos, não?

André ficou muito surpreso pois conhecia o fenômeno, mas nunca havia presenciado vivo, em sua própria caixa em seu próprio meliponário, a anomalia tem como nome um palavrão: ginandromorfismo.
Então vamos entender o que é isso.

Geralmente, os animais tendem a ser sexualmente dimórficos, ou seja, uma aparência diferente entre o macho e a fêmea de uma mesma espécie.

Machos, têm gametas pequenos, e fêmeas, gametas grandes, os quais são necessários para a reprodução sexual. Mas vez ou outra na natureza podem ser encontrados indivíduos ginandromorfos. Diferente dos hermafroditas, que geralmente parecem masculinos ou femininos, mas têm os órgãos reprodutivos de ambos, os indivíduos ginandromorfos possuem corpos inteiros com características metade femininas e metade masculinas. É impressionante e MUUUITO raro!
Embora raro, este não é um fenômeno novo, ginandromorfos já foram encontrados em pelo menos 140 espécies de abelhas, além de borboletas, pássaros e crustáceos. Mas nas abelhas, esta característica geralmente só é vista depois que o inseto já está morto e em um museu. Por isso esse registro do André BeePoint é tão significativo, e mais raro ainda pois foi capturado vivo, o que valeu alguns vídeos, como os abaixo.


Mas como isso é possível? Exatamente metade do corpo do indivíduo, em um corte ao comprido, pode-se ter todas as características de cada sexo...?

Embora não se tenha certeza de como exatamente essa anomalia é desencadeada, outros estudos em insetos semelhantes podem fornecer algumas teorias. Há alguns anos, cientistas da Universidade de Sydney, analisaram os genes de vários casos de ginandromorfismo nas abelhas. Eles descobriram que os híbridos fêmea-macho provavelmente eram o resultado de um acidente no desenvolvimento larval, na verdade nas primeiras desdobras do ovo.

A causa desse fenômeno é tipicamente, mas nem sempre, um erro na mitose, durante o desenvolvimento inicial do ser. Vamos tentar explicar de uma maneira bem simples, temos abaixo, como exemplo a imagem do mecanismo da determinação do sexo de uma abelha, pela presença ou ausência do gameta masculino, então serão fêmeas se houver os gametas da rainha e do zangão. E todas as posturas de ovos não fecundados serão machos.
Bem no início do processo de divisão celular, embora o organismo contenha apenas algumas células, uma das células em divisão não divide seus cromossomos sexuais normalmente. Isso faz com que uma das duas células iniciais do processo de formação do ser tenha cromossomos sexuais que causam o desenvolvimento masculino e a outra célula tenha cromossomos que causam o desenvolvimento feminino.
E daí metade do ser em formação apresenta formação celular masculina e a outra metade feminina. E o processo de desdobra das células iniciais consegue ter continuidade sem a morte do indivíduo.

Mesmo assim ainda não se explica como a divisão dessas características sexuais se projetam exatamente em uma divisão bilateral perfeita.
Só DEUS!!

Medina

terça-feira, 1 de novembro de 2022

Nosso comandante Gesimar foi navegar em outros mares


Nosso comandante Gesimar partiu rumo a outros mares.

Meliponicultor das antigas, foi um dos fundadores da AME-RIO exercendo a vice presidência e a presidência da nossa entidade por vários anos, ajudando a moldar a nossa associação.

Ele era do tempo do Orkut e dos grupos de discussões do Yahoo, ajudando na administração de um dos maiores e mais importantes grupos de discussões de meliponicultura da época: ABENA

Foi um incentivador e responsável para que muitos novatos transpassassem a linha do interesse para efetiva atividade na meliponicultura, sendo padrinho de muitos meliponicultores Brasil afora. Para os que ficaram no porto, deixou saudades, e uma bagagem de conhecimento.

O melhor para quem fica são os bons momentos. Muitas histórias que poderia contar dele, para todos rirmos juntos, mas acho que cada um terá a sua para se lembrar e guardar com carinho.

Era um camarada verdadeiro e transparente em suas emoções e sentimentos, expressando-os claramente.

Como dizem dos que portam grande vivência e experiência: um Mestre na Meliponicultura. Também um ótimo amigo e conselheiro.
Que navegue em Paz junto a outros grandes Mestres.


Medina

terça-feira, 18 de outubro de 2022

Adeus Magarão, nosso querido Diretor de Assuntos Científicos

Quero falar só de entusiasmo e bons momentos. Essas são as pegadas doces deixadas pelo nosso Diretor Científico Sérgio Magarão.

 


Um amigo da ciência e sempre com aptidão em incentivar os mais jovens à cultura. Na AME-RIO as primeiras praticas foram com a mais nova associada da época.  Não é atoa que foi Reitor da UNIRIO.


Médico de carreira, nos deixou no dia do médico. Tinha pela meliponicultura uma segunda paixão e um apreço sem fim. Contagiava, com suas histórias e atenção, as pessoas que o procuravam para conversar sobre abelhas nativas, e assim cultivava boas amizades. Mereceu o título "Amigo do Parque da Catacumba"! 

 
Abelhas vão e vem, rodopiam entre flores e trazem seus tesouros.
Derramam em potes de mil cores e sabores.
Sem ferrão, pacificamente resistem e defendem, entre as lamelas sua rainha.
Para que fiquem garantidas às gerações futuras, os segredos da boa meliponicultura.


Magarão se identificou, se agregou, se inspirou e defendeu a meliponicultura e seus valores.



Que Deus lhe conceda um lindo e doce meliponário celeste, Amigão! 

Medina       

domingo, 5 de junho de 2022

Dia do Meio Ambiente - Aprender a Agradecer

 Precisamos aprender a agradecer a Deus pelo dom da Terra – a terra que nos oferece abrigo cedendo recursos para construirmos nossas moradas, e condições para plantar alimentos produzidos nela - o povo descobria os mistérios da graça divina.

Ser grato pela "terra que mana leite e mel", pelos frutos, pelo pão e outras riquezas que vem sustentando Vida e consequentemente todas as relações humanas, que servem para moldar e crescer cada coração que já bateu sobre a Terra.


Uma terra prometida que brota leite e mel. Uma terra rica capaz de sustentar muito gado, na qual multiplica-se a oferta de leite, e que de tão rica e próspera, além do gado cederia o mel de suas veias.

E assim desde os tempos bíblicos o mel é um símbolo da prosperidade da terra.

Desse costume de agradecer por essa fartura que Deus nos oferece, veio a Festa da Colheita, que se tornou Festa das Cabanas, e ainda antes de Cristo em Festa de Pentecostes. E nessas festas o entendimento humano ampliou-se, e o sentido da gratidão a Deus cresceu, não só pela fartura que vem da Terra, mas por todas as benções de Deus.


Hoje dia 05 de junho de 2022 é dia de Pentecostes e dia do Meio Ambiente, e para nós meliponicultores o MEL e a ABELHA são os melhores símbolos para comemorarmos essa data.

Hoje inicia-se a Festa do Divino, o dia do Pentecostes, o dia do Meio Ambiente, e nós da meliponicultura saldamos e agradecemos a prosperidade e a fartura que Deus confiou em nossas mãos, em cada caixa de melípona, em cada enxame que multiplica a vida entorno de nós.

Nossas abelhas sem ferrão são as obreiras da prosperidade da natureza. Polinizam a fartura que deve sustentar 90% da cadeia alimentar mundial. Devemos aprender a agradecer o serviço que elas prestam pela Vida na Terra.


Fazemos parte do meio ambiente. 
E hoje agradecemos a Deus em podermos, de certa forma, colaborar com o meio ambiente!

Medina

terça-feira, 3 de agosto de 2021

Primeiro Curso de Capacitação da AME-RIO - 2013 - Meliponicultura

Amigos da AME-RIO e Internautas,

Hoje eu não vou fazer uma postagem, só vou colocar aqui algumas fotografias tiradas por nossa amiga, Noirce. Não vou nem comentar as fotos.