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domingo, 31 de julho de 2016

TRABALHO EM CORDEL

Em muitas outras postagens tivemos um encontro com poesias, prosas, e poetas.
Aqui em baixo relembro algumas dessas postagens, transcrevendo o link.
E outra vez abro espaço para a arte, a arte do cordel:




A abelha jandaíra

Nativa da região
Ela por ser muito dócil
E fácil manipulação
Por isso e outros motivos
Ela estava em extinção



Graças a atuação 
Dos amantes da natureza
Através de suas pesquisas
Também com muita nobreza
Não deixaram se acabar
Conseguiram resgatar
Esta divina beleza



Porque nada é moleza
Tem que ter dedicação
Padre Humberto foi o herói
Aqui em nossa região
Ele não ficou parado
Neste trabalho arraigado
Cumpriu a sua missão



Também aqui no sertão
Tem outras grandes figuras
Victor Hugo é uma delas
Com a sua envergadura
Tem amor pelo que faz
O mesmo é bastante sagaz
Com esta desenvoltura



São mais de trezentas espécies
De abelhas sem ferrão
Falar das mais conhecidas
Aqui em nosso sertão
São as mais interessantes
São também mais importantes
E de fácil adaptação



As espécies mais comuns
Algumas mais conhecidas
Não fazem mal a ninguém
Ao contrário elas dão vida
Falar bem deste animal
É minha opinião pessoal
Continuarei em seguida



Jandaíra a principal
Mel de boa qualidade
Tem também a amarela
Com sua morosidade
Mosquito e arapuá
Outro tipo encontrará
Nesta adversidade



O curso foi um suceso
Respondo pelo restante
Que partiparam do mesmo
Com suas presenças constantes
A dinâmica não faltou
Todo mundo perguntou
Ninguém parou um instante



Com muita gente falante 
A didática melhorou
Diniz, Laércio e Chinchila.
Jailson, Doze e Talhou.
Abílio e Cláudio Maia
Não deve ter muita praia
Do curso ninguém se afastou



 Vitor Hugo, o professor
Com sua capacidade
Transmitiu tudo que sabe
Dentro da realidade
Outros colegas surgiram
Porém todos se uniram 
Deixando somente saudade



Tive a felicidade
De o curso participar
Alguns profissionais
No manejo de criar
Outros pelo contrário
Porém um milionário
São capazes de iniciar


Antonio Diniz de Souza Bezerra Assu
05/10/2011

Para a Abelha, Este ABC

Lembrar de abelhas sem ferrão é remeter o pensamento ao Brasil Caboclo.
O som do vento e do silêncio; Aromas do mato...
Vem à mente campos, florestas e sertão! É no cerrado, de norte a sul, que o povo valoriza essas Amigas. Pare eles, estas abelhas são a origem do mel que tem verdadeiro valor. E sobre estas abelhas amigas, cantam e recitam suas virtudes.
Divido com vocês este Cordel ABC de Paulo Nunes Batista: 

À abelha, o pequeno inseto 
Que da flor fabrica o mel – 
Esse líquido dourado 
Que da vida adoça o fel -, 
Como uma prova de apreço 
E gratidão, ofereço 
Este abc de cordel. 

B 
Buscando, de flor em flor, 
A base de que precisa 
Para o fabrico da cera 
E do mel, a abelha visa 
Construir o seu cortiço... 
E nem sabe que, com isso, 
Um grande bem realiza. 

Colméia ou cortiço é a casa 
Onde fazem moradia 
As abelhas – seu enxame- 
De onde partem todo dia 
As obreiras – como orquestra 
Que obedecem à abelha mestra, 
Regente da sinfonia... 

Dentro das leis “sociais” 
Vive a abelha, na verdade, 
Pois o cortiço ou colméia 
É uma bela sociedade 
Onde a JUSTIÇA se aninha: 
Todas, da abelha rainha 
Seguem à risca a autoridade. 

Em cada enxame ou colônia 
De abelhas, vivem milhares. 
Formam três categorias 
Distintas e singulares: 
A rainha, as operárias 
E os zangões – tão solidárias 
Como asas cruzando os ares. 

F 
Faz, cada categoria, 
Suas precisas funções. 
A rainha é uma só; 
Centos – os zangões; 
Mais de mil operárias. 
E – todas – são necessárias 
Cumprindo suas missões. 

G 
Geléia Real se chama 
Esse produto ideal 
Que abelhas jovens secretam, 
Sendo, de forma integral, 
O alimento da rainha, 
Que vai comandar, sozinha, 
A organização geral. 

H 
Há uma rainha somente- 
Atriz que encanta a platéia- 
Mãe de todas as abelhas, 
Vivendo só da geléia: 
Traz unido o enxame inteiro 
Pelo feromônio – o cheiro 
Com que domina a colméia. 

Irradiando esse cheiro 
Governa seus comandados. 
Põe muitos ovos por dia 
Que podem ser fecundados 
Ou não – e, nas proporções 
Dos últimos, os zangões 
São, enfim, originados. 

J 
Jaramataia, Tujuba, 
Jandaíra, Jataí, 
Saranhão, Iraí, 
Mandaçaia, Manduri, 
A Tuiuva, a Guapuru 
Mais a Amarela e a Uruçu- 
Abelhas que eu cito aqui. 

Larva é esse estágio entre o ovo 
E a abelha, aquele momento 
Em que o inseto ainda se encontra 
Em seu desenvolvimento. 
As luvas ao meliponicultor 
Têm seu preciso valor 
- são da higiene um instrumento. 

M 
MEL – alimento mais nobre, 
Grande fonte de energia. 
Antes que o homem existisse 
O mel na Terra existia. 
O dourado mel de abelhas 
Mostra em líquidas centelhas 
O caminho da Harmonia. 

Néctar – o líquido doce 
Secretado pelas flores- 
É do mel matéria prima, 
Fonte de veros valores. 
O mel quanto mais escuro 
Mais força tem, pelo apuro 
Dos sais, em vários sabores. 

O 
Operária – abelha fêmea 
Estéril, gerada de ovo 
Fecundado e que trabalha 
Para servir o seu “povo” 
Como ama ou cerieira, 
Nutriz, guardiã, campeira, 
Faxineira... irmã que eu louvo! 

P 
Pólen – célula da flor, 
Sexual, masculina- 
De que a abelha faz o pão, 
Riquíssimo em proteína. 
O própolis, vegetal, 
É remédio natural 
Da abelha, feito resina. 

Q 
Quadro ou alça é uma forma 
Retangular, de madeira, 
Bolada pelo homem, e serve para 
com ela dividir-se a casa 
Mora num lado, noutro os potes 
Assim organizados os suportes 
Lá depositam as campeiras. 

Rainha ou mestra é uma fêmea 
Que comanda todo o enxame. 
Toda abelha lhe obedece 
Sem preguiça e sem vexame. 
Chega a viver 5 anos. 
O seu exemplo aos humanos 
Merece melhor exame. 

S 
Serve a abelha como agente 
Para a polinização 
Leva do pólen da antera, 
Até o estigma, o grão. 
A abelha, no vôo da hora 
Garante a vida da flora 
Pela multiplicação. 

Trabalho – é sua existência 
Socialmente organizada. 
A abelha cumpre a tarefa 
Que lhe fora destinada. 
Desde a operária ao zangão 
Cada qual faz a função 
De forma socializada. 

União – lição que a abelha 
Dá pra toda a humanidade. 
Não há inveja nem crime 
Na sua comunidade: 
Mandaguari, Jandaíra, 
Jataizão, Cupira, 
Trabalham em fraternidade. 

V 
Vitamina é componente 
Do mel, do pólen também. 
Da colméia para as flores 
Nesse eterno vai-e-vem, 
Dia e noite trabalhando 
A abelha vai fabricando 
O mel que faz tanto bem. 

Xis da abelha é produzir 
Com seu trabalho fiel 
Esse néctar dos deuses- 
A maravilha do mel. 
Homem nenhum lhe ensinou, 
Mas Deus lhe determinou- 
E ela cumpre o seu papel. 

Zumbido que sai das asas 
No vôo que longe alcança 
Trazendo o melhor das flores: 
A abelha nunca se cansa. 
E quando volta ao cortiço, 
Cumprindo bem seu serviço, 
De tão feliz ela dança. 

Anápolis, 11/11/2000. 



Paulo Nunes Batista 


77 anos - é poeta popular e erudito e escritor;


Autor de vários livros (em poesia e prosa) e inúmeros cordéis, folhas volantes e ABCs. 
Considerado o melhor Abecedista do Brasil. Paraibano, descendente de uma família paraibana, de grandes poetas e repentistas, radicado em Anápolis-Go há quarenta anos. 
Já morou em diversas capitais brasileiras, batalhando a vida. 
Antigo militante do PCB de 1946 a 1952, chegou a ser preso. 
Hoje, espírita. Formado em Direito. Pertence a Academia Goiana de Letras, em cuja posse, fez o discurso rimado. 
Tem publicações espalhadas pela imprensa do país e em Portugal, onde já representou o Brasil no cordel. 


Baseado e Adaptado 
By MEDINA

domingo, 10 de julho de 2016

PLANTAS AMIGÁVEIS

Duas notícias sobre abelhas Apis na Europa me chamaram a atenção. 
Diante destas duas notícias fiquei intrigado de como nós brasileiros encaramos nosso cenário urbano.
Vou tentar explicar... e para isso vou cometar as referidas notícias.    

A primeira notícia diz respeito a uma comparação sobre a capacidade de polinização das abelhas localizadas no meio urbano e no rural.  

Uma pesquisa realizada na Europa por  Helmholtz Centre for Environmental Research e publicada na página da Eatglobe (atalho abaixo) por Mônica Simeonova revela que as abelhas são mais ativas, em sua tarefa de polinizar, em regiões urbanas do que em regiões agrícolas. 
O resultado contraria a expectativa presumida. 
Em resumo, no experimento contabilizaram que lotes de flores em área urbana eram mais visitados por abelhas, do que lotes semelhantes em área agrícola. Os pesquisadores, perante o resultado estimam que o resultado seja devido a influência dos pesticidas na área rural, os quais desestimulariam ou desorientariam a atividade de forrageamento das abelhas campeiras. O que não ocorre com as plantas amigáveis encontradas nos centros urbanos como: jardins, praças, parques e beiras de estrada, apesar do alto índice de material contaminante particulado em suspensão no ar urbano.



Particularmente achei a dedução dos resultados muito simplista. Mas o que me soou estranho mesmo, e me chamou mais a atenção, foi um dado revelado na reportagem que parece ser natural ao público alvo da reportagem: o fato de encontrar "plantas amigáveis" em jardins, praças, parques das cidades e nas beiras das estradas.
E dos 4 exemplos de nichos amigáveis, o último foi o que mais se destacou em relação a minha realidade de brasileiro ... o fato de parecer ser normal que estradas europeias são margeadas por "plantas amigáveis", o que significa quilômetros de nichos de flora com flores.
Esta prática poderia ser comparada às Florestas Ciliares que protegem e mantêm a vida ao longo dos rios.  
Procurando na internet, não foi difícil achar vários exemplos de estradas europeias margeadas por "vegetação amigável", como também achei notícia de mutirão para plantar mudas de flora amigável nas estradas.   



 

Em outra linha de reportagens, venho notando que cada vez mais tem sido noticiada a prática de instalar colmeias nos grandes centros urbanos. E como estas notícias vêm geralmente do velho mundo, se referem a colmeias de abelhas Apis mellifera mellifera, ou abelhas de mel europeias, que apesar de terem ferrão não apresentam comportamento agressivo/defensivo à proximidade humana, tal como ocorre com as Apis existentes no Brasil, que são africanizadas.
A moda desta prática começou na Holanda, e vem sendo difundida, com experiências em Londres, Paris e até Nova York!
As abelhas Apis melífera melífera estão sendo bem recebidas nos telhados de grandes centros urbanos, e isto tem sido possível devido a diversidade de jardins, praças e parques com "plantas amigáveis", traduzindo: com flores abertas ao longo de quase todo o ano.









A prática foi tão bem recebida que existem dispositivos próprios para abrigar colmeias em pontos estratégicos, como o mastro da imagem abaixo, dotado com mecanismo de cabos e roldanas para descer as caixas do seu topo. Assim podem permanecer próximas das copas das árvores e longe dos transeuntes.   




A França editou uma Lei a nível nacional em que torna obrigatório o uso de dispositivos que gerem energia renovável ou instalação de paredes/telhados verdes em todos os edifícios comerciais.
Eles esperam com esta iniciativa que a vegetação de cobertura irá fornecer habitat para as aves, absorver poluentes do ar, reduzir a pressão da rede pluvial, através da retenção de água da chuva, e reduzir o efeito de ilhas de calor urbano.
Existem legislações similares de telhado verde em várias cidades ao redor do mundo, incluindo Tóquio, Toronto, Copenhague e Zurique. 
Em Toronto, a primeira cidade da América do Norte a provar tal lei, todos os edifícios comerciais e  residenciais de grande porte construídos desde 2009 têm sido obrigados a ter pelo menos 20 por cento de cobertura de telhado verde. 
Em Copenhaghe e Zurique todos os novos telhados planos, tanto em construções privadas como públicas, devem ser vegetadas. 
E desde 2001, todos os novos edifícios em Tóquio maior do que cerca de 3000 m² são obrigados a ter pelo menos 20 por cento de telhado verde.
No entanto, a França foi o primeiro país a introduzir essa legislação a nível nacional.

  



Agora fazendo um paralelo com a minha realidade brasileira posso logo destacar que o termo "plantas amigáveis" é para grande maioria das pessoas de significado desconhecido. 
Mas se você fizer uma busca no Dr. Google com o termo "friendly plants" irá encontrar listas de plantas que as abelhas Apis Melífera gostam. 
São as plantas que DEVEM ser plantadas nos jardins, praças, parques e margeando as estradas.

Se "plantas amigáveis" está fora do entendimento de nós brasileiros, imagine então estradas margeadas com "plantas amigáveis"!!

Cruzar a Via Dutra que liga RJ e SP, duas maiores capitais do Brasil, tem sido a minha realidade desde que me entendo por gente. 
E a paisagem que sempre vi é esta aí abaixo.
   
 Uma mureta baixa no meio da pista dupla, que não barra o foco dos faróis à noite. 
Capim exótico nas margens, e também a perder de vista. Ora o capim estava aparado, ora crescido e cobrindo placas de sinalização.
Atualmente (julho/2016) a estrada está privatizada e cobra um pedágio total de R$ 49,90 (US$ 15,01) para manter o piso sem buracos, sinalizado, mas com a mesma mureta baixa e o mesmo capim, bem aparado.
Caso nos organizássemos em mutirões para encher estas margens com "plantas amigáveis" seríamos apoiados pela administradora da estrada?
Será que que as empresas que administram outras estradas aceitariam ?
Já imaginaram estas margens, acima da imagem, repletas de margaridas do campo ou morangos silvestres! 
Não só abelhas ficariam contentes, mas imaginem a cadeia alimentar que seria formada!

Continuando o paralelo, resolvi fazer um levantamento de 6 grandes cidades.
Frankfurt, Londres, Manhattan, Paris, Rio de Janeiro e São Paulo.
Fui no Google Maps e marquei uma área em um raio de aproximadamente 10 km no máximo, sempre incluindo a região dos grandes centros financeiros dessas cidades, e fui aumentando a resolução mais 3 níveis, até poder observar melhor as ruas e proximidades.
Vejam o que encontrei ....  
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1ª cidade Frankfurt. Centro financeiro "Main Frankfurt". Está no meio de duas grandes áreas verdes, acima e abaixo.


Ao aumentar a resolução nota-se que pode ser percebido algum verde no quadro.



Aumentando ainda mais a resolução, o verde não é difícil de se achar. Pode-se dizer que existe um arco verde cercando a Main Frankfurt. 



Na maior aproximação possível ... o verde é persona fácil de se achar no mapa, mesmo focando a Main Frankfurt.


Vista de uma avenida na "Main Frankfurt".


Agora vamos focar a região de Londres. O seu centro financeiro conhecido como "City of London". Mesmo sendo uma paisagem mais cinza, pode-se perceber núcleos verdes, como no próprio Palácio de Buckingham.


Ao aumentar a resolução nota-se parques verdes.


Aumentando ainda mais, o cinza predomina, mas o verde luta.


Na maior aproximação possível ... é possível ver o Chase Bank convivendo com muito verde ao seu redor. 
Nenhuma floresta realmente, mas existem nichos de refúgio para vida animal. 


Vista de uma avenida na "City of London".


3ª região Manhattan. Centro financeiro "Lower Manhattan", onde predomina o cinza do mapa. Destaque para o Central Park e vários outras áreas verdes de menor porte.  


Ao aumentar a resolução o cinza impera. 
Além do Central Park, acho que vai ser difícil encontrar verde espalhado por este centro financeiro...


Aumentando ainda mais, nota-se que o verde não foi totalmente esquecido. 


Na maior aproximação possível ... 
Ele aparece ...


Vista de uma avenida na "Lower Manhattan".


4ª cidade Paris. Centro financeiro "La Defense". Está no canto superior esquerdo, e a Torre Eiffel marcada de vermelho. Entre as duas referências uma grande ilha de verde. No outro extremo, a direita do mapa, mais uma grande concentração verde.


Ao aumentar a resolução próximo da Torre Eiffel, parece haver verde mesclado aos quarteirões.


Aumentando ainda mais, nota-se que o cinza é permeado com verde !


Na maior aproximação possível ... 
O verde forma-se nas avenidas e está presente no meio de alguns quarteirões.


Vista panorâmica a partir do topo da Torre Eiffel das ruas próximas de "La Defense".


Até agora vimos, em uma vista por satélite, 4 cidades que não conheço pessoalmente, mas que pela tecnologia  do Google parece ter plantas convivendo com a urbanidade dos grandes centros financeiros.
Podemos destacar que nos 5 casos mostrados os quarteirões não são formados com um conjunto compacto de construções, sempre encontra-se espaços no meio deste blocos de construção.
   
Agora vamos a 6ª cidade, e chegamos no Brasil, Rio de Janeiro. 
Centro financeiro no eixo da Avenida Rio Branco. Nota-se uma imensa área verde. É a Floresta da Tijuca abraçada pela cidade. Esta área foi reflorestada por ordem de D. Pedro II há 150 anos devido as intensas secas e falda de água na cidade.
Toda área plana da cidade foi urbanizada, sobrando apenas os grandes maciços com cobertura vegetal.  


Ao aumentar a resolução próximo das Avenidas Rio Branco e Presidente Vargas o cinza impera, nas margens do mapa ainda podem ser vistas duas áreas verdes: Campo de Santana à esquerda, e Convento de Santo Antônio mais à direta abaixo. No verão esta região atinge fácil os 45°C, apesar da proximidade do mar.


Aumentando mais, ainda é possível ver as avenidas Rio Branco e a Presidente Vargas, e um correr de árvores no início da Rua Uruguaiana. São todos oitis, resquício das mais de 22 mil mudas plantadas pela cidade no início do século XX.
Devido a idade, muitos deles tem sido derrubados em nome da segurança pública, sem reposição.
Mas voltando ao mapa, podemos ver no centro quarteirões com edificações contínuas em forma de blocos, e pouco verde. 


Na maior aproximação possível ... 
A rua Buenos Aires, paralela a av. Presidente Vargas,  cruza a av. Rio Branco. Vemos bem os quarteirões compactados, sem lugar para o verde. Ilhas de Calor acumulativo! 
A concentração de calor é dissipada arduamente pela proximidade do mar, que fica a dois quarteirões da região, sem ele acho que temperatura passaria dos 50°C no verão.  


Não vou colocar foto de rua do Centro do Rio de Janeiro, mas vou colocar a foto desta palmeira que insiste em florir no centro da cidade, mas por não haver polinizador, todas as flores caem sem gerar um fruto sequer. Sem gerar alimentos para pássaros...
Pássaros...  Quem disse que é possível ouvir ou ver pássaros no centro do Rio de Janeiro!


6ª e última cidade, São Paulo. Centro financeiro no eixo da Avenida Paulista. Neste quadro pode-se ver os parques Ibirapuera e Butantã, a maior parte da área é urbanizada.  



Ao aumentar a resolução próximo da Avenida Paulista vemos o parque Tenente Siqueira Campos (Parque Trianon), a maior área verde da região.


Aumentando mais, próximo do parque e da Av. Paulista, é possível ver o verde tentando resistir em algumas ruas transversais. 


Na maior aproximação possível ... árvores isoladas ... mas em maior quantidade do que no Rio de Janeiro. Os quarteirões, diferente do Rio de Janeiro, não se apresenta compactado. 


Resumindo ...
Vou falar do Rio de Janeiro, minha cidade. 
O centro da cidade não apresenta um ambiente amigável para aproximação da vida, pois não tem "plantas amigáveis", nem árvores amigáveis, nem abrigo amigáveis, sombra, frescor, água, alimento ... uma lista sem fim de condicionantes!
Me ariscaria a dizer que nem nos bairros residenciais é comum ver jardins e canteiros com flores e árvores frutíferas. 
O que normalmente vejo na frente dos prédios e residências são canteiros com herbáceas conhecidas por "folhagens": Dracenas e mini palmeiras como Rhafis e outras tantas espécies de folhagens comuns que são muito escolhidas por "não darem trabalho" para cuidar. 



Meio ambiente amigável é um conceito ainda não conhecido por nós. 
Ainda mais se for associado às abelhas ..... afinal abelhas picam e são perigosas ... 
Não é isso que aprendemos nas escolas ? 

Por isso conclamo a todos a não esperar a iniciativa do governo, do empresário ou do vizinho ... 
Não fiquem só sonhando com uma cidade melhor...


Também não fiquem esperando acontecer o dia em que a população reconhecerá os polinizadores nativos e seus benefícios, para só então começar a plantar "plantas amigáveis".

Aos apaixonados pelas abelhas nativas, que ainda estão receosos, não esperem as leis chegarem, coloque pelo menos uma caixinha de abelha sem ferrão em suas varandas. 
É um hobby que diminuiu o stress, fornece mel e ajuda na polinização do habitat entorno.

MAS CASO ASSIM MESMO QUEIRAM ESPERAR.
NÃO ESPEREM ESPERANDO.
ESPEREM PLANTANDO.

Quem sabe um dia teremos estradas margeadas com muitas flores! Quilômetros de pasto melífero. 
Vegetação suficiente para fornecer habitat para as aves, para absorver poluentes do ar, para reduzir a pressão das redes pluviais e para atenuar o efeito de ilhas de calor urbano!


MEDINA